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domingo, 25 de setembro de 2016
Prémio Adamastor
Este foi um dos projectos que nos ocupou durante as férias de verão. Os Prémios Adamastor foram lançados pela organização do Fórum Fantástico para distinguir e incentivar a produção literária nos domínios da literatura e banda desenhada de Ficção Científica, Terror, Fantasia e Transreal de autores portugueses. Fizemos parte do júri que seleccionou as obras premiadas, um grupo que apenas o organizador do evento sabe quem são (bem, por "nós" entendam o humanóide por detrás das TIC em 3D).
Na sua primeira edição, em 2014, o primeiro prémio de carreira foi, consensualmente, sem discussão, porque claramente era a personalidade que mais o merecia, para o cineasta e escritor António de Macedo. A sua obra literária e cinematográfica é a grande referência do Fantástico português no século XX, estendendo-se ao XXI pela sua lucidez e pulsar futurista. O seu amor pela ficção fantástica custou-lhe, de certa forma, a carreira de cineasta, com constantes recusas de financiamento por parte dos organismos que tutelam os subsídios à produção de cinema por considerarem que os temas dos seus filmes, tão do agrado dos fãs, não se enquadrarem na sua visão institucional do que deveria ser o cinema português.
Não tínhamos, em 2014, mais do que diplomas para entregar aos autores distinguidos com os primeiros prémios Adamastor. Após uma pausa forçada em 2015, o regresso do evento neste ano não se traduziu numa nova edição dos prémios. A pouca produção de ficção literária nos domínios distinguidos não justifica, por enquanto, uma atribuição anual, prevendo-se que na próxima edição do Fórum Fantástico regressem estas distinções.
Algo que queríamos fazer nesta edição do Fórum era rectificar a não existência de um objecto simbólico do prémio, a entregar a António de Macedo. Infelizmente, as suas condições de saúde não permitiram que nos visitasse no espaço do Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro de Telheiras, onde decorre o evento. Este primeiro Prémio Adamastor está pronto, devidamente acondicionado numa caixa de filamento, esperando o rápido restabelecimento da saúde do realizador para que se possa entregar este merecido galardão.
O objecto em si parte da temática Adamastor, não como iconografia mas como elemento mítico, representativo do fantástico português. Reproduzir em 3D a estátua clássica do monstrengo está para além das nossas capacidades de modelação. Como o foco do prémio incide quer no fantástico quer na ficção científica, os primeiros designs mesclavam tentáculos lovecraftianos (vindos do cartaz da edição deste ano) com foguetões que remetiam para a tradição dos prémios Hugo. Algo que não estava a funcionar, visualmente. A solução veio através de capas do pintor Lima de Freitas para a mítica colecção Argonauta de livros de ficção científica, cujas visões arquitectónicas inspiraram este misto de Padrão dos Descobrimentos e Caravela, intersectado por elementos abstractos criados a partir de placas de circuitos electrónicos.
O prémio não é muito grande, com 100 mm no eixo Z. Tem uma divisão, combinada por colagem, para dar mais volumetria e criar bases planas para assentar na mesa de impressão e evitar uma impressão dependentes de suportes. Foi modelado no Tinkercad (com ajuda do Inkscape para formas curvas e lettering), com tempo de impressão de cerca de seis horas no total, na qualidade 0.2mm com densidade de 5% numa impressora BEEINSCHOOL. Aproveitámos o tempo de arranque de ano lectivo, entre workshops, para imprimir o galardão. Gostaríamos de dizer que a escolha da cor do filamento também obedece a alguma simbologia, mas não, era a cor mais adequada de que dispúnhamos no momento da impressão.
É uma enorme honra para nós colaborar nesta distinção àquele que é um dos grandes nomes da cultura portuguesa. Por aqui, somos grandes fãs de FC e Fantástico, e a obra de António de Macedo é daquelas que nos encanta e inspira. Também gostaríamos de dar o salto para as actividades do Plano Nacional de Cinema na nossa escola, mas a dificuldade de encontrar os seus filmes de forma acessível (em DVD ou digital) não nos permite, por enquanto, essas aventuras.
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