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domingo, 24 de janeiro de 2016

Printed it on plastic


The old one had been running six or seven thousand years, and showed very little wear. When people had needed a supplementary one, they had simply printed it on plastic, set it in the floor, and turned it on with a few amps.
Referências à impressão 3D na literatura de ficção científica não são algo assim tão recente, apesar de só no último ano e meio ter detectado o uso do termo corrente para indicar esta tecnologia, bem como descrever usos plausíveis. Essa referência foi uma das boas supresas de Aurora de Kim Stanley Robinson, e forma a base do conto The Man Who Sold The Moon de Cory Doctorow para a antologia Hieroglyph. São dois exemplo recentes, e deve haver mais na corrente literatura de FC.

O conceito na FC não é assim tão novo. Leitores do cyberpunk dos anos 90 recordam os nano-fabricadores, máquinas capazes de fabricar qualquer objecto, elemento comum a muitas histórias do género, especialmente as que imaginam futuros luminosos post scarcity. Recordo algumas bem interessantes de Bruce Sterling, ou Forever Peace de Joe Haldeman. Ou as tentativas de Spider Jerusalem de modificar o seu nanofabricador caseiro para lhe dar drogas mais potentes, personagem do seminal Transmetropolitan de Warren Ellis. Se olharmos mais atrás na FC não podemos esquecer as inúmeras mas raramente explicadas máquinas miraculosas que libertam a humanidade de meter as mãos na massa e fazer coisas. Como os sintetizadores de matéria da série Star Trek, que definem a culinária na cantina da nave Enterprise. Usados, sistematicamente, pelo Capitão Picard para lhe servir o seu adorado tea, earl grey, hot. Frase que indica um dos mais clássicos problemas conceptuais da Impressão 3D, perceber para que ela serve. Algo que me vem sempre à mente quando visito feiras ou espaços de demonstração e vejo estas máquinas fabulosas a imprimir os obrigatórios Yoda, coelho de Stanford ou outras peças que traem alguma falta de imaginação na resposta à questão do que é que se pode imprimir com esta tecnologia. Boa parte das vezes é tea, earl grey, hot.



O que surpreende nesta referência é a data em que foi escrita. Encontrei-a em Norstrilia, curioso e algo atípico romance de FC de Cordwainer Smith, autor clássico da golden age do género, legando-nos a série de contos The Rediscovery of Man, da qual o romance Norstrilia faz parte. Smith não era romancista, e os seus romances são essencialmente fix ups, contos individuais de uma série, coligidos e modificados para se tornarem capítulos de um livro. Surpreende, ver este conceito de utensílios, peças ou objectos impressas em plástico, num romance originalmente publicado em 1975 mas cujas histórias de base foram escritas nos anos 60.

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