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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Monstrinhos


A ideia não é, em si, nova. Na Maker Faire Lisbon o projecto Moyupi mostrou como se pode aliar o desenho infantil com um serviço de impressão 3D para criar brinquedos personalizados. Foi o que inspirou a encarregada de educação de uma das alunas que acompanhou o espaço das TIC em 3D na Faire. Professor, já viu aquele stand dos brinquedos impressos? E já sabe o que eles cobram por cada boneco? É uma quantia significativa, mas que me pareceu ajustada tendo em conta que são uma empresa, têm de suportar custos de equipamento e desenvolvem um cuidadoso trabalho de finalização da peça, polida e pintada à mão. Mas o desafio não se fez esperar. Professor, e se nós fizéssemos isto? Com os desenhos dos miúdos? Talvez os pais dos alunos pagassem!

Pessoalmente prefiro não entrar no terreno pantanoso das vendas (este é um projecto de escola, no fim de contas), mas a uma ideia de resultados giros que poderia ajudar no financiamento com doações não se diz que não. A inspiração parte da Moyupi, mas sublinhe-se que estes não são donos do conceito de transformar desenhos infantis em objectos físicos. Há por aí bastantes projectos semelhantes, em diversas tecnologias. Além disso, a capacidade técnica deles é muito superior à nossa. 

No dia seguinte, regressou para mais uma tarde passada na Faire, e trouxe consigo o caderno de desenhos do sobrinho, cheio de monstrinhos adoráveis. Seleccionei um, e atirei-me à modelação 3D no Tinkercad.


O primeiro protótipo ficou com este aspecto. O modelo foi feito com o criador do desenho ao lado, a explicar como é que tinha imaginado as formas que registou no papel.  Talvez, futuramente, tenha forma de ensinar este tipo de técnicas em workshop para crianças?


Quando já se conhece as agruras da impressão 3D, sabe-se que se tem de adaptar o conceito ao que realmente será impresso. Alguns elementos tiveram de ser engrossados, para que o boneco se aguente estruturalmente. Sabendo que um objecto destes depende muito de estruturas de suporte na impressão, desenho-os com uma base, que facilita a aderência dos suportes e mantém o boneco na posição desejada. A raft faria o mesmo efeito, mas com menor qualidade final (e se alguém souber uma forma de retirar uma raft da base layer que não envolva escavar com um x-acto à volta, partilhem a técnica).


Cá está o monstrinho, versão 1. Há alterações a fazer, especificamente na grossura dos braços e tamanho dos dentes. Uma versão mais polida teria que ser feita em peças separadas, para evitar as imprecisões trazidas pelos suportes. O conceito está validado. Talvez para o ano tenhamos um serviço de impressão de objectos personalizados, recordações tangíveis da imaginação das crianças, perfeitos para as estantes ou secretárias dos pais?

Esta foi a impressão inaugural da impressora BEEINSCHOOL. Sobre isso, mais à frente... mas digamos que estamos muito contentes!

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