"Professor", diz a assistente operacional depois de bater à porta, "veja lá o barulho na aula, é que há provas ao lado..." Realmente, a aula estava ruidosa. Olhei à volta. Eu estava focado a ajudar alguns alunos mais atrasados a enviar-me o seu projeto de programação de um videojogo. Outros, que já tinham tudo finalizado, saíam do seu lugar e iam ajudar colegas que estavam atrasados, ou com dificuldades na programação das variáveis, o passo final do projeto. "Já terminei, posso ir para o lado do colega ajudar...?", pediam.
Entretanto, duas alunas assumiam a responsabilidade de ajudar todos os sejs colegas a instalar o Provas IAVE, o software onde irão realizar as provas de aferição. Assumiram de tal maneira que os computadores dos vinte e oito alunos ficaram despachados a meio da aula.
Um dos alunos, que passou grande parte do tempo do projecto sem conseguir fazer nada, mas que com ajuda minha conseguiu programar quase tudo, passeava-se pela sala, de computador na mão, ufano a mostrar o seu jogo aos colegas. Ao meu lado, um aluno brasileiro recém-chegado dava os primeiros passos de programação, e entre os exemplos projetados e a ajuda dos colegas, já não precisava das minhas indicações para nada.
"Vá lá, malta", levanto a voz, "vamos parar com o barulho", digo, sem grande convicção. É que algazarras destas numa sala de aulas, venham elas.