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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

TIC Educa 2014

A boa notícia que recebi ontem foi que o artigo que submeti ao TIC Educa 2014 foi aceite. Mas melhor que a possibilidade de participar no maior encontro nacional sobre tecnologia na educação foi ler o comentário do revisor do congresso que analisou o artigo: "Li com toda a atenção o artigo submetido e considero de muita boa qualidade. É um texto descritivo do trabalho desenvolvido com estas ferramentas tendo como suporte ferramentas e aplicações inovadoras, em especial em contextos curriculares como os descritos. A exploração destes ambientes computacionais é muito promissora para  o desenvolvimento da criatividade e das capacidades de expressão das crianças e jovens. O aspecto a melhorar no futuro é a investigação educativa com a recolha e tratamento de dados que possam suportar os benefícios potenciais do uso destas tecnologias em sala de aula."

Devo dizer que sinto uma ponta de orgulho ao ler este comentário. Em particular na observação que explorar ambientes tridimensionais na vertente de criação e não de mero consumo pode ser promissor para o desenvolvimento da criatividade e capacidades de expressão, às quais se junta a percepção visuoespacial e o mais elementar domínio do computador. E o apontar da falha principal do trabalho, a falta de dados que comprovem algo que se intui como pertinente e estimulante, é precisamente um dos saltos qualitativos que sinto faltar dar neste projeto. Só que neste momento não disponho de condições académicas para o fazer. É algo que requer um conhecimento mais profundo de psicologia da aprendizagem e seria melhor desenvolvido com parcerias nessa área. O projeto TIC em 3D é desenvolvido na escola, em sala de aula de TIC ou em projecto interdisciplinar, recaindo sobre mim o esforço de o levar em frente. Note-se que desde que comecei a levar portáteis para as aulas de EVT até agora já seis anos se passaram, com uma tese de mestrado pelo meio que incidiu sobre o tema e abriu muitas das portas para vertentes de actuação que permitem resultados supreendentes. Como os mundos virtuais, ou o VRML, que apesar de ser uma tecnologia datada facilita muito este tipo de trabalho. Mas subscrevo. Uma coisa é perceber que algo tem um enorme potencial. Outra é provar, e isso é um trabalho imprescindível.

A estratégia de candidatura a colóquios e congressos insere-se na necessária vertente de divulgação deste projecto desenvolvido no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro. Por muito interessante que sejam projectos desenvolvidos na escola nada têm a ganhar se ficarem encerrados dentro da sala de aula ou dentro dos limites locais das escolas. Há que divulgar, e isso implica arriscar a participação em eventos que possibilitem divulgação. E confesso que dá gosto falar disto noutros contextos, quer a professores quer a outros. Neste ano foram conseguidas algumas vitórias neste esforço. Conseguiu-se apresentar as TIC em 3D no congresso da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual, que permitiu fugir da área das TIC na Educação e falar do tema a docentes cujas preocupações se prendem mais com a estética, criatividade e expressão artística, despertando para as possibilidades do computador nestas áreas e sublinhando o transvasar dos limites da organização curricular em disciplinas sentidas como estanques apesar de formarem um todo coerente. Também estivemos presentes na Lisbon Mini Maker Faire, completamente fora dos contextos educativos tradicionais, o que permitiu falar e divulgar a públicos cujo contacto com o mundo da educação é reduzido. O feedback recebido foi estimulante e, curiosamente, vi nos comentários dos visitantes espelhadas as preocupações com a criatividade, incentivo vocacional e capacidades de abstracção visual. É muito importante, creio, sair dos recantos habituais e confrontar com a opinião daqueles que estão fora dos meios ou nichos educativos.

Infelizmente o TIC Educa calha nos mesmos dias do Fórum Fantástico, o que implica fazer escolhas, e as questões do imaginário ficcional também me são importantes. Por isso vou ser obrigado a deixar para trás o TIC Educa. Tenho pena, mas ubiquidade é uma competência que ainda não desenvolvi. Este ano foi de recompensadoras vitórias. Espero, francamente, que seja um prenúncio de continuidade e não um canto de cisne. Pela parte que me toca o trabalho continua e os braços não vão baixar. Nunca pretendi que isto fosse um projecto daqueles que teve o seu momento de glória e ao qual depois não foi dada continuidade. Sabem bem do que estou a falar. Quantos projectos não deparamos que nos são mostrados como tendo sido vencedores de concursos, elogiados por entidades ou premiados num determinado ano, mas que depois estagnaram, não evoluíram ou ficaram-se por aí?

Acho que o próximo TIC Educa é em 2016. E que tal concorrer com este projecto levado à impressão 3D? Boa ideia?

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