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sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Incode 2030



No dia 12 de dezembro estivemos presentes no Centro de Congressos de Lisboa no âmbito da 2.ª Conferência do Fórum Permanente das Competências Digitais da iniciativa Incode 2030. Em paralelo à conferência, empresas, instituições e escolas mostravam o trabalho que desenvolvem nos domínios da promoção de competências digitais. Fomos um dos clubes de robótica que aceitou o convite para mostrar os seus projetos.


Como sempre, o melhor destes momentos é a reação dos nossos alunos. Neste evento, dois já são veteranos do clube, e a aposta foi em alunos novos, para ver o que outros fazem e trazer essas ideias para a nossa escola. Não lhes é dado qualquer treino de desempenho ou instruções específicas. Tudo o que lhes pedimos é que sempre que alguém os questione, que falam do que sentem e gostam de fazer no clube.


Enchem-nos sempre o coração. Entusiásticos, dinâmicos, a mostrar que sabem mais do que aquilo que lhes é ensinado, essencialmente a mostrar o gosto que têm nestas atividades, em dispor de um espaço e tempo para fazer algo de diferente, no sentimento de companheirismo entre o grupo. O ponto alto foi quando conversaram com o ministro da educação, mas isso não é o mais importante. Não é a validação de figuras tradicionalmente vistas como importantes que procuramos, mas sim o sorriso no rosto destes alunos.

Uma excelente surpresa foi receber a visita de uma das encarregadas de educação destes alunos, que não conhecíamos, e nos agradeceu o proporcionar ao filho o espaço do clube, estimulando-o a aprender com tecnologia. É bom saber que onde realmente interessa, nos alunos e seus pais, o que fazemos é valorizado.


Este tipo de eventos tem uma relativa importância. Inserida no âmbito do Incode 2030, a mostra de projetos de escola e clubes de robótica faz parecer que o trabalho desenvolvido por estes alunos e docente. No nosso lado, não sentimos qualquer efeito de uma iniciativa lançada no ano passado, cheia de boas intenções. O arranque do projeto deu-se sem apoios, bem antes de conseguir iniciar a impressão 3D. O prémio Inclusão e Literacia Digital deu-nos as verbas necessárias para avançar neste domínio. No evento, tivemos oportunidade de trocar umas palavras com uma das responsáveis por este prémio, entretanto extinto, que observou o fantástico que foi o germinar desta pequena semente, o impacto que está a ter, muito acima do que seria expectável. O salto para o espaço Maker na biblioteca, com mais impressoras 3D, mobiliário e tablets, foi possibilitado por verbas da Rede de Bibliotecas Escolares, com auxílio da Associação de Pais e Direção do Agrupamento. Não nos sentimos beneficiados no âmbito do prometido pelo Incode 2030. Apenas, talvez, na extensão de TIC do 5º ao 9º ano, mas o reduzido tempo da disciplina dificulta muito o desenvolvimento de aprendizagens (há colegas a fazer trabalho heróico, com um número de alunos incomportável). E enquanto se discutem os desafios do digital, a infraestrutura digital nas escolas já ultrapassou os limites da obsolescência, sem que se anteveja qualquer forma de renovação sustentável.


Se, por um lado, sentimos ser nosso dever representar o Agrupamento e dar aos nossos alunos a oportunidade de brilhar, por outro não somos desprovidos de sentido crítico. Lutamos diariamente com a degradação de condições, e neste tipo de momentos, sente-se que a valorização ao trabalho desenvolvido serve apenas para assegurar entretenimento para os participantes.

Apesar destas cada vez mais incontornáveis reticências, no final do dia regressámos de coração cheio com o desempenho dos nossos alunos. Cada um é uma história, tem as suas motivações e gostos. Juntos, formam um grupo admirável, do qual nos sentimos orgulhosos por poder ter a oportunidade de lhes dar faísca para novas aprendizagens.

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