quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

É fácil ter ideias.


Hoje, com algum tempo para me dedicar a isto, optei por dois desafios. Primeiro, aumentar a escala das impressões. Até agora tenho feito uns modelos tímidos e pequenos. Pegando naqueles que sei que irão resultar, atrevi-me a ampliar escalas. Este rústico do modelo de foguetão é o somatório de um processo de modelação em Sketchup mais rigoroso que tenho de dominar para ensinar aos alunos, Durante o dia ocorreu-me como fazê-lo: partindo da bidimensionalidade dos traçados geométricos circunscritos em circunferências, ou talvez desafiando os professores que na escola usam geogebra a gravar alguns exercícios como imagem para trabalho posterior no Sketchup.

Ideias. Tê-las é fácil.


Não desesperei quando dei com esta impressão a falhar. Foi uma lição. Em peças com curvas complexas não é má ideia deixar o beesoft, o software de slicing e impressão da bee, fazer estruturas de apoio.


O objectivo deste copo era testar o Netfabb, programa de reparação e validação de meshes stl. A mesh em si era de raíz um ficheiro stl, gerado pelo SubDivFormer no meu tablet. A correcção automática do Netfabb validou o modelo.

Sim, testei-o com o líquido. Não, a taça não tinha consistência interna para manter o líquido no receptáculo. Sim, claro que não fiz esse teste ao pé da impressora.


No ano passado andámos a brincar com captura do real usando o 123DCatch. Fui buscar meshes geradas pelo serviço web da Autodesk para testar um outro fluxo de trabalho: limpeza e remeshing com o Meshlab, validação e correcção automática de erros com o Netfabb, que ainda permite cortar a peça ao longo dos eixos XYZ fechando o objecto. A ironia desta impressão é que é o resultado da digitalização em 3D de um objecto físico, a mascote do Centro de Recursos Poeta José Fanha. Do real para o digital, e de volta ao material.

Experiências que adensam o conhecimento sobre a impressora 3D, mas não resolvem directamente o meu problema principal. O objectivo deste projecto é permitir que os alunos imprimam os objectos que conceberem. Para isso preciso de uma aplicação que gere ficheiros STL a partir dos objectos por eles criados. A conversão simples não chega. Programas como o DogaL3, super fácil para criar objectos 3D, geram meshes cuja geometria interior já percebi que não permite impressão correcta. No Sketchup tem de se ser muito rigoroso para que as superfícies gerem objectos sólidos. algo que requer experiência que está mais além do que eles conseguem obter em três ou quatro aulas. Essencialmente, preciso de algo que pegue num modelo exportado em VRML ou Collada, elimine as geometrias conflituosas no interior e gere um modelo apenas com a geometria exterior.

Estarei a pedir demais?

O que sei é que estou a ir além dos limites do que fui aprendendo sobre 3D nestes anos de autodidacta. E a esforçar os neurónios à procura de estratégias sobre como colocar os alunos a modelar em 3D para impressão de forma eficiente. Suspeito que nestes primeiros tempos a resposta esteja na extrusão de linhas de desenhos 2D. Hey, é um começo.


Eu sei, parece um desastre horrível de impressão. Na verdade correu como esperava, dada a escala diminuta de um objecto muito complexo. Foi a última do dia, feita a partir de um dos mais icónicos trabalhos dos alunos que já passaram pelas TIC em 3D. A experiência aqui era a de exportar um objecto concebido por utilizadores com pouca experiência de modelação (mas, neste caso, muita garra e criatividade e recorrer ao Netfabb para minorar ao máximo os erros de impressão. Não me pareceu ter corrido mal, mesmo com o Netfabb a avisar que a mesh esta incorrecta. Escala diminuta, recordem. E o principal da forma está lá. Tenho de arriscar uma impressão maior, depois de rever novamente o modelo Sktechup e afinar a mesh com as poderosas opções do Meshlab.

É irónico. O que eu achava que seria muito difícil neste processo, a impressão 3D em si, está a revelar-se o mais simples. Sem dúvida graças ao trabalho colocado pelos criadores da bee na simplificação do processo. E o que seria simples, a criação de modelos 3D para imprimir usando programas e processos já afinados ao longo dos anos em que a modelação 3D se introduziu na sala de aula, está a rever-se o mais complicado. Enfim, há muito que aprender sobre isto. Para se ensinar é preciso aprender.

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