sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Chatices

O professor está sempre a meter-nos em projectos e coisas assim... dizia-me a aluna durante a aula. Pois, é uma chatice, eu sei. Não não, é fixe! Ainda bem!

São estas pequenas recompensas que nos enchem a alma.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

TIC Educa 2014

A boa notícia que recebi ontem foi que o artigo que submeti ao TIC Educa 2014 foi aceite. Mas melhor que a possibilidade de participar no maior encontro nacional sobre tecnologia na educação foi ler o comentário do revisor do congresso que analisou o artigo: "Li com toda a atenção o artigo submetido e considero de muita boa qualidade. É um texto descritivo do trabalho desenvolvido com estas ferramentas tendo como suporte ferramentas e aplicações inovadoras, em especial em contextos curriculares como os descritos. A exploração destes ambientes computacionais é muito promissora para  o desenvolvimento da criatividade e das capacidades de expressão das crianças e jovens. O aspecto a melhorar no futuro é a investigação educativa com a recolha e tratamento de dados que possam suportar os benefícios potenciais do uso destas tecnologias em sala de aula."

Devo dizer que sinto uma ponta de orgulho ao ler este comentário. Em particular na observação que explorar ambientes tridimensionais na vertente de criação e não de mero consumo pode ser promissor para o desenvolvimento da criatividade e capacidades de expressão, às quais se junta a percepção visuoespacial e o mais elementar domínio do computador. E o apontar da falha principal do trabalho, a falta de dados que comprovem algo que se intui como pertinente e estimulante, é precisamente um dos saltos qualitativos que sinto faltar dar neste projeto. Só que neste momento não disponho de condições académicas para o fazer. É algo que requer um conhecimento mais profundo de psicologia da aprendizagem e seria melhor desenvolvido com parcerias nessa área. O projeto TIC em 3D é desenvolvido na escola, em sala de aula de TIC ou em projecto interdisciplinar, recaindo sobre mim o esforço de o levar em frente. Note-se que desde que comecei a levar portáteis para as aulas de EVT até agora já seis anos se passaram, com uma tese de mestrado pelo meio que incidiu sobre o tema e abriu muitas das portas para vertentes de actuação que permitem resultados supreendentes. Como os mundos virtuais, ou o VRML, que apesar de ser uma tecnologia datada facilita muito este tipo de trabalho. Mas subscrevo. Uma coisa é perceber que algo tem um enorme potencial. Outra é provar, e isso é um trabalho imprescindível.

A estratégia de candidatura a colóquios e congressos insere-se na necessária vertente de divulgação deste projecto desenvolvido no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro. Por muito interessante que sejam projectos desenvolvidos na escola nada têm a ganhar se ficarem encerrados dentro da sala de aula ou dentro dos limites locais das escolas. Há que divulgar, e isso implica arriscar a participação em eventos que possibilitem divulgação. E confesso que dá gosto falar disto noutros contextos, quer a professores quer a outros. Neste ano foram conseguidas algumas vitórias neste esforço. Conseguiu-se apresentar as TIC em 3D no congresso da Associação de Professores de Expressão e Comunicação Visual, que permitiu fugir da área das TIC na Educação e falar do tema a docentes cujas preocupações se prendem mais com a estética, criatividade e expressão artística, despertando para as possibilidades do computador nestas áreas e sublinhando o transvasar dos limites da organização curricular em disciplinas sentidas como estanques apesar de formarem um todo coerente. Também estivemos presentes na Lisbon Mini Maker Faire, completamente fora dos contextos educativos tradicionais, o que permitiu falar e divulgar a públicos cujo contacto com o mundo da educação é reduzido. O feedback recebido foi estimulante e, curiosamente, vi nos comentários dos visitantes espelhadas as preocupações com a criatividade, incentivo vocacional e capacidades de abstracção visual. É muito importante, creio, sair dos recantos habituais e confrontar com a opinião daqueles que estão fora dos meios ou nichos educativos.

Infelizmente o TIC Educa calha nos mesmos dias do Fórum Fantástico, o que implica fazer escolhas, e as questões do imaginário ficcional também me são importantes. Por isso vou ser obrigado a deixar para trás o TIC Educa. Tenho pena, mas ubiquidade é uma competência que ainda não desenvolvi. Este ano foi de recompensadoras vitórias. Espero, francamente, que seja um prenúncio de continuidade e não um canto de cisne. Pela parte que me toca o trabalho continua e os braços não vão baixar. Nunca pretendi que isto fosse um projecto daqueles que teve o seu momento de glória e ao qual depois não foi dada continuidade. Sabem bem do que estou a falar. Quantos projectos não deparamos que nos são mostrados como tendo sido vencedores de concursos, elogiados por entidades ou premiados num determinado ano, mas que depois estagnaram, não evoluíram ou ficaram-se por aí?

Acho que o próximo TIC Educa é em 2016. E que tal concorrer com este projecto levado à impressão 3D? Boa ideia?

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Planos

Professor, só vamos ter TIC no segundo semestre. Mas já estou a planear o trabalho que vou fazer para si. Coisas que sabem bem ouvir. Quem me disse isto foi o aluno que gosta de trabalhar com motion design e que já no ano passado me fez um trabalho inesperado e interessante. Bem, vou aguardar o resultado do planeamento criativo.

As TIC em 3D na Lisbon Mini Maker Faire


Ao passar pelo átrio... eis-nos projectados nas paredes do Ciência Viva! Uma foto que alegrou muito os alunos que estão aqui representados de forma necessáriamente anónima pelos seus projectos.

Encerramos a participação do projecto As TIC em 3D/3D Alpha na primeira Lisbon Mini Maker Faire, que de mini teve muito pouco. Cem participantes, cerca de dez mil visitantes, três dias muito intensos e recompensadores. Resta-nos fazer o balanço deste momento, reflectir nas possibilidades despertadas e agradecer àqueles que nos possibilitaram dar este passo. Podem ver aqui um apanhado fotográfico da nossa participação e visita à Lisbon Mini Maker Faire.


Este foi o nosso espaço durante dois dias. Protegido do vento e da chuva pela estrutura de um hackerspace lisboeta, ao pé do centro Ciência Viva de LagosDigital Fabrication Lab da Universidade do Porto, Mafralab, A Batuta é Tua e Fotão a Fotão Tenho a Ciência na Mão. Um espaço necessariamente simples, com vários computadores a demonstrar algumas das actividades já dinamizadas neste projecto.


Alguns dos nossos projectos em exposição. Fazia falta um kinect ou leap motion para possibilitar a manipulação dos objectos virtuais, mas temos de trabalhar com as ferramentas de que dispomos.

O primeiro objectivo era mostrar exemplos do que crianças e jovens têm desenvolvido no âmbito deste projecto. Expostos estavam trabalhos em Sketchup, modelos virtuais em VRML, mundos virtuais, animações 3D, registos de experiências com 3D scanning e realidade aumentada. Num evento dedicado ao espírito Maker, onde estavam em exposição os mais variados projectos de impressão em 3D, robótica, prototipagem, arduino, electrónica criativa e outros mirabolantes usos de electricidade, componentes e programação, o espaço das TIC em 3D no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro dependeu muito da interacção pessoal com os visitantes.

Com pouco que manipular e muito para mostrar, conversámos com quem nos visitou, explicando as vertentes do projecto. O primeiro passo foi sempre o de sublinhar que o exposto foi criado por crianças e jovens, e em seguida abordar as diferentes experiências já feitas do domínio da modelação 3D, mundos virtuais, animação 3D, realidade aumentada e 3D scanning. Referimos que a faixa etária dos alunos envolvidos vai dos 8 aos 15 anos, o que despertou comentários de incredulidade da assistência. Explicámos a metodologia de base, envolvendo uma componente de aprendizagem elementar de aplicações de modelação e animação 3D que depois é levada ao trabalho de projecto, podendo apostar na interdisciplinaridade, expressão pessoal ou abordagem directa às metas curriculares sempre enfatizando a utilização criativa e não passiva de meios digitais.

Neste aspecto o foco das nossas apresentações estava no potencial de trabalho interdisciplinar, observando que muitos dos trabalhos expostos reuniam aprendizagens de TIC, Ciências da Natureza e Português materializadas em produtos únicos. Outros abordam de forma diferenciada as metas curriculares de TIC, em particular do domínio do tratamento de informação e produção de documentos que aqui pode ser feito através de pesquisa, estruturação de metodologias de trabalho e recriação em 3D. Também referimos o potencial de estímulo ao desenvolvimento da percepção visuo-espacial, o incentivo á utilização das TIC sob uma perspectiva de criação e não de consumo, o despertar de vocações através da introdução precoce de tecnologias complexas que possibilitam às crianças que revelam aptidão para estas áreas começar mais cedo a desenvolver os seus interesses. Sendo mais específicos, observámos e demonstrámos a importância do pensamento e conhecimento geométrico aplicado de forma lúdica e criativa neste tipo de aprendizagem.


Mais do que expor, a oportunidade permitiu divulgar e falar com os visitantes. E, porque não, uma vez que este projecto ensina 3D a crianças e jovens, mostrar aos visitantes mais pequenos que afinal é fácil e divertido modelar em 3D? Sempre que possivel desafiámos os visitantes mais novos a mexer e aprender, de forma rápida, como utilizar aplicações 3D. Há algo de mágico no sorriso de crianças e adultos quando vêem a facilidade com que no Sketchup se criam formas tridimensionais a partir de superfícies. A partir daí foi incentivar a mexer, e chegámos a ter visitantes que vieram ter conosco nos dois dias para criar objectos em 3D.

Muitos dos visitantes tinham conhecimentos sobre este tipo de tecnologias. Por um lado ficaram surpresos com a possibilidade de crianças as poderem utilizar, por outro referiram a importância deste estímulo à aprendizagem para dotar os alunos de competências para o século XXI. Perguntaram-nos muitas vezes se éramos uma empresa, mas não, somos escola. Perguntaram se éramos um clube ou iniciativa de colégio, mas não, somos escola pública e este trabalho é desenvolvido em aula. Perguntaram se dávamos cursos ou desenvolvíamos software, mas não, trabalhamos com alunos do Agrupamento e utilizamos software já disponível com um largo espectro de aplicações do vasto domínio do 3D. Perguntaram se isto era comum em todas as escolas, e não, não é, mas aproveitamos o momento para falar de outros projectos e iniciativas pedagógicas nos domínios de robótica e programação para crianças que mexem com uma cada vez maior diversidade nas escolas portuguesas. Num momento em que a escola pública e a educação em geral navega por águas turbulentas, esta foi uma oportunidade para, fora do habitual contexto local ou ligado à educação, mostrar exemplos do que se faz na escola. Surpreender, divulgando.



Filhos e pais, intrigados e a descobrir. Até os adultos podem aprender a mexer um bocadinho no 3D.

O melhor deste tipo de eventos é colocar em contacto pessoas com diferentes experiências e com isso abrir espaço a novas ideias. Despertámos a atenção de elementos da beeverycreative, Coder Dojo Lx, FabLab Aldeias de Xisto, makerspace Maquijig, KitNaWeb, Inov-E, entre outros. Talvez daqui saiam possibilidades de colaboração que permitam dar novas dimensões às TIC em 3D. Porque nos falta o passo seguinte. Num evento dedicado ao making, ao fazer, mostrámos apenas o conceber, que é também um momento importante. Foi-nos referido por visitantes que por muito fascinantes que sejam as capacidades e resultados da impressão 3D, faltava-lhes o elemento estético que o nosso projecto trazia. Materializar as criações dos alunos é um passo lógico e necessário que queremos dar, e para o qual já estávamos à procura de meios para o fazer. Este momento de partilha potenciou mais estas possibilidades. Poderemos pensar em desafiar makerspaces para imprimir as criações em 3D dos alunos, convidar ao desenvolvimento de mostras e workshops locais, ou outro tipo de iniciativas que levem o criar em 3D às crianças e jovens.


Foram três dias intensos, cansativos mas recompensadores. Três dias a aprender muito, a divulgar uma experiência artística/pedagógica/digital que, nos momentos de reflexão enquanto se fala com as pessoas que nos vieram visitar, se percebe já acumula anos de trabalho. Três dias de explicações e discussões sobre as TIC na escola com todo o tipo de visitantes e em várias línguas. E ainda se arranjou tempo para por um sorriso e um brilhozinho nos olhos de crianças que pegaram no rato e perceberam que afinal ‪o 3D‬ é simples e divertido. E nos dos seus pais também. Terminou. Ponto final neste desafio e venham os próximos. Alguns já estão programados e em breve serão revelados, outros poderão surgir desta presença na MakerFaire.

Para terminar, deixo um agradecimento à ‪organização da Lisbon Mini Maker Faire‬‪‬, um abraço aos vizinhos ‪do Mafralab‬ (finalmente cruzámo-nos!) e Inov-E‬ (partilhamos a vontade de inovar na educação com recurso ao uso inteligente da tecnologia). Também agradeço à direcção do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro por todo o apoio que tem dado e aos professores que me têm desafiado ou sido desafiados ao longo destes anos nos projectos que saem da minha sala de aula. Mas o grande agradecimento vai para os alunos que me têm surpreendido consistentemente ao longo dos anos. Sem eles isto nem existiria ou faria sentido. É a criatividade, entusiasmo e vontade de aprender que noto ao trabalhar com eles aquilo que realmente me motiva. Não é por acaso que o projecto se intitulou TIC Tridimensional no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro. Isto posto desta forma faz parecer que o projecto encerrou, mas não. Longe disso. Iniciou um novo ano lectivo e já há ideias a explorar. Muito em breve os alunos de sétimo ano vão começar a aprender em 3D, e se a sorte favorecer poder-se-á começar a experimentar o materializar do virtual através da impressão 3D. Pelo menos extensão à realidade aumentada e 3D scanning estão assegurados.

A sensação final é boa. E agora as ‎Tic‬ em 3D no ‪Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro‬ fazem o signing off da primeira  +Lisbon Mini Maker Faire. Quase dez mil visitantes. Espantoso. Foi muito bom ter cá estado. A seguir iremos estar em Setúbal num encontro sobre clubes de informática, programação e arduino nas escolas (brevemente divulgaremos) e, claro, recomeçaram as actividades lectivas e já há novos projectos para iniciar. Até ao próximo desafio para as TIC em 3D!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Lisbon Mini Maker Faire: dias 2 e 3.


Robot Zeco quer ser amigo?


Quando o Theremin inventou este instrumento musical estaria longe de imaginar as insanidades de hardware do AltLab.


A Prusa Hephaestus da bq imprime com uma belíssima resolução. O extrusor deve ser muito preciso e a calibração cuidada para sair uma impressão 3D destas.


Teste ao Oculos Rift, cortesia do Mafralab. Primeiro impacto: wow! Segundo impacto: estou a ficar com tonturas. A demos era simples, a partir do Google StreetView estávamos no centro de Mafra, a olhar para o Convento, mas ao virar a cabeça a percepção era a que teríamos se estívessemos no local real. Foi tão requisitado que o hackerspace teve de fingir uma avaria para acalmar os visitantes.


Esculturas generativas misturando 3D capture em Kinect, algoritmos de swarm e 3D printing. Uma intersecção entre arte, tecnologia e matemática.

Alguns detalhes de uma enorme vastidão de projectos expostos que mostram que a tecnologia criativa ganhou ímpeto por cá. Algo que já notei no mundo da educação de forma incipiente mas cuja explosão noutras áreas esteve patente nesta mostra. A quantidade de talento e inventividade era estrondosa e a diversidade extraordinária, apesar do forte pendor para a impressão em 3D. Estando dentro, a apresentar uma pequena contribuição, não pude visitar com calma os vários expositores. Fiquei reduzido a umas fugas nos raros momentos em que a zona onde estava ficava mais calma. Mas ficou assente que há muitos a fazer muita coisa, A desenvolver, investigar, experimentar, modificar, recriar. É um misto de invenção com reapropriação e expressão artística.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Lisbon Mini Maker Faire: Dia 1


Bom dia, humanos insignificantes. Hoje o dia foi de testes, montagens e palestras mas já deu para ver muita coisa. Robots e impressoras 3D abundam, e o espaço do Pavilhão do Conhecimento está a encher-se de projectos muito criativos que têm em comum o uso experimental da tecnologia.


Um pequeno detalhe de uma grande impressora 3D da Leds & Chips. Suspeito que tenha um metro cúbico de volume. Cabe lá dentro um humano.


Máquinas féericas de Pietro Proserpio, que leva à Faire uma máquina do tempo e uma máquina de fazer sons aleatórios. A fazer lembrar Tinguely pela deliciosa magia mecânica.


Coelhos a reproduzirem-se. Se bem que o paradigma da impressora que imprime peças de impressora é mais da RepRap do que da Makerbot, mas enfim. Coelhos a reproduzirem-se. O low poly é um mimo.


Bicharocos montados a correr parede fora. Uma ideia de estética interessante do FabLab Aldeias de Xisto.


E sim, os velhinhos mindstorms de primeira geração ainda mexem.


Teste de montagem ao espaço do 3D Alpha na MakerFaire. Não se preocupem, vai haver mais do que isto. Mas já percebi que levei monitores a mais para o espaço de que realmente disponho, o que quer dizer que não vou poder mostrar tanto quando poderia.


Do Mafralab estão a vir coisas muito giras. Como estes tricos g33k. Um barrete com leds e um pacman tricotado.


Quando os elementos da beeverycreative estavam a começar a montar o seu espaço suspeitei que estariam a construir um forte de caixas de cartão. O resultado final anda lá perto, mas é uma solução com um design interessante e de baixo custo para criar um espaço diferente e atraente.


Awww. Sad robot is sad. Digamos que os robots Infante ficaram com um ar de frágeis criaturinhas.

Pequenos apanhados do primeiro dia da primeira maker faire portuguesa. Os níveis de criatividade e talento são espantosos. Amanhã será o dia do grande embate com o público. O fim de semana promete. E eu não consigo deixar de me sentir pequenino, com o trabalho de introdução ao 3D desenvolvido com alunos que todos os anos me deixam surpreso, ao pé de projectos tão avançados e espantosos como os que estão para partilha na maker faire.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

... or bust!


Pronto para as tic em 3D na +Lisbon Mini Maker Faire. Projectos seleccionados, método de apresentação resolvido, sinalética criada e impressa, tudo a caber discretamente na mala do carro. Apetece tirar uma selfie  makerfaire or bust e publicar no instagram, mas ainda não é o momento. Até porque amanhã não levo todo o material, uma vez que a montagem para o público só será durante o fim de semana.


Como apresentar os projetos em 3D dos alunos? Um dia haverei de ter um kinect, um oculus rift ou uma prusa (ou, sonhando mais alto, uma bee), mas até lá valem os veteranos netbooks comprados com o prémio atribuído ao Sistema Solar Virtual (pelos deuses, já se passaram quatro anos?) ligados a monitores para permitir visualizar mundos virtuais, modelos 3D e animações 3D. Vou precisar de muitas tomadas. Como bom sobrevivente da gestão de recursos informáticos na escola, vou bem precavido.


Para além dos identificadores definidos pela organização ainda houve que identificar equipamentos e criar alguns cartazes que expliquem um pouco o que se tem feito neste projecto.


Espalhar a mensagem aos alunos nesta primeira semana de aulas revelou-se mais difícil do que pensava, Mas hoje tive muito por acaso a belíssima experiência de conversar com uma das turmas que me tem acompanhado ao longo destes anos, quer em EVT quer em TIC, e vê-los orgulhosos, curiosos e entusiasmados com este evento. Levar um grupo de alunos em visita de estudo seria o desejável, e chegou a estar pensado, mas sendo os dias principais da Makerfaire durante o fim de semana a ideia acabou posta de parte. Há que divulgar, e fico com a sensação que nestes últimos dias tenho sido um chato. Makerfaire deve ser para aí a palavra mais recorrente no meu vocabulário.


Sinto-me pequenino. Honrado e deslumbrado por poder mostrar uma forma de aprendizagem criativa cujos resultados são surpreendentes pela inventividade e capacidade das crianças no dominar ferramentas complexas, mas estar ao lado de hackers e makers que constroem máquinas de fabricação, robots, drones, arcades de realidade virtual e tantas outras experiências criativas com hardware e software utilizados de formas impensáveis deixa-me esmagado. Ter as criações virtuais de crianças ao lado de tanta coisa espantosa é uma experiência... espantosa.

Yep, pois, fico sem palavras. Amanhã começa. Se passarem por lá durante o fim de semana, tragam-me um café. Suspeito que vou precisar, nem que seja como pausa da previsível intensidade da Lisbon Mini Maker Faire.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Lisbon Mini Maker Faire


A Lisbon Mini Maker Faire é o primeiro evento do género a ser realizado em Portugal. Reúne makers das mais variadas áreas, da robótica à impressão 3D e outras tecnologias experimentais. O Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro também estará presente, divulgando o trabalho dos nossos alunos do domínio da modelação e animação 3D. Venha visitar-nos!

Para além dos trabalhos dos nossos alunos poderá ainda ver e experimentar riftcycles de realidade virtual, drones, aplicações de tecnologia de ponta, robótica, picosatélites e espectáculos de bobines Tesla, entre outras aplicações que misturam tecnologia com arte, investigação e criatividade. O evento irá decorrer no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva de 19 a 21 de setembro, sendo que os melhores dias para o grande público são 20 e 21. A entrada na Maker Faire requer bilhete/registo gratuito, que pode ser feito antecipadamente online no EventBrite-Lisbon Mini Maker Faire ou no local. Para saber mais, visite: Lisbon Mini Maker Faire, EventBrite - Lisbon Mini Maker Faire, Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva3D Alpha.