sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

How to Teach Computing


Mais um, desta vez pela European Schoolnet Academy. Porque nunca temos certezas nem há conhecimento final. Ou melhor, quando sentimos que temos certezas é boa hora de ir aprender algo de novo que nos amplie o espectro de dúvidas. Curso interessante, que despertou o interesse para o coding e mostrou algumas ferramentas intrigantes. Vamos ver o que consigo fazer daqui.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Pausa


Hora de fazer a pausa natalícia. Agora é momento para as primeiras avaliações formais, ter algum tempo para manutenções de sistema, aquisição de materiais e também descansar um pouco. Em janeiro regressamos para acompanhar os projectos finais dos alunos.

A ironia da imagem é dupla. Os fãs de Doctor Who percebem logo os Weeping Angels, criaturas do espaço quântico que a nossa percepção faz parecer estátuas e que só se conseguem mover quando não são observadas. Daí o não piscar de olhos. É uma variante de Horror do princípio da incerteza de Heisenberg. A segunda ironia tem a ver com o ter escrito blink em etiquetas html. A etiqueta <blink> foi talvez a primeira possibilidade multimédia do html, permitindo colocar texto a piscar. De inovadora a odiada foi um passo curto e os browsers mais recentes recusam-se a reconhecê-la. Podem ter um vislumbre da especificação que o próprio criador considerou a pior coisa que poderia ter feito à internet na wikipedia: Blink element. Por isso, don't blink. Senão os weeping angels devoram-vos. Ou os navegadores ficam hipnotizados pelo texto que pisca.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dragões


Aqui há dragões.


O que é que irá sair daqui? Algo épico, suspeito. Do início de um projecto final de um aluno do sétimo ano.

Ambições


A começar a olhar para os projectos finais dos alunos, e a encontrar ideias muito prometedoras. Como esta. Parece simples, mas se for concretizada pela aluna será um modelo em Sketchup do dispositivo de Antikhytera. Um projecto muito ambicioso.


Outros são mais óbvios. Aqui o desafio vai ser o de passar para o interior. O exterior está por demais convicente. Dois projectos, ainda incipientes (só se passou uma aula), mas ambiciosos e a entrecruzar a modelação 3D com conceitos directamente ligados à disciplina de TIC.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Hour of Code@AEVP (II)


Iniciar?


A minha sala enquanto Whovian Code Point. Aposto que mais nenhum teve um Weeping Angel a perscrutar. E percebem a ironia de colocar blink como etiqueta html?

Fotografias estáticas destas actividades são banais. Quem as vê contempla momentos fugazes, mas depressa se entedia pela repetividade das imagens. São sempre as mesmas. Vultos inclinados sobre o teclado, contemplando o GUI de programas ou aplicações web no ecrã. Repetíveis pelas centenas de sala de aula que participaram neste evento global.


Palavras-chave. Frases. Reacções. Professor, isto é "bué" fácil! Ainda bem, é isso que se pretende.

A foto não traduz o ruído, o entusiasmo. A concentração num desafio que obriga a pensar. O colocar de hipóteses, o testar, falhar, e testar novamente, Os gritos de alegria quando se consegue. As vozes intrigadas dos alunos, cujos cérebros estão em alta rotação enquanto procuram forma de solucionar os problemas, aprendendo a sequencializar, repetir e aplicar princípios de operações lógicas.


Esta passou-se à minha revelia. Foi uma boa surpresa.

Este ano fiz questão de entregar os certificados do evento Hour of Code. É um papel, sabemos, mas um papel que surpreendeu pela importância que a maioria dos alunos lhe deram. É o meu primeiro certificado, ouvi. Vou emoldurar... mas mais que ouvir, vi o cuidado com que o guardavam entre os dossiers e livros escolares.


Sim, podemos.

Há fotografias que transmitem um pouco da alegria e entusiasmo das mentes fervilhantes dos alunos que participaram neste Hour of Code. Infelizmente, cumprindo com bom senso as regras de segurança na internet, algo de muito importante quando se lida com crianças, não as posso aqui publicar. Os sorrisos rasgados, os dedos em vitória. O olhar orgulhoso que nos diz eu consegui.

Aprender pode ser divertido. Conceitos complexos tornam-se fáceis com abordagens de aprendizagem lúdica. Não é importante que todos aprendam a ser programadores, mas é importante mostrar e estimular, despertando-os mais cedo e consciencializando todos. Por si, aprender o coding não é fundamental. Mas são-no ficar a conhecer, perceber de forma elementar, desenvolver competências de pensamento computacional. Para que as linhas de código subjacentes ao admirável mundo digital não sejam incantações arcanas incompreensíveis para a larga maioria dos nossos alunos. Ao crescer, cada um dos nossos alunos seguirá o seu caminho de acordo com os seus interesses. Pelo menos assim o espero. Quanto mais vislumbres lhes dermos do que poderão fazer, mais elementos lhes fornecemos que lhes poderão ser úteis para construir o seu futuro.

Termina por aqui a Hour of Code deste ano. Mas não terminam as actividades dentro deste âmbito. Criar programas simples em Scratch já está inserido e estabilizado na estruturação de actividades curriculares para o oitavo ano. Para os alunos de sétimo a Hora do Código é uma introdução ao que se seguirá no semestre seguinte. Falta-nos olhar para outros anos de escolaridade. Este ano isso quase foi possível, senão por uma outra actividade. Isto de estar em escolas dinâmicas por vezes complica os planos.

A Hora do Código é um evento anual dinamizado pela Code.org, apoiado por cá pela Anpri que criou uma página no facebook que permite às escolas participantes partilhar registos das actividades. As nossas estão aqui, mas caveat lector: são uma série infinda de rostos debruçados sobre teclados. Por este ano terminou, esperando que o bichinho fique desperto. Para o ano há mais.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

TICem3D@facebook


As TIC em 3D também já têm uma página no facebook: TIC em 3D. Funcionará como complemento desta, aproveitado a facilidade possibilitada pela rede social de divulgar e atingir com rapidez públicos alargados. Ainda está incipiente, mas já saiu da mira técnica. Como todos os projectos, constrói-se com o tempo. Para já fica com a imagem institucional do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, porque a simbiose é óbvia. Este projecto não existiria sem os fantásticos alunos que tenho vindo a ter ao longo dos anos, e sem a liberdade e incentivo dados pela direcção a ideias que ultrapassem os restritos âmbitos curriculares.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

HourOfCode@AEVP (I)


Não podíamos deixar de nos juntar à Hour of Code. Neste primeiro dia do evento global os alunos de sétimo ano foram desafiados a experimentar os puzzles do Code Studio, antevendo um pouco do que irão descobrir no próximo semestre, no oitavo ano. Foi uma breve mas entusiástica introdução, que obrigou estes incautos alunos a puxar muito pela cabeça para resolver problemas recorrendo a conceitos de programação.


Visitem a nossa galeria para ver mais registos desta primeira actividade Hour of Code.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Code Point

Code Point com tratamento steampunk.


A preprarar a Hour of Code. Metodologia: dividir os alunos em grupos de dois. Distribuir os grupos pelos pcs, que deverá ser fácil nas turmas com trinta alunos (o ano passado certifiquei-me que aproveitava todos os recantos da sala TIC para expandir de 14 postos para 22, e não foram mais porque achei que convinha respeitar regras de ergonomia). Seguir os desafios Hour of Code com o método condutor/navegador: num desafio um dos alunos interage com o computador, o outro auxlia. No desafio seguinte trocam de lugar, e assim sucessivamente. Este ano envolvem-se as turmas de sétimo ano, uma vez que os alunos de oitavo já estão a usar intensivamente Scratch nos projectos finais. Ainda não é este ano que se lança algo para outros grupos de alunos.

Nefasto 3D

The Neurological Side-Effects of 3D: Uma notícia bizarra sobre um estudo científico que recomenda que as crianças não sejam expostas a visualizações tridimensionais para não correr risco de danos cerebrais inspirou Geoff Manaugh do BLDBLG, tongue in cheek, a ir um pouco mais longe. Porque aqueles que temem os horrores mentais do 3D não estão a levar em conta os efeitos da arquitectura, essa sublime forma de dominar o espaço tridimensional: "we are already surrounded by immersive and complexly 3-dimensional spatial environments, built landscapes often complicated by radically diverse and confusing focal lengths. We just call it architecture". E se, em nome da saúde infantil, as crianças não pudessem entrar em determinados edifícios para que o seu desenvolvimento cerebral não seja prejudicado? Os edifícios ostentarem nas entradas avisos de "contemplar a arquitectura desta edificação poderá prejudicar a sua saúde cerebral"? Faz lembrar um pouco as arquitecturas insanas de Borges ou Lovecraft. Estudar os efeitos secundários no cérebro de conjugações de ângulos com superfícies curvas, do equilíbrio de massas ou do efeito da luz sobre as geometrias arquitectónicas?

A ideia do 3D como danoso para o desenvolvimento cerebral tem o seu quê de ridículo. Desenvolver a abstracção e percepção espacial, aliás, é coisa que se faz pouco nas escolas, onde impera o plano bidimensional de representação. A questão do estímulo à percepção visuo-espacial é uma das preocupações por detrás destas TIC em 3D. Mas, pessoalmente, fiquei intrigado com a ideia de poder estar a traumatizar os alunos quando lhes ensino perspectiva, ou a trabalhar com ferramentas 3D...

domingo, 7 de dezembro de 2014

Incantações


A elaborar a personalização do evento de introdução aos códigos aetéricos cujas incantações algorítmicas insuflam de vida os engenhos diferenciais. Mas, hmmm, não sei. Acho que a moldura está a mais.

Allons-yyY!


Mas claro. Este ano com os alunos de sétimo ano. Queria fazer algo para o segundo e terceiro ciclo no Centro de Recursos, mas no único dia possível fui cooptado para acompanhar uma visita de estudo a Lisboa. Fica para a próxima Hour of Code.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Workshop Animação 3D


Hoje, no Museu das Comunicações. Na Sala de Aula do Futuro, com um toque whoviano porque, enfim, há que puxar pelo meu lado g33k.


No workshop fez-se uma introdução à modelação 3D utilizando o Doga L3, programa muito interessante para introduzir conceitos de espaço, perspectiva e workflow de trabalho em 3D. Em seguida aprendeu-se a utilizar o Bryce para criar renders realistas e animação. Gostei de ver o sorriso no rosto dos participantes quando conseguiram criar uma primeira animação com uma simples esfera a mover-se no espaço.


Uma garrafa faz muito jeito para mostrar o conceito de fotograma chave. Mas convém verificar se está bem fechada, não vá haver algum acidente. Obrigado a todos os participantes, e um agradecimento à direcção da Anpri pela faísca e por se estar a revelar tão dinâmica, abrangente e transdisciplinar. É um gosto colaborar com gente interessante. Este desafio está encerrado. Espero que tenha aberto o apetite por estas vertentes de trabalho com criatividade digital. E venham os próximos desafios!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Iniciar a finalização


A terminar a semana em que se iniciou a conclusão deste primeiro semestre de TIC. Agora o desafio está nas mãos dos alunos: aplicar o que aprenderam em projectos de trabalho propostos por eles. Há temas, claro. No sétimo ano podem modelar em 3D elementos de computadores, objectos da história da computação, ou património arquitectónico histórico. Para o oitavo o tema é a segurança digital, em vídeo ou em Scratch. Aqueles alunos que têm ideias bem estruturadas têm maior liberdade de temas. Na imagem, um ínicio de trabalho de um aluno que se atirou ao computador. Se isto é o início, vou esperar um final espectacular.


Para aqueles mais criativos, ou com forte aptidão para estas áreas, o tema é livre. Interessa-me que criem os seus projectos, se metam em alhadas para concretizar ideias, falhem, aprendam, gerem desenvoltura nas ferramentas. Estou lá para auxiliar no que for preciso, se bem que a maior parte das vezes o auxílio que dou é dizer-lhes para tentar novamente, ou tentar de outra forma. Apetece pegar no rato e resolver o problema com três cliques, mas o que interessa é que o aluno perceba como o resolver por si.


Finalmente, mesmo a tempo. Lá ganhei pachorra para actualizar drivers das placas gráficas onboard dos computadores PTE. Resultado: o Minecraft está de volta à minha sala de aula. Mesmo a tempo de dar resposta ao aluno que quer modelar um computador no jogo. E, se calhar, talvez eu experimente isto a sério...

(Curiosamente noto menos interesse pelo jogo nos alunos do que nos anos anteriores. Se calhar o Notch livrou-se a tempo do jogo e Microsoft, a pensar que tem ali uma cash cow garantida, vai suportar o declínio do interesse no jogo.)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Alunos manientos


Eu a querer desafiar os alunos para modelar em 3D com temas de acordo com as metas curriculares de TIC e eles a quererem construir casas e castelos e viagens no espaço. Que mania a destes alunos, de pensar pela cabeça deles!

Na imagem duas alunas a iniciar o seu projecto final, ainda vagamente definido como um centro comercial com lojas, stor, mas o vapor das nuances já se está a condensar em ideias concretas. Como, por exemplo, recriar o logotipo de uma loja de roupas modelando as letras com ferramentas de traçagem.

Mais a sério, tenho uma preocupação com a integração das metas curriculares com esta vertente de exploração um pouco diferente do expectável nas TIC. Uma forma óbvia é usar conceitos como as historia e evolução da computação para temáticas de trabalho. Algo que esta turma rejeitou praticamente em bloco. Pronto, certo, houve dois que se interessaram por recriar em 3D artefactos da história da computação, Dois. Em trinta. Porque este tipo de ferramentas desperta-lhes a criatividade e a capacidade de conceber, definir e trabalhar num projecto individual ou em pequeno grupo é outro dos focos quer das metas quer das metodologias que trago comigo deste os tempos de Educação Visual e Tecnológica.

De forma indirecta há maneiras muito simples de abordar temas das metas. Organização, utilização correcta na interacção com o sistema operativo, partir uma tarefa complexa em elementos mais simples, seguir procedimentos, utilizar redes para comunicar e salvaguardar ficheiros, pesquisar, esboçar e construir esquemas mentais que lhes permitam desenvolver um projecto.... entre outras que o cansaço de um longo dia me impede de enumerar.

O que vale é que sou um chato e tenho mais duas turmas de sétimo ano para convencer a modelar tubos de vácuo, o interior de um computador ou (cinco garantido para quem se atrever a esta) recriar o mecanismo de Antikhytera.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

sábado, 29 de novembro de 2014

Actas Digitais do TICEduca 2014


É uma boa surpresa, se bem que inesperada, encontrar o meu artigo Tecnologias 3D nas TIC publicado nas actas digitais do TICEduca 2014. Não pude ir a este congresso por calhar nas mesmas datas do Fórum Fantástico 2014. Quando se tem um pézinho em diferentes campos por vezes há que fazer escolhas chatas. Pensava que apesar de aceite tinha ficado sem efeito. Tenho pena de não ter estado lá a aprender e a apresentar estas TIC em 3D. Fica para a próxima, com 3D printing, pode ser? As actas do congresso estão disponíveis aqui: Atas Digitais TICEduca 2014.

Cartazes Hour of Code em Português



A página Hour of Code Pt divulgou esta belíssima ideia, da Prof.ª Teresa Marcelino, de traduzir os cartazes Hour of Code para português. Talvez esteja na hora de dar um passo em frente, e criar cartazes Hour of Code com personalidades portuguesas ligadas à tecnologia, movimento maker, artes digitais ou performativas? Note-se o "personalidades", como em pessoas que se distinguem pelo que fazem, não famosos ou políticos a emprestar o sorriso plastificado a mais uma campanha. Seria interessante ter cartezes destes com elementos do Sapo, Beards on Boards, BeeVeryCreative, KotoStudios, YDreams, e a lista poderia continuar...

Hour of Code


O Hour of Code divulgou a lista dos eventos registados em Portugal. Lá estamos, claro. Serve como nota mental: coordenar com o Centro de Recursos Poeta José Fanha, porque este ano quero que a Hour of Code seja não para os que são meus alunos, mas para aqueles que o virão a ser: eventos HoC para alunos de 5.º e 6.º ano. Marcar na agenda, segunda feira, coordenar, coordenar, coordenar, que a hora de código aproxima-se.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A caminho




A fazer avaliações, antes da lufa lufa de final de período. O final do semestre aproxima-se e para que os alunos consigam ter tempo para os seus projectos finais há que começar agora. Avaliar, por enquanto, significa ver até onde é que levaram as aprendizagens passo a passo das aulas. O verdadeiro teste será o projecto final, onde terão que aplicar o que aprenderam na concretização de algo por eles definido.

(Ando a desafiar turmas a modelar um computador, o interior, claro, em 3D para fazer uma animação. Vamos ver se pega.)

Nesta fase não estou à espera de trabalhos excepcionais. São rascunhos, índicios de um percurso de aprenduzagem. Mesmo assim deparo com surpresas deste calibre. Ainda não estão excelentes, mas para lá caminham...

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Desafios


Já se começam a acumular as fotos dos alunos. E, de caminho, descobri uma forma elegante de abordar o lado prático do uso de ferramentas TIC, incentivando a utilização de email, cloud e formas de trabalho à distância. A seguir, o que fazer? Estou indeciso. Morphing é capaz de ser uma boa ideia. Mosaicos também, apesar de serem apenas vinte fotos por aluno. Vídeo... é uma possibilidade. Talvez hyperlapse? Timelaps? Sobreposição de layers? Estou indeciso. Ainda bem. Até porque a escolha da forma de finalizar este projecto de captura do momento fugaz com ferramentas digitais não tem de ser minha. Capacitar os alunos significa dar a conhecer e saber dar o passo atrás para que eles façam as suas escolhas. Mesmo que as nossas preferências não coincidam com as deles.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Dia Aberto IST


Aproveitar o Dia Aberto do Instituto Superior Técnico para dar aquela aula que nos contextos habituais só se pode dar recorrendo a vídeos e imagens: mostrar aos alunos robots, drones e outras aplicações de engenhar e tecnologia. Incentivar as CTEM (Ciênca, Tecnologia, Engenharia, Matemática) através da interacção com objectos concretos. Desafiar à descoberta daquele mundo tecnológico que a muitos dos alunos apenas chega de vislumbre pelo ecrã de televisão.

No Dia Aberto do IST foi possivel a duas turmas do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro terem uma aula de TIC diferente, interagindo com estudantes do ensino superior que lhes mostraram algumas das potencialidades criativas da tecnologia. Algo que se constrói com criatividade e conhecimento, conforme se podia perceber pelos projectos ao dispor dos nossos alunos.

Só foi possível levar duas turmas. A actividade foi divulgada com muito pouco tempo disponível para organizar uma deslocação mais alargada. Foram selecciondas duas turmas, com alunos que curiosamente tenho vindo a acompanhar desde o quinto ano em EVT e TIC, e que têm revelado uma grande apetência por áreas complexas. De uma das turmas já nem sou professor, estão agora no nono ano, mas esta é a aula que eu lhes queria ter dado nos anos anteriores. Mas sublinhe-se, foram duas turmas agora. O IST é muito aberto a visitas de estudo aos seus espaços e laboratórios, o que significa que talvez seja possível repetir uma experiência destas com outras turmas. Mas desta vez com um pouco mais de tempo de preparação. Este post tem algumas fotos, mas a galeria (alojada na conta institucional do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro) tem muitas mais: Dia Aberto IST.


Perseguidos por drones: é quase mágico. Estarão pendurados no ar por fios? Ao longo da manhã drones controlados por estudantes de engenharia deliciaram os visitantes.


Os Lego Mindstorms são uma excelente, apesar de um pouco cara, forma de trabalhar robótica com crianças e jovens. Em exposição estavam alguns robots Lego da First Lego League, que em Portugal tem dinamizado campeonatos de robótica com robots Lego Mindstorms.


A robótica mais avançada: investigadores do INESC trouxeram este simpático robot, pensado para dar às pessoas que com ele interagam a sensação que este as reconhece. O robot reagia aos sons, virando-se para onde detectava o input sonoro das vozes dos jogadores, aparentando conversar com eles. Com este robot o desafio era jogar contra ele numa superfície multitoque. Três humanos contra um robot. Quem terá ganho? Deixo-vos uma pista: o robot não teve uma tarefa fácil.


O Núcleo de Engenharia propôs aos alunos um desafio estimulante: construir uma catapulta a partir de um conjunto de objectos díspares: esfregões, palitos, elásticos, fita-cola, lápis, pratos de plástico e palhinhas de sumos.


Cada grupo trabalhou com muito afinco em busca da melhor solução. Os alunos de engenharia andavam por entre os participantes, a dar algumas dicas de melhora. Os professores estavam proibidos de ajudar. Não é que este professor fosse capaz de o fazer, mas enfim. Foi interessante ver quase todos os alunos interessados a tentar montar a sua catapulta. Os que não estavam lá estavam a jogar jogos de computador contra robots ou a soldar circuitos.


Uma das catapultas criadas pelos nossos alunos. Diga-se que a ideia foi excelente. Ver robots, drones e outros equipamentos é interessante, mas é muito mais interessante fazer e com esta actividade lúdica (mas muito séria) os alunos puderam exercitar a sua criatividade na procura de soluções para problemas de engenharia. Ah, já vos disse que não havia instruções nem receitas para aplicar? Teve de ser tudo inventado pelos grupos, no momento. E os nossos alunos estavam a sentir-se em desvantagem. Os nossos grupos estavam a competir contra alunos mais velhos do secundário. O que não os impediu de construir catapultas funcionais.

Pode ser difícil conceber o acto de soldar como algo que interesse a adolescentes, mas quando os resultados são quase imediatos o entusiasmo ganha asas. É o caso destas alunas, muito interessadas e soldar uma placa com leds e resistências que, ligada a uma pilha, começava a piscar. Recusaram-se a sair enquanto não tivessem terminado a soldadura.


E cá está ela, gentilmente oferecida pelos estudantes do IST às alunas que a montaram e soldaram. Suspeito que depois de uma experiência destas o investimento em open hardware com Arduino é um passo lógico.

Confesso que comecei o dia a medo. Não sabia bem o que esperar desta iniciativa. Na pior das hipóteses, pensei, é um espaço em aberto com algumas tecnologias em exposição. E quando lá chegámos, era realmente um espaço aberto com tecnologias expostas. Que, sendo tecnologias, não aparentavam ser a coisa mais completa e perfeita para exposição. A princípio incertos, curiosos mas sem saber bem o que encontrar, os alunos depressa encontraram nos desafios a dinâmica necessária para se interessarem. Terminaram a manhã deslumbrados. Foi muito fixe, stor! Temos mesmo que ir embora? Isto é espectacular! Como é que se vem para aqui estudar? Esta tem uma reposta menos fácil.

Num toque pessoal, o melhor comentário que me fizeram foi o das duas alunas que ficaram encantadas pelo soldar de um circuito digital. Está orgulhoso de nós, stor? Estou. Pelo entusiasmo, pela descoberta, pela alegria, por descobrirem algo de novo. E porque soldaram o circuito com muito cuidado para que ele funcionasse. Especialmente, pelo sorriso que tinham estampado no rosto enquanto meticulosamente seguravam no ferro de soldar para fixar os leds e resistências na placa.

Termino com um agradecimento às directoras de turma do 9.º C e 8.º A, professoras Maria José Oliveira e Eulália Dias, à organização do evento no IST, mas em especial aos alunos. São eles que motivam, cujo entusiasmo dá vontade de tentar ir mais além. É difícil conceber uma forma mais agradável de estar numa manhã de aulas.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Avaliar




Parar para avaliar. A todas as aulas há um passo em frente, e antes que a acumulação se torne difícil de gerir paramos para avaliar o que já está feito. Nesta fase são mais os rascunhos e projectos incompletos do que trabalhos finalizados, e ainda bem que assim o é. Espelha a evolução dos alunos e o passo a passo do processo de aprendizagem. O que não quer dizer que não se encontrem boas surpresas! Para ver mais algumas visitem a nossa galeria de imagens do 1.º Semestre das TIC/AEVP.

domingo, 23 de novembro de 2014

Rimas

Porque nem só de 3D vive este projecto. O seu principal objectivo é mostrar aos alunos que as ferramentas digitais podem ser mais do que meios de consumo ou produção de documentos. Podem ser meios de expressão pessoal adaptáveis a diferentes contextos. Com alunos de CEF o desafio deste ano tem sido a criação de vídeos publicitários. Depois do longo processo de aprendizagem do domínio elementar da edição vídeo, estamos na guionização e pelo que vejo estão a preparar-se ideias muito interessantes. Com música e tudo. Não é fácil motivar alunos problemáticos, mas quando acontece, a sensação é muito boa. O vídeo está aqui, se estiverem interessados.

(É nestes momentos que se sente a inutilidade do G+, que uso para arquivar as imagens. As galerias de fotos integram-se bem com o blogger, mas fazer algo tão óbvio como permitir embeber um vídeo que está na galeria partilhada dentro da mensagem é algo de impossível. O vídeo poderia estar sincronizado com a conta do YouTube, ou ter código para incorporar, ou o simples partilhar poderia ser mais potente. Porque se torna ridículo. Ter conta nos serviços google é ter drive, youtube, blogger, picasa/g+... e depois as coisas mais óbvias estão inexplicavelmente dificultadas. Oh well.)

Workshop Introdução ao Sketchup

(Fotos do Paulo Torcato)


E ontem foi assim, na Sala de Aula do Futuro da Fundação Portuguesa das Comunicações. O primeiro workshop formal de Sketchup para professores dinamizado pela Anpri. O concretizar de um velho sonho meu, que francamente achava impossível de se concretizar, mas em que a Fernanda Ledesma deve ter visto a faísca de algo interessante e lançou o desafio. Espero que tenha valido a pena para os participantes. Para mim foi um momento que valeu mesmo a pena.


O workshop foi intensivo, mas funcionou como uma aula normal minha a alunos de 7.º ano. Parti com um desafio simples, criar uma pequena casa, que serve para mostrar como trabalhar com as ferramentas de traçagem, modelação e posicionamento no espaço tridimensional. Depois de deixar brincar com este desafio, mostrei o follow me, a modelação por revolução on steroids


Coisas que descobri neste momento: aqueles que trabalham intensivamente com desenho vectorial adorariam que o Sketchup permitisse curvas de bézier (eu também); é preciso pensar como um escultor para perceber bem a modelação neste programa, wibbly wobbly aplica-se bem à geometria e operações complexas, já timey wimey nem por isso (whovians get it); ninguém tinha uma banana (one should always bring a banana to a party, novamente whovians get it).

Estou contente. Não foi um momento hashtag fa-ail! Tive cerca de oito formandos, apesar de uma lista de presenças que prometia muitos mais. Vejo isso como não foram só oito, já foram oito. Neste tipo de projectos, um pouco fora da ribalta das TIC, que neste momento passa, e muito bem, pela robótica, open hardware e programação, com um pé nas artes, não é muito óbvio à primeira vista qual a sua vantagem. Num final de um período lectivo particularmente difícil e humilhante para os professores, perante um ministério em fim de vigência que intensifica os esforços em todos os quadrantes para denegrir, prejudicar, dificultar as condições de trabalho, no fundo demolir a profissão docente, o cansaço e a desmoralização são se calhar factores que se têm em conta quando temos de acordar cedo a um sábado de manhã para ir a um workshop. Enfim. Pessoalmente faço estas coisas e não baixo os braços, mas faço-o com a plena consciência dos tempos danosos em que vivemos, da duplicidade das instituições que nos tutelam, dominadas por zelotas de interesses financeiros pouco claros mas muito óbvios, e dos caminhos de derrocada trilhados pelo sistema de ensino português. Os cada vez menos professores que investem em clubes, projectos e ideias inovadoras fazem-no apesar de todos os obstáculos com que cada vez mais se deparam.

Não consigo deixar de manifestar os meus agradecimentos à Associação Nacional de Professores de Informática, especialmente à Fernanda Ledesma, cuja tranquila discrição esconde um enorme dinamismo, a todos os participantes, e ao Dr. Vítor Cardoso, meu ex-orientador de mestrado e mentor nestas coisas do 3D virtual, que há uns anos atrás, nos primórdios da minha tese, me disse e que tal se experimentar um pouco de Sketchup (foi quase numa outra vida, e nalgumas dimensões da minha vida pessoal foi mesmo numa outra vida). Agora, próximo desafio: um workshop sobre animação 3D. E a seguir, uma acção de formação sobre 3D com sketchup (que, sem querer soar convencido, é capaz de ser a primeira acção de formação para professores dedicada ao 3D. Sou capaz de estar enganado, mas nas áreas geográficas/centros de formação em que me movo nunca dei com nenhuma do género).

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Tutoriais Sketchup: Follow Me, Visualização


Dois novos tutoriais de introdução ao Sketchup Make por hoje. Um sobre visualização, texturas, renders e exportação de objectos 3D: Tutorial Sketchup 07 - Visualização.


O outro tutorial é sobre a divertida e elegante ferramenta de extrusão/modelação por revolução Follow Me: Tutorial Sketchup 06 - Follow Me.

Graças à enorme popularidade e facilidade de uso do Sketchup tutoriais, guias, truques e dicas sobre o uso do programa são muito abundantes online. Estes tutoriais que estou a organizar seguem a sequência de aprendizagens elementares para introdução do Sketchup aos meus alunos. Este tutoriais (e outros) estão disponíveis na página Recursos - Tutoriais.