domingo, 29 de outubro de 2023

IA Generativa na Educação


Sábado, dia 28 no Encontro de Professores sobre Inteligência Artificial organizado pela ANPRI, e na excelente companhia do professor Luís Caires, Marco Neves e Nuno Doroteia, partilhei algumas ideias e projetos muito práticos e simples que integram a IA Generativa no ensino básico, com especial foco no 5º ano de escolaridade e nas atividades criativas. 

Deixo aqui a apresentação, com ideias práticas (e simples), bem como apontamentos de integração curricular e preocupações subjacentes.

O encontro teve transmissão na web, para os mais curiosos com os temas em debate.

domingo, 22 de outubro de 2023

ACD 02: EU Codeweek e Pensamento Computacional

 

Dia 21 de outubro, celebramos a Codeweek com uma ACD no espaço do Centro de Recursos Poeta José Fanha.


Sendo um grupo pequeno, deu para explorar os conceitos por detrás da iniciativa EU Codeweek, e experimentar, entre plataformas de programação, programação sem recurso a computadores ou robótica criativa, entre as atividades disponíveis. E, se o grupo foi pequeno, confesso que prefiro poucos mas interessados, do que um elevado número de participantes onde alguns só lá estão para ter o certificado. Mafra não é muito curiosa sobre estes tópicos, estas sessões nunca enchem, mas um reduzido número de participantes é sempre mais pessoas a olhar e descobrir o potencial da tecnologia na educação, do que seriam se não se fizessem estes pequenos encontros.

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Instantes

Hello world.

Dia de capacitação digital, a mexer com inteligência artificial mas a olhar para as tecnologias educativas de outros tempos.


Semana codeweek, semana dos alunos do 5º ano escreverem o seu primeiro programa. Um hello world em pixel art.

 

sábado, 14 de outubro de 2023

Encontro Inteligência Artificial na Educação

 

Dia 28, o desafio parte da ANPRI, vir partilhar algumas experiẽncias práticas de uso de ferramentas de Inteligência Artificial Generativa na sala de aula. Extremamente bem acompanhado pelo Marco Neves, talvez a pessoa que por cá mais se tenha empenhado por mostrar os potenciais da IA na educação, e Nuno Dorotea, com o seu discreto humanismo tecnológico. 

Não assumo o manto de especialista, nem tal pretendo. Tenho experimentado, desde os velhos tempos do Deep Dream, com formas de trazer a IA para a minha sala de aula, expondo os alunos a esta tecnologia, desmistificando e consciencializando, com um foco muito próprio no seu uso como ferramenta de expressão criativa e artística. 

Para mais informações e inscrições, visitem o site da ANPRI.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

LCD AEVP


 Hora de reabrir portas ao LCD_AEVP. 

Instantes

No clube de robótica, a testar ideias e projetos com IA Generativa.


Nas aulas de TIC, semana Codeweek, a dar os primeiros passos na programação com o Cody Roby.

A belíssima prenda da Codeweek para os nossos alunos. Microbits são sempre bem vindos!

Vamos decifrar códigos, perceber o que são coordenadas e descobrir como são as imagens digitais na aula de TIC?

Uma das novas aquisições para o clube a intrigar as alunas.

Segunda atividade Codeweek, mas já a deitar umas piscadelas de olho para a terceira...

O início de mais uma formação de Capacitação Digital no CFAERC.

Os decifradores de código em TIC estão a esmerar-se!



 Com estas imagens, já perceberam a lógica da nova aquisição robótica, não perceberam?

IA Generativa @ Capacitação Digital das Escolas

 

Dia 11 de outubro, o desafio foi o partilhar experiências práticas de utilização de IA generativa no Evento Nacional - Capacitação Digital das Escolas: (Re)Configurar Espaços de Aprendizagem. O conceito era ter um espaço aberto de workshop para todos os que quisessem experimentar como criar com geração de texto e imagem. A participação neste evento foi a convite da DGE e decorreu no CNEMA.

Na verdade, acabou por ser mais espaço de demonstração e partilha com os visitantes, mostrando algumas das potencialidades criativas da IA Generativa, indo além do pedido, com muitas surpresas (para quem falou connosco) sobre 3D, NeRFs e vídeo generativo.


Um dia a vestir a camisola da minha escola, com aquele gosto de sempre. Mas o que  mais retiro do evento foram os encontros e reencontros com velhos amigos,  com muita malta conhecida que raramente vejo fora do mundo online (e nalguns casos, nem sequer nos tínhamos encontrado presencialmente). Um dia de muitas ideias trocadas, olhares e sorrisos,  e até (pasme-se!) alguns abraços. Com um enorme obrigado aos meus companheiros, a atreverem-se a fazer aquilo que fazemos melhor, partilhar conhecimento.  E, claro, a passagem infelizmente curta por uma cidade nostálgica de onde tenho uma vida de recordações.

sábado, 7 de outubro de 2023

Workshop Programar Pixel Art - Fórum Fantástico 2023

 


Dia 1 de outubro, no espaço da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro em Telheiras e integrado nas atividades do Fórum Fantástico 2023, dinamizámos um workshop de programação. O tema era a programação de pixel art em Python, recorrendo aos imagiCharms. Foi uma sessão descontraída, para pais e filhos que quiseram aparecer no espaço da biblioteca. Poderia ter tido mais participantes, mas era domingo, e durante o Fórum estava a decorrer um torneio de Pokémon Go, sem dúvida mais atrativo (não é lamúria nossa, que aproveitámos bem o torneio).





Confesso que fico sempre um pouco deprimido no final destes eventos abertos. Não por nostalgias, mas porque fico sempre à conversa com os participantes, e o que ouço, desanima-me. Por um lado, há uma certa incredulidade quando lhes digo que sim, sou professor numa escola pública. Não é preciso ser uma escola privada para se ter acesso a meios e tecnologias inovadoras, bem como espaço e tempo para as implementar.

Mas o que me deixa mais triste, e inquieto, é perceber o que os miúdos que os pais trazem a estas sessões realmente fazem na escola. A conversar com os pais de um, que ficaram depois da sessão para trocar ideias, percebi que estava no sétimo ano de escolaridade. Excelente, disse-lhes, é mesmo o meu ano favorito da disciplina de TIC, onde se aprende a trabalgar com 3D, imagem, som e vídeo. Olharam para mim, com ar confuso, e o rapaz lá me diz "bem, o meu professor falou connosco, e disse-nos que iamos trabalhar o excel..."

Tento sempre ter tacto nestas situações. Só sei um dos lados da história, e por princípio não teço considerações sobre o trabalho de um colega sem conhecer mais, não sei qual o contexto da escola, qual a sua formação, entre outras variáveis possíveis. Mas, pela descrição, parece-me mais um colega que, por incapacidade, desconhecimento ou conforto, não cumpre as aprendizagens essenciais da disciplina que lecciona. 

Os pais com falo nestes momentos nem sabem quais são as aprendizagens de TIC. Assumem que a disciplina serve para preparar as crianças em ferramentas office, e ficam sempre surpreendidos quando lhes mostro que não é isso o que se faz (ou o que se deve fazer). Que os que lhes trago de programação em ambientes visuais, 3D ou outras atividades, é algo que se enquadra na disciplina, e que muitos pelo país fora fazem. 

E é por isto que fico um pouco deprimido quando saio do meu casulo da escola ou dos colegas de informática, e contacto com pais e crianças fora destas bolhas. Ouço demasiadas vezes o "não sabia que se podia fazer isto", "mas faz parte das aulas?", ou "ah, na escola do meu filho não é assim". Não é, mas deveria ser. O porquê de não ser tem resposta complexa, que vai do conforto individual do professor face ao que tem de ensinar (e tantos, infelizmente, ainda consideram o antigo paradigma da disciplina, que era tão redutor que ficou conhecido como "currículo microsoft" como o essencial), à extrema sobrecarga de alunos (um professor de informática tem à vontade entre 200 alunos - os que tenho este ano, a 500/600, e isto não é exagero), ou à falta de professores, que tem trazido pessoas sem bases atualizadas para tapar os buracos no ensino.

Também suspeito que muitos dos pais dos meus alunos gostariam de ter um professor mais convencional que lhes ensinasse aquilo que consideram importante - o formatar documentos e usar ferramentas comuns, ao invés de explorar as dimensões do pensamento computacional. Que essa tendência é bem visível está patente nas provas de aferição de TIC, que não continham qualquer referência aos aspetos do currículo da disciplina (sem programação, 3D, robótica ou outras áreas que trabalhamos em sala de aula). Curiosamente, há uns anos, durante uma sessão da Academia Digital para Pais na minha escola, partilhei esta minha dúvida com os pais presentes. "Mas olhe, professor", diz-me logo uma das mães, "isso do word e powerpoint ensino-lhe eu, ainda bem que consigo ele aprende essas coisas da programação, que isso eu não lhe consigo ensinar". Sorri. Há quem perceba. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Inteligência Artificial e Criatividade - Fórum Fantástico 2023

No domingo, dia 1 de outubro, foi um desafio participar do painel sobre Inteligência Artificial e Criatividade no Fórum Fantástico 2023. Moderado pelo sempre arguto João Morales, o painel reuniu Rui Eduardo Paes, jornalista e músico experimental, cujos projetos já há alguns anos incluem trabalho com algoritmos generativos; Mário Freitas, desenhador, argumentista, editor da Kingpin Books e também livreiro. Ouvir Paes foi uma lição de humanismo e tecnologia aplicada à música. Freitas falou do processo de construção de um livro de banda desenhada que criou utilizando o Midjourney como ferramenta (uma experiência que não repetirá, observou em conversa pós-painel). Da minha parte, tentei mostrar um lado mais prático ligado à educação, em concordância com a ideia que a IA Generativa é uma ferramenta ao serviço da criatividade humana, embora deva ser bem usada para se chegar a este objetivo. Daí o desafio educativo, de mostrar que o simples promptismo é esteticamente estéril e intelectualmente desonesto; e, também, apontar o progressivo formalismo dos geradores de imagem, que nos mergulham num constante recriar de passados estéticos, e como isso também representa uma ameaça cultural.

Destacaria o curioso pormenor de numa plateia recheada de escritores, criadores de banda desenhada, e outra malta ligada às artes, um dos campos onde se propaga o medo dos efeitos da IA Generativa no mercado de trabalho, o nivel de preocupação era baixo. Não por desconhecimento, mas por já incorporarem estas ferramentas nos seus processos criativos.