sábado, 21 de maio de 2016

Aproximar


É sempre interessante trocar experiências e ideias com Manuel Moreira, do projecto Arte Transformer. Passei pelo festival Aproxima-te!, que reúne por estes dias no espaço do Museu Nacional de História Natural entidades e projectos ligados à educação patrimonial. Visitei-os, para ficar a conhecer a sua colaboração com o  Lab Aberto de Torres Vedras. Dois fablabs que têm em comum o serem dinamizados por professores, no cruzamento entre cultura maker e pedagogia. O mesmo espírito que anima as TIC em 3D e o futuro Fab@rts_AEVP.


O destaque no seu espaço está nesta plotter mecânica, apesar de ser a impressão 3D que desperta a atenção dos visitantes. Mais do que o equipamento, tem um conjunto de modelos de trabalho pensados para crianças com necessidades educativas especiais. É essa a razão daqueles aparentemente inócuos cilindros coloridos. São manípulos pensados para vários graus de motricidade. 


Pensar o cruzamento entre as artes e a tecnologia, assumindo que não são mutuamente exclusivas, que as técnicas tradicionais só têm a ganhar com as ferramentas digitais. Que são, em essência ferramentas. Discutir e conceptualizar formas de educar no cruzamento de disciplinas. Reflectir sobre a importância da comunicação pedagógica, elemento que falta à cultura maker, mais centrada no fascínio tecnicista do que nos processos de aprendizagem. Observar que o que realmente interessa na impressão 3D, o nicho que nos é mais querido, não é a tecnologia em si mas os processos de concepção que desperta. Moreira falou-me da sua experiência em AECs, desafiando alunos de quarto ano a modelar em 3D, imprimindo os resultados, após aprenderem a representação por vistas. Um trabalho notável, que faz todo o sentido. "Eles (os nossos alunos) sabem ler em 3D, mas... não sabem escrever", observou quando comentei que a exposição contínua a representações tridimensionais nos jogos e cultura popular facilitava a adesão a este tipo de trabalho. Certeiro. E quando lhes ensinamos os elementos basilares, através do desenho e de ferramentas digitais, a capacidade criativa expande-se.

O evento incluía entrada nos espaços do Museu Nacional de História Natural, que aproveitei. E se das conversas com quem dinamiza o Arte Transformer saio enriquecido, reflectindo sobre este tipo de projectos, entrei na sala dedicada aos jogos matemáticos e... já sei como desafiar os professores de Matemática para alinharem nos desafios Fab@rts_AEVP em conjunto com o Centro de Recursos Poeta José Fanha.

Nunca se pára de ter ideias. Agora, é arranjar tempo para as implementar.

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