Sequência de filmes projectados no átrio da escola E.B. 2,3 da Venda do Pinheiro para comemorar o arranque das actividades do Plano Nacional de Cinema no Agrupamento. A escolha das obras pretende reflectir, de forma simplificada, a evolução narrativa do cinema desde os quadros pictográficos do quotidiano às histórias que nos encantam, mostrando um pouco dos primeiros anos do cinema experimental, de comédia, drama, terror, ficção científica e animação.
No dia 5 de novembro de 2015 comemorámos um Dia do Cinema, mostrando aos alunos artefactos cinematográficos das primeiras décadas e projectando o filme Adeus, Pai em sessão para pais e encarregados de educação no Centro de Recursos Poeta José Fanha. É um primeiro passo num conjunto de actividades ao longo do ano lectivo que visa divulgar e despertar consciências para a arte cinematográfica.
L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat (1895)
Filmado pelos irmãos Lumiére, esta vinheta foi um dos primeiros filmes a ser apresentados ao público em 1896. Consta que na primeira projecção os espectadores saltaram apavorados das cadeiras, assustados com o inesperado impacto das imagens em movimento.
Primeiros Filmes Portugueses (1896)
Aurélio Paz dos Reis foi o pioneiro do cinema em Portugal, trazendo para o nosso pais no final do século XIX a tecnologias cinematográfica e realizando os primeiros filmes em solo nacional. Estes curtos filmes faziam parte do Kinetógrafo Português, primeiro espectáculo de cinema a ser exibido no Porto.
L'homme à la tête de caoutchouc (1901)
Méliès distinguiu-se pelos filmes fantásticos que realizou, tirando partido das possibilidades dos efeitos especiais ópticos numa época em que estes meios técnicos eram rudimentares segundo os nossos padrões contemporâneos. A sua carreira como ilusionista inspirou-o a utilizar os recursos técnicos do cinema, então uma arte nascente, para deslumbrar os espectadores com assombrosos truques cinematográficos.
Le Voyage dans la Lune (1902)
George Méliès foi pioneiro em muitas vertentes do cinema. Criou o Star Films, o primeiro estúdio de cinema em 1896, e fez uso dos primeiros efeitos especiais em cinema. Os seus filmes feéricos encantaram os seus contemporâneos. La Voyage dans la Lune, livremente baseada nos livros de Júlio Verne e H. G. Wells, é um dos primeiros filmes que há registo no domínio da ficção científica.
The Great Train Robbery (1903)
Os estúdios Edison, situados nos laboratórios do inventor Thomas Edison em New Jersey, foram o primeiro grande estúdio de cinema americano, precursor de Hollywood. Não se distinguiram pela qualidade dos filmes realizados, mas pela visão estritamente comercial do cinema. Este filme de Edwin S. Porter ficou para a história por ser um dos primeiros Westerns, com importantes inovações técnicas de filmagem ao ar livre e edição, mas mais especialmente pela cena, na altura chocante, de um pistoleiro que disparava encarando a audiência. Essa cena funcionava como chamariz, trazendo espectadores às projecções pelo seu carácter de novidade inesperada.
The Unchanging Sea (1910)
O cinema é indissociável das grandes estrelas, os actores e actrizes que apaixonam e fazem sonhar o grande público. Desde cedo que o cinema soube trazer às luzes da ribalta personalidades imortalizadas no celulóide. A canadiana Mary Pickford, uma das primeiras grandes estrelas do cinema mudo, foi uma das fundadoras dos estúdios United Artists e da Academia de Artes Cinematográficas americana, que distingue anualmente os melhores filmes com o prémio Óscar. O filme The Unchanging Sea foi realizado por D. W. Griffith, um dos primeiros grandes realizadores da história do cinema.
Métamorpohoses (1912)
Quando o cinema se começou a afirmar como meio de expressão e nova forma de contar histórias, houve realizadores que seguiram as pegadas de Méliès na procura do fantástico no cinema. O realizado franco-espanhol Segundo de Chomón também se distinguiu pelo seu pioneirismo no uso de efeitos especiais no cinema.
Gertie the Dinosaur (1914)
Winsor McKay marcou a história da banda desenhada como criador de Little Nemo in Slumberland, uma da mais influentes séries dos primeiros tempos do género. Também trouxe as suas personagens ao cinema, tornando-se precursor do cinema de animação com um espectáculo de vaudeville, posteriormente de cinema, em que misturava imagem real com animação. Gertie foi animado para aparentemente responder às indicações verbais de Mckay.
L'Uomo Mecanico (1921)
Desde cedo que o cinema se afirmou como um meio global, trazendo aos públicos a magia das imagens projectadas. Depressa se adaptou, passando das vinhetas do dia a dia para o desenvolver do contar de histórias num novo meio que desenvolveu uma nova linguagem. Comédias, drama, aventura, histórias que encantavam e cativavam audiências. A aventura foi global, e a Europa dos anos 20 fervilhava com cinema. De Itália chega-nos esta mistura de sátira e futurismo com homens mecânicos, um dos primeiros filmes a abordar a temática dos robots.
The Haunted House (1921)
A par com Charlie Chaplin, Buster Keaton é um dos maiores nomes da comédia do filme mudo, considerado um dos maiores actores e realizadores da história do cinema.
Safety Last (1923)
O cinema americano depressa se afirmou pelo seu lado comercial. Os estúdios procurava constantemente formas de assegurar sucessos de bilheteira e garantir lucros. As comédias depressa se tornaram um dos géneros de maior sucesso, legando-nos figuras icónicas como Charlie Chaplin, Buster Keaton, Laurel & Hardy, Keystone Cops ou Harold Lloyd, exímios praticantes da arte de arrancar gargalhadas nas situações mais delirantes. Harold Lloyd protagonizou cerca de duzentos filmes cómicos, legando para a historia do cinema a cena em que o seu personagem se segura num relógio no filme Safety Last.
The Phantom of the Opera (1925)
O cinema tornou-se uma excelente forma de causar arrepios. Lon Chaney ficou conhecido como o homem dos mil rostos, pela forma como retratava os seres mais arrepiantes no cinema. Esta cena do filme Fantasma da Ópera, primeira adaptação cinematográfica do romance de Gaston Leroux, arrepiou os espectadores da época.
The Lost World (1925)
Os efeitos especiais de hoje são resultado do talento combinado de animadores 3D, peritos em efeitos, criadores de maquetes, maquilhadores e muitos outros que nos dão os efeitos espectaculares ou tão discretos que nem damos por eles dos filmes de hoje. Uma das técnicas clássicas de animação para efeitos especiaiais é o stop motion, muito desenvolvido pelo influente Willis O'Brien como forma de dar vida ao imaginário em celulóide. O filme Mundo Perdido, adaptado do romance homónimo de Arthur Conan Doyle, deslumbra com as suas fantásticas cenas de dinossauros animados em stop-motion.
Steamboat Willie (1928)
O filme que gerou um império. Hoje os estúdios Disney são uma referência cinematográfica. Walt Disney lançou aquele que se iria tornar o seu personagem mais querido do grande público, o rato Mickey, neste filme que também é o primeiro filme de animação com som sincronizado.
Silly Symphonies (1929)
Os Estúdios Disney tornaram-se uma referência na animação, estatuto que ainda hoje mantém. Durante os anos trinta aproveitaram a inovação tecnológica dos filmes sonoros para atrair o público aos seus filmes. As Silly Symphonies são animações pensadas de acordo com o ritmo musical, e notabilizaram-se por introduzir inovações técnicas ao nível do som, filmagem multiplanar e uso da cor. Foi nesta série que outro dos grandes personagens da Disney, o pato Donald, se estreou no cinema.
Chelovek s kinoapparatom (1929)
Se nos primeiros filmes o cinema ainda não conhecia a sua linguagem, os realizadores depressa começaram a explorar as possibilidades trazidas por este novo meio de comunicação. Dziga Vertov marcou o cinema pela forma arrojada como conjugou a câmara, os pontos de vista e as técnicas de montagem para conferir dinamismos inautidos à imagem em movimento.
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