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sábado, 14 de janeiro de 2017

Contaminação Maker


Desta vez, não correu tão bem. Uma das nossas impressoras 3D teve um entupimento há uns dias atrás e as técnicas habituais para desentupir - aquecer, descarregar, retirar o nozzle e verificar o canal frio, não resultaram. Uma dica do apoio técnico da BEEVERYCREATIVE, aquecer um clip de metal para derreter o filamento na zona dos carretos e aliviar a pressão, também não funcionou. Com a habitual simpatia e presteza, o apoio técnico solicitou que lhes enviássemos a impressora para avaliação do problema.

Seria algo que nos deixaria confortável há ano e meio atrás, quando arrancámos esta maravilhosa aventura no mundo da impressão 3D. Felizmente, ao longo deste tempo, temos aprendido muito com esta aventura. Talvez uma das maiores aprendizagens tem sido o perder o medo de mexer nestas tecnologias. É algo que fazemos com a relutância de quem é responsável por material de preço elevado, mas que tem representado um desafio cada vez menos assustador. Claro que saber que se tem do outro lado um apoio técnico compreensivo, capaz de guiar com toda a clareza os utilizadores na análise e desmontagem de uma destas impressoras, ajuda muito. Por isso, para surpresa nossa, fomos nós que solicitámos uma sessão em skype para desentupir ou desmontar o extrusor. Suspeitamos que estamos a ficar contaminados pelo espírito maker.


Durante a sessão, fomos guiados nalgumas técnicas para tentar diagnosticar e resolver o entupimento. Experiência que se traduziu em conhecimentos preciosos para ajudar outros colegas destas aventuras no 3D Printing que também utilizam impressoras destas. Infelizmente, nenhuma permitiu resolver o entupimento, que irá obrigar a uma desmontagem mais completa do extrusor para remover o filamento da zona do canal frio. Confessamos que o desafio nos pareceu interessante, e exequível com o precioso apoio dos técnicos da BEEVERYCREATIVE. Tendo a escola em final de obras, com uma sobrecarga de trabalho acrescido para auxiliar e acompanhar as finalizações no que respeita à infraestrutura tecnológica, não temos tempo útil para este desafio. Mas não vai toda a impressora. Sem medo, e com ajuda, desmontaram-se as zonas problemáticas deste problema, o extrusor e o tubo PTFE. Serão esses os elementos a ser enviados para intervenção, e não toda a impressora.

Esta facilidade de intervenção é um crédito quer para a clareza e disponibilidade do apoio técnico da empresa, quer para a forma como estas impressoras estão concebidas e desenhada.

A sessão de apoio técnico prolongou-se e acabou por apanhar parte da hora do nosso clube de robótica. Tínhamos planeado uma sessão sobre modelação 3D e voo de drones, mas com o professor empatado a tentar resolver o entupimento, os alunos acabaram envolvidos na sessão. Há que admirar o sorriso no rosto do técnico quando, através da videoconferência, se viu rodeado dos nossos pequenos criativos das tecnologias. Quão pequenos? A maior parte dos elementos do nosso clube são alunos de quinto, sexto e sétimo ano. Não se perdeu uma sessão do clube, antes, aproveitámos para que estes alunos ficassem a conhecer melhor a impressora e os seus componentes. Não nos livrámos do comentário da aluna que nos tem acompanho desde a Maker Faire 2016: "está a ver, professor, sempre que estamos a resolver problemas com a impressora, as pessoas juntam-se à volta".

Este é um dos pormenores que salientamos quando nos desafiam a desenvolver sessões de divulgação e workshops sobre impressão 3D. As vantagens de saber que, do lado de lá, temos apoio e ajuda quando a tecnologia nos dá inevitáveis problemas. As tecnologias não são infalíveis. Sublinhe-se, no entanto, que nos dois anos e meio que temos desta aventura na impressão 3D este é o terceiro problema complexo que sofremos, e as nossas impressoras estão em funcionamento quase contínuo. Desta vez a resolução não correu tão bem como aquando da anterior, mas não deixou de ser uma excelente experiência de aprendizagem para nós e para os nossos alunos.

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