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sexta-feira, 26 de março de 2021

Balanço E@D


Temos alguns monstrinhos alegres...


Muitos robots...

Alguns objetos tecnológicos...


Meios de transporte...


Animais...

Muitas flores...

Alguma arquitectura...

E umas delícias. Ao longo do período de ensino à distância, os alunos de 5º ano foram desafiados a explorar vertentes do pensamento computacional, quer aprofundando conhecimentos sobre algoritmos, quer usando o 3D como forma diferente de desenvolver competências nos domínios do reconhecimento de padrões, decomposição e abstração (e, de certa forma, também de algoritmos, porque os procedimentos de modelação 3D levam ao desenvolvimento de metodologias de uso das ferramentas e opções, ou de estratégias individuais para obter os resultados esperados). Para modelar em 3D, é necessário conceptualizar o objeto que se quer criar (abstração), decompô-lo nos seus elementos para perceber como se vai modelar e com que formas (decomposição), reconhecer padrões (o que tem de ser modelado uma única vez ou o que pode ser copiado e reutilizado).

Para despertar a faísca nos alunos, usámos as aulas online complementadas por vídeotutoriais, especialmente focados na necessidade de abstração e decomposição para criação em 3D.


Utilizámos a técnica de modelação por primitivos, que apesar de ser simples tem o desafio adicional de obrigar a pensar um objeto e tentar perceber como o recriar, em 3D, usando apenas as formas geométricas. Os alunos usaram o 3DC.io nos seus tablets, telemóveis ou computador. A grande maioria dos nossos 220 alunos de quinto ano respondeu a este desafio, muitas vezes com resultados surpreendentes. Estamos a imprimir os melhores. Não nos atrevemos a fazer contas ao número de modelos impressos, para não nos assustarmos.

Quando regressarem ao ensino presencial, os criadores destes fantásticos projetos receberão as suas criações impressas em 3D.


quinta-feira, 25 de março de 2021

Curtas Lab Aberto

 O desafio: 30 minutos para mostrar o essencial de uma tecnologia. Nesta segunda sessão, o tema foi o scan 3D com fotogrametria, e suas aplicações na expressão pessoal e educação.

Projetos 3D no Telemóvel


Temos estado um pouco discretos, focados no necessário apoio à escola em tempos de confinamento. Mas nem por isso deixámos de desafiar os nossos alunos, e partilhamos aqui alguns resultados, de uma turma de 7.º ano. Projetos em tema livre, ainda na fase de descoberta e aprendizagem das apps de modelação 3D em dispositivos móveis.

quarta-feira, 24 de março de 2021

Anta de Carcavelos

 


Sinceramente não sei como é que o meu computador não estourou com este projeto. A ideia surgiu por acaso, durante um passeio na zona de Lousa. Encontrar este vestígio pré-histórico era o objetivo. E já o tenho digitalizado, e devidamente impresso em 3D, integrando o kit de artefactos pré-históricos que temos na escola para os alunos poderem tocar.

O modelo impresso em 3D (houve ali um warping que causou desvio na base, mas não afetou o modelo).


E o espaço real, que merece bem uma visita. Pesquisem Anta de Carcavelos no Google Maps, mas levem botas e preparem-se para desbravar algum mato.


Como foi feito? Confesso que tenho pouca paciência para o meticuloso trabalho de tirar fotos sucessivas interpostas que a fotogrametria requer. E, com a defunta Display.land, aprendi que se poderia fazer captura 3D a partir de vídeo. É assim que tenho feito, ultimamente. Filmo com o telemóvel (câmara na resolução máxima), circulando à volta do objeto para captar o máximo de pontos de vista e detalhes. O software de fotogrametria que uso não aceita vídeo como input (outros, como o Zephyr, fazem-no), tenho de ter o passo adicional de converter o vídeo para imagens. Uso o Free Video2JPEG Converter, que me permite decidir quantos fotogramas preservar do número total de fotogramas possíveis. Normalmente escolho extrair um em cada cinco fotogramas.

O resultado disto foi umas massivas 700 fotos, que importei para o Meshroom. Em seguida, foi deixá-lo correr a pipeline de digitalização 3D. Os nós suspeitos do costume demoraram - quer o Structure from Motion quer o Depth Map, que já percebi serem os mais intensivos computacionalmente. Não estava à espera que o meshing me demorasse quatro horas. O tempo total foi de cerca de oito horas... nunca nenhuma pipeline de fotogrametria me tinha demorado tanto tempo. A culpa disso está no elevado nível de detalhe, e no número de fotos. No dia seguinte repeti o processo com um dataset menor, cerca de 350 fotografias, e perderam-se alguns detalhes importantes. Ou seja, compensou a espera.

Para imprimir em 3D, outra dor de cabeça. O Meshroom gera uma superfície, e esta não era fácil de fechar para tornar estanque. Normalmente resolvo isso no Accutrans, com uma função que permite gerar volumetria no eixo escolhido. Infelizmente, a malha poligonal demasiado densa deste modelo não estava a facilitar a via ao Accutrans. Um pouco por acaso, descobri que o discreto 3D Builder tem uma opção chamada Extrusão Inferior - podemos definir um plano de corte, e a partir daí o algoritmo extrude verticalmente até chegar ao plano-base do 3D Builder. Ou seja, torna incrivelmente fácil a geração de modelos com volumetria estanque a partir de superfícies, para impressão 3D.

Gostaria muito de embeber aqui o modelo 3D da Anta de Carcavelos, mas excede os tamanhos permitidos pelo Sketchfab. Em parte porque o Meshroom gerou um modelo muito detalhado, completo com mapas de textura em alta resolução. Diminuir a contagem de polígonos no Meshlab, infelizmente, diminui a qualidade do modelo. Mas podem clicar aqui para o visualizar em 3D: Kroscloud - Anta de Carcavelos.