Verão é altura de pausa e descanso, mas também época para aproveitar e explorar aquilo que não temos tempo noutras alturas do ano. Este verão, aproveitei para explorar um pouco mais a digitalização 3D, cruzando o gosto pela viagem, pelo património, pela visita a espaços, com o treino e melhoria das minhas capacidades de captura.
As digitalizações foram feitas com um telemóvel iPhone 13 Pro Max, tirando partido do seu sensor de Lidar. Alternei entre as aplicações Scaniverse e Polycam. As capturas são interessantes, mas revelam as limitações da plataforma, os modelos visualmente são interessantes, mas uma análise mais profunda mostra que a malha poligonal não é tão detalhada quanto parece. Estas apps trabalham muito bem com a texturização, e é isso que nos dá a sensação de fidelidade na captura. É natural que assim seja, o Lidar no iPhone não foi concebido para digitalização. Mas usar um telemóvel para este tipo de capturas é muito mais acessível do que equipamentos dedicados.
Não posso encarar isto como digitalização de alto nível, para isso teria de enveredar pela fotogrametria pura ou usar scanners laser ou lidar (e para isso, não há orçamento...) dedicados. O scan 3D por telemóvel é um passo intermédio entre fotografia e 3D, permite captar o momento, a memória, de uma forma volumétrica. E, só por isso, já é interessante e abre caminhos estéticos.
Sacristia by Artur Coelho on Sketchfab
A basílica de S. Francisco el Grande foi uma inesperada surpresa do esplendor barroco. Era proibido recolher imagens no seu interior, mas não resisti a fazer algumas capturas à socapa. Aqui, uma das salas da sacristia da Basílica.
Trajes de Ópera Chinesa by Artur Coelho on Sketchfab
Não posso dizer que esta é uma boa captura, estava com distância, e condições de baixa luminosidade, através de vidros reflexivos. Mas deu um resultado esteticamente interessante. Museu do Oriente, exposição dedicada aos trajes da Ópera Chinesa.
Sem Casa, Sem Pão, 1919 by Artur Coelho on Sketchfab
O Museu de José Malhoa nas Caldas da Rainha tem uma assinalável coleção de arte figurativa portuguesa, do final do século XIX aos meados do século XX. Capturei lá esta escultura de José Rato, de 1019.
Ponte Romana da Catribana by Artur Coelho on Sketchfab
Perto de uma das praias que frequento, a da Samarra, encontra-se a aldeia da Catribana, onde está preservada uma ponte romana e parte de estrada. Um scan ambicioso, a puxar os limites do que o iPhone consegue fazer em termos de distâncias.
Asterix, Obelix e Ideafix by Artur Coelho on Sketchfab
Aproveitei uma estadia em Madrid para visitar a exposição Cómic: Sueños e Historia na CaixaForum (digamos que foi uma das razões para ir à capital espanhola). Uma das secções mais instagramáveis da exposição incluía estes modelos de Astérix e Óbelix.