segunda-feira, 30 de maio de 2016

TIC Intergeracional


Na passada sexta-feira as portas da escola abriram-se para um momento especial. Os alunos da turma D do sétimo ano foram os anfitriões dos utentes do lar da Santa Casa da Misericórdia da Venda do Pinheiro. Tinham-nos pedido um momento em que os utentes estivessem algum tempo a jogar no computador com os meninos. Como somos as TIC em 3D, achámos que poderíamos ir mais longe. E fomos.

Com pouco tempo disponível, preparámos um evento que permitisse aos visitantes experimentar um pouco do que fazemos no âmbito das TIC no agrupamento, com três espaços. Um dedicado à aprendizagem de programação e estímulo ao pensamento computacional sem utilizar computadores, com os nossos kits Cody & Roby; outro dedicado aos drones e programação em Tynker; e, como não podia deixar de ser, um espaço dedicado à impressão 3D.


Espaço Programar Sem Computador


A impressora, pronta a imprimir.


O que é que vai sair daqui...? Mal os drones levantam voo, os olhos de todos arregalam-se!


Tínhamos algumas reticências quanto à turma seleccionada para este evento. Das de sétimo ano, é a que se tem mostrado mais agitada e complicada de trabalhar. Para complicar, se estão habituados ao 3D, introdução à programação é assunto que só irão abordar no oitavo ano. Os kits Cody & Roby e os drones estão adstritos às actividades de introdução à Programação no 1CEB. A parte técnica da impressão 3D também não tem sido abordada na prática. Como fazer? Uns dias antes da sessão, recorremos a uma aula de Inglês para mostrar aos alunos o que era pretendido de cada grupo. Mostrou-se o Cody & Roby e a programação de voo em Tynker aos grupos designados. Os da impressão 3D vieram ao espaço onde a impressora costuma estar a trabalhar, para aprender como funciona esta tecnologia. Confesso que não se esperava mais do que um evento em que os grupos interagissem com os idosos, mostrando os jogos, drones e impressora.


Contra o que esperávamos, os alunos levaram muito a peito esta tarefa. Especialmente quando perceberam que este pequeno evento fazia parte da European Maker Week. Temos de estar à altura, ouvi, estamos a representar o nosso país. E estiveram. Muito além do esperado e do solicitado.


O que surpreendeu na atitude dos alunos, para além do empenho e simpatia que colocaram no momento de partilha, foi o cuidado que tiveram em explicar o porquê das tecnologias que estavam a demonstrar. Imagine como é que um computador funciona, ouvi quando me aproximei dos grupos do Cody & Roby. Os alunos do grupo dos drones que ficaram desiludidos quando optámos por fazer voos livres no Freeflight, e não puderam mostrar os programas que tinham desenvolvido no Tynker. E, especialmente apaixonante para o âmbito das TIC em 3D, o momento em que uma das alunas explica exactamente o que é que é isso da impressão 3D.

Para facilitar o trabalho dos alunos tínhamos preparado pequenos guiões com tópicos introdutórios às diferentes vertentes das tecnologias. A aluna que explicou à assistência o que é a impressão 3D levou a sua interpretação muito mais longe do que as ideias de base que lhes demos. Num discurso apaixonado, falou do que fazia nas aulas, das entranhas da tecnologia, e pelas suas palavras sublinhou o que é realmente importante nesta tecnologia, o engenho humano: "sabem o que é que é o mais importante na tecnologia? (....) não são as máquinas que interessam, é o que queremos fazer com as nossas ideias".


Não precisei de falar. Nem podia, por razões de saúde que me obrigaram a encurtar a minha presença (e a da impressora 3D) no evento. Tinha preparado um objecto alusivo ao evento, mas só consegui imprimir dois exemplos.

 Estes alunos revelaram-se, mostraram-se capazes de ir mais além. A actividade continuou em convívio. E ficou a proposta de repetir este momento. Com um pouco mais de tempo de preparação, esperamos. O desafio colocado em contra-tempo nas mãos da Prof.ª Conceição Moleiro, directora de turma dos alunos escolhidos, e às TIC foi respondido acima de todas as expectativas por este grupo de alunos que se revelou de forma excepcional. Esperamos que se tenha proporcionado aos utentes do lar da SCMVP um momento de convívio e partilha, com os nossos alunos a mostrar formas diferentes de aprender com tecnologia. Poderíamos ter feito mais, e melhor, mas o curto tempo de preparação não nos permitiu ir mais longe.

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