Aquela pose de sobrevivência.
O desafio partiu da Filomena Miguel, uma professora de Porto de Mós apaixonada pelo VR e AR na educação: ir experimentar a imersividade VR no Zero Latency, na Amadora. Confesso que sou crítico da corrente onda de entusiasmo pela realidade virtual, está a repetir tudo aquilo que já foi feito nas duas ondas anteriores, e a vertente corporate da Meta é demasiado insossa. Mas a tecnologia avançou imenso, bem como uma consciência social que se habituou ao digital (coisa que ainda não existia nos anos 90 e princípios de 2000, quando surgiram em força os mundos virtuais imersivos). A VR, creio, sempre será uma tecnologia de nichos, mas isso em si não é mau, bem pelo contrário, e a Zero Latency mostra bem isso.
É, diria, uma Cave 2.0, onde a projeção imersiva dos sistemas cave é substituída por uma imersão coletiva possibilitada por hardware individual. Cada participante tem de vestir um kit de realidade virtual com óculos, sistemas de comunicação e posicionamento, e um computador, para poder participar da experiência (faz lembrar os wearable computers dos anos 90, não faz?). E depois, é mergulhado num jogo multi-utilizador em realidade virtual, jogos pensados para ampliar a sensação de espaço.
A sensação de imersividade é tremenda, depressa esquecemos que estamos num espaço exíguo, a imersão VR dá uma enorme sessão (perdoem-me o whovianismo) de bigger on the inside. A forma labiríntica circular da forma como o jogo conduz os jogadores é essencial para que isso corra bem, seja convincente e segura.
Apanhado a treinar o meu ar old stoney face. Esta experiência ainda não é o holodeck da Enterprise, mas é uma excelente proposta, que usa a realidade virtual colaborativa para permitir a grupos interagir em tempo real.
Quase dava vontade rever os mundos VRML/X3D que criei há anos atrás, no âmbito do mestrado, quer com alunos quer individualmente, para os novos padrões de realidade virtual.
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