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sábado, 9 de julho de 2016

XVI Encontro das TIC na Educação


Participámos no XVI Encontro das TIC na Educação, organizado pelo Centro de Competência Entre Mar e Serra nos dias 7 e 8 de julho de 2016, dinamizando um workshop sobre Impressão 3D e mantendo nos dois dias do evento um espaço de demonstração desta tecnologia. Durante os dois dias uma das impressoras BEETHFIRST do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro esteve na zona do auditório da Escola Superior de Educação de Leiria, permitindo aos participantes contactar com esta tecnologia, conhecer o que se faz com os alunos do AE Venda do Pinheiro, como exemplo de utilização da impressão 3D em contextos pedagógicos.


Impressora a imprimir, e exemplos de duas vertentes de trabalho nas TIC em 3D.


Um espaço que, pela sua natureza, atrai a atenção dos participantes neste congresso.


No segundo dia do congresso, dinamizámos um workshop sobre introdução à impressão 3D.  Seguiu o seguinte esquema:

1. Introduzir o Tinkercad (espaço de trabalho/workflow/ferramentas; modelar um porta-chaves). Se queremos tirar partido do potencial da impressão 3D, aprender a modelar é fundamental. Há um gostinho especial quando vemos o extrusor a imprimir laboriosamente um objecto que saiu da nossa imaginação.

-- Intervalo -- (Dez minutos para os participantes, zero para mim...)

2. Imprimir em 3D: preparar modelos para imprimir, preparação da impressora, como funciona a impressora, imprimir modelos dos participantes. Foi este o momento em que saímos dos computadores e, reunidos à volta da impressora, os formandos descobriram o aspecto técnico da impressão 3D.

3. Apresentação 3D Printing na Educação: possibilidades, condicionantes, repositórios. Invertendo o esquema habitual deste tipo de sessões, o momento de reflexão ficou para o final. Permite que os participantes se iniciem na modelação e impressão 3D, com tempo para exploração prática.


Um workshop destes é um pouco ingrato. Cada um dos temas daria, por si, um workshop. Enfiar três num espaço de três horas, tentando que se consiga algo de tangível, é tarefa difícil. Creio que a tangibilidade da impressão 3D é melhor conseguida se os participantes conseguirem levar consigo algo que eles próprios criaram. Os tempos de impressão não ajudam. Vou rever o modelo destas sessões, aproveitando o tempo de aprendizagem de modelação 3D para imprimir objectos que possibilitem aos participantes levar algo consigo, mesmo que não seja o que criaram.


Um pormenor interessante desta sessão foi o cuidado que os participantes colocaram na aprendizagem da modelação 3D em Tinkercad. Não esperava que fossem tão meticulosos naquilo que foi, necessariamente, uma introdução liminar. Foram desafiados a criar um pequeno porta-chaves, e todos se esmeraram.  Consegui imprimir quatro... de vinte. Sala cheia, na Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo, numa sessão entusiasmante que espero ter sido do agrado dos participantes.


Ainda houve tempo para uma pequena divulgação do robot Anprino. Apesar de discreta, teve mais impacto do que esperava.

Momentos interessantes deste evento:
- Mostrar e falar de impressão 3D em Leiria leva logo a conversas sobre a indústria dos moldes na Marinha Grande.
- É complicado falar da relação qualidade-preço dos equipamentos a um público de escolas públicas, habituadoos a contar os tostões. Sublinho sempre a importância dos objectivos pedagógicos a que quem se queira meter neste caminho pretende, e o potencial financeiro de prémios e outras iniciativas.
- Pelo sorriso dos participantes, o workshop funcionou bem e cumpriu os objectivos. Pelo menos um saiu de lá muito contente, com o seu objecto modelado e impresso em 3D, com aquele olhar de eu fiz isto. Raramente os participantes me dão o feedback negativo, que é o que realmente preciso para afinar metodologias e melhorar estes eventos. Note-se que se está a desbravar terreno novo, não tenho referências prévias como aluno para estruturar estes workshops. A cada um, reflecte-se e aproveita-se a experiência para que o próximo seja melhor. Mas confesso que tive um feedback fabuloso, com um formando a vir ter comigo, mais tarde, a cumprimentar-me como um "alto nível. Muito alto nível". Em seguida, sublinhou que considerou importante aquilo que digo no que toca à introdução desta (e de outras) tecnologias na sala de aula. Introduzir por introduzir é contra producente. Temos de ter objectivos pedagógicos definidos, precisamos de fazer um trabalho de investigação prévia. Sem isso, é mais um gadget que depois de algumas sessões a despertar interesse acaba a apanhar pó numa arrecadação esquecida.
- Pela primeira vez, tive várias mãos no ar quando pergunto quantos dos participantes são professores de áreas artísticas. Um deles, de Viseu, observou-me mais tarde que sente como importante ultrapassar a barreira conceptual das artes na adopção da linguagem das tecnologias. "Se não o fizermos, que é a língua que os nossos alunos falam, estamos a prestar um mau serviço educativo". Este professor, pelo que percebi do secundário e formador em cerâmica, traçou um paralelo entre a representação em vistas e perspectiva para concretizar algo em cerâmica e a modelação para impressão 3D.
- Pormenor divertido. No final do evento, na hora das despedidas finais, apanhei com o epíteto de profeta do 3D da parte de António Carvalho Rodrigues, o hiperactivo director do CCEMS. Profeta? Tenho de me livrar da barba, está-se a ver...

Agora é hora de descansar um pouco, após dois dias intensos com uma noite de festival NOS Alive pelo meio, e preparar o próximo, no festival Sci-Fi Lx. É bom perceber que mesmo com umas míseras três horas de sono em cima se consegue dinamizar um workshop durante mais de três horas e meia sem parar. Quando se gosta do que se faz, a energia surge naturalmente.

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