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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Surpresas



A renderizar trabalhos dos alunos de 7º e 8º ano e a deparar-me com estas belas surpresas. Mais aqui: 3D AEVP.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Minecraft e VRML


Um número considerável dos meus alunos é viciado no Minecraft, jogo onde se deliciam a criar construções complexas e bizantinas. Do meu lado, ensino-os a trabalhar com aplicações 3D genéricas e em VRML/X3D. Perante o entusiasmo deles com o Minecraft, perguntei-me se havia forma de combinar estes dois mundos. E há. Os wikis sobre o jogo indicaram alguns conversores que convertem mapas em objectos 3D. O mais promissor parece-me ser o Mineways, criado para converter elementos do Minecraft em modelos 3D para impressão em impressoras 3D.


O programa carrega mapas e converte em formatos como o STL, OBJ e VRML, o que para mim é uma excelente notícia. Pedi a alguns alunos jogos salvos e em poucos minutos estava a visualizar elementos do Minecraft em VRML que importados para o Vivaty Studio possibilitam criar mundos virtuais com pouco esforço. Com o Mineways, posso adicionar o Minecraft à lista de aplicações de criação 3D que possibilitam criar conteúdo web3D.

Construção virtual


Com paciência e gosto, uma aluna cria uma casa no Sketchup. O nível de detalhe é cada vez mais complexo. Pode parecer incrível, mas esta fotografia foi tirada na segunda aula dedicada a esta aplicação. Estes alunos enchem-me de orgulho.


Um número significativo dos meus alunos delicia-se a fazer construções de complexidade bizantina no Minecraft. Será que isto se pode aproveitar para outro tipo de ambientes virtuais? Pode, graças ao Mineways. Delicioso ver o entusiasmo de alunos que perceberam que o projecto final de TIC podia ser realizado no seu jogo favorito.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Fotografia virtual




Fotografar o que não está fisicamente lá. Experiências na sala de aula com o Augment e modelos criados pelos alunos em diversos programas de modelação 3D. À procura de um caminho de exploração. Ideia: criar um concurso de fotografia do invisível. Reacções reais, gestos corporais perante objectos virtuais. Justaposição do real e do virtual com toque de fantasia e bom humor. Vamos ver no que dá.

Cálices

O objectivo era experimentar o CB Model Pro como introdução à modelação 3D por escultura digital. Podiam fazê-lo livremente ou respondendo ao desafio de modelar um cálice. Este foi um dos resultados. Nada mau, mesmo nada mau para alunos que há quatro semanas não se entendiam com o posicionamento de objectos num espaço tridimensional, nada sabiam de coordenadas cartesianas em três dimensões (mas tranquilizem-se, senhores professores de matemática, que reconhecem as coordenadas X e Y) e desconheciam as várias dimensões da criação em 3D. Mais resultados do processo de aprendizagem aqui: 3D_AEVP_2012.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Iniciação ao 3D



Deu algum trabalho, mas já estão renderizados os primeiros trabalhos dos alunos das turmas 7ºA, 7ºC, 8ºA, 8ºC e 8ºE. Experiências de aprendizagem em Bryce e Doga L3. Agora o objectivo é descobrir o Sketchup.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Virtual Táctil



Num destes dias um aluno perguntou se aqueles modelos que aprendeu a criar no Doga L3 poderiam ser impressos numa daquelas impressoras 3D que mostrei no início das aulas de TIC. Sim, claro, disse-lhe, se bem que o processo não seria automático, envolvendo conversões de formatos nativos ou VRML para OBJ e STL com limpeza de faces e vértices. "Eu podia fazer no (inserir programa aqui) e depois imprimir", disse. Pois. Num futuro próximo as crianças vão poder desenhar os seus brinquedos e imprimi-los em 3D.

"Today, schoolchildren learn how to use PowerPoint and Excel as part of their computer class, and they still learn to draw and sculpt in art class. But think how much better it would be if they could choose a third option: design class. Imagine a course where kids would learn to use free 3-D CAD tools such as Sketchup or Autodesk 123D. Some would design buildings and fantastic structures, much as they sketch in their notebooks already. Others would create elaborate videogame levels with landscapes and vehicles. And yet others would invent machines.

Even better, imagine if each design classroom had a few 3-D printers or a laser cutter. All those desktop design tools have a “Make” menu item. Kids could actually fabricate what they have drawn onscreen. Just consider what it would mean to them to hold something they dreamed up. This is how a generation of Makers will be created. This is how the next wave of manufacturing entrepreneurs will be born." (p. 106)

Cortesia do inconsciente colectivo, esse conceito jungiano que coloca o pulso naquela sensação que andam ideias no ar e que parecem surgir em sintonia, dou com dois parágrafos estimulantes de Chris Anderson no Makers. Leio, e penso: na minha sala de aula só falta a impressora 3D. Mesmo. Já é normal o resto, aprender os conceitos e construir em diferente programas.

"Today, with the spread of desktop fabrication tools, a generation of amateurs is also being suddenly confronted with the baffling language and techniques of professional industrial design, just as they were in the desktop publishing era. Now it’s not wraparound text and line justification, but “meshes” and “G-code,” “rasters” and “feedrates.” Don’t worry—you’ll know what you need to soon enough, and someday kids will be taught these skills in fifth-grade digital fabrication class." (p. 114)

A capacidade de ter equipamentos que permitam criar objectos tridimensionais na nossa secretária é algo de revolucionário. Arrancou com os Fablabs e começa a chegar ao mercado com o makerbot e similares, que utilizam o modelo de crowdfunding para se financiarem. Com preços entre os 2000 e 3000 dólares ainda são caros para o padrão da electrónica de consumo mas como em tudo a pressão da progressiva disponibilização de modelos com a vontade dos utilizadores vai diminuir os preços e facilitar a acessibilidade destas tecnologias. Tempos houve em que uma impressora era uma raridade cara, e agora custa uma ninharia nas lojas de informática de consumo. Começo a partilhar a opinião que a impressão 3D vai redefinir a economia num futuro próximo.

Estão a ver a imagem que ilustra este post? Foi criada como primeira experiência de uma aluna no Doga L3. Imaginem o delírio que seria se depois da criação virtual se fosse capaz de imprimir este objecto em plena sala de aula. Concretizar o virtual, dar corpo táctil aos dados binários. Em breve, talvez, em breve...

Chris Anderson (2012). Makers: The New Industrial Revolution. Nova Iorque: Crown Business

terça-feira, 13 de novembro de 2012

RA in the wild

Momento intrigante hoje na aula. Um dos alunos deparou com um vídeo e ligações na página moodle da turma sobre realidade aumentada. Dei por isso quando o vi de telemóvel em riste a descarregar o Augment e o ES Explorer. O instinto docente quase me levou a ir ajudá-lo, mas optei por o deixar entregue a si mesmo. Passei-lhe apenas um marcador de realidade aumentada impresso, dizendo que ia precisar daquilo. E virei costas. Momentos depois era vê-lo sorridente, a apontar o telemóvel para o marcador e a visualizar a torre eiffel em realidade aumentada. O puro sorriso da descoberta de algo novo e fascinante, de um cérebro estimulado por novas ideias. Mostrei-lhe que podia pegar no marcador, movimentá-lo e visualizar o objecto 3D de diferentes pontos de vista em tempo real. E voltei a virar costas. Do canto do olho continuei a ver o sorriso e o olhar interessado. A seguir foi ter com os colegas de que é amigo e partilhou a descoberta. Alguns não ligaram, outros ficaram espantados... e lá me vieram pedir mais "papelinhos daqueles que dão para ver coisas em 3D"...

Foi um daqueles momentos mágicos, que faz valer as chatices do dia a dia, as tropelias dos ministérios e o sufoco conceptual deste momento presente. Um momento em que percebi que uma criança foi por si mais além do que o esperado, pegando no vislumbre que lhes deixei e construindo a sua aprendizagem.

domingo, 4 de novembro de 2012

Perspectiva


Maquete de cenário de opera, patente no salão nobre do Teatro Nacional de S. Carlos.


Interface gráfico do Bryce, programa de modelação 3D.

É um daqueles acasos do inconsciente colectivo. Na semana em que os alunos começaram a experimentar o 3D com o Bryce, tive oportunidade de assistir a uma ópera no S. Carlos e ver maquetes e adereços em exposição. Os paralelos visuais são enormes. O palco oculta um complexo e engenhoso sistema de cordas e roldanas que vai alternando cenários que exageram a perspectiva para que os espectadores possam visualizar a representação na perfeição. Já o programa 3D funciona como um palco onde podemos dispor os elementos e objectos no espaço. Subjacente quer aos cenários quer ao 3D está a ideia de perspectiva, esse constructo óptico-gráfico que herdámos do renascimento (mas tem uma história muito mais longa) e que condiciona o nosso modo de representar a forma como vemos o mundo.