quinta-feira, 30 de junho de 2016

Recordações


Os meninos da Escola Básica João Dias Agudo, Póvoa da Galega, que participaram na iniciativa Introdução à programação no 1CEB insistiram em fazer-me chegar esta boa surpresa! Adorei! E agora, vou ter de escolher para imprimir em 3D...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Workshop: Introdução à Impressão 3D em contexto educativo




Local: Escola básica número um da Venda do Pinheiro

Duração: 3 horas.

Número máximo de participantes: 15

A impressão 3D, não sendo uma tecnologia recente, despertou a atenção através da disponibilidade de equipamentos relativamente acessíveis e métodos simples de impressão de objetos. Promete mudanças potenciais de paradigma no design, concepção e manufactura, deslumbrando pela capacidade de materializar o digital em objetos que podemos tocar e manipular. A educação não é alheia a este potencial da impressão 3D e começam a dar-se  primeiros passos que tiram partido dela em contexto pedagógico.

Imprimir em 3D requer a mobilização de competências de design possibilitadas pela aprendizagem de modelação 3D, o que permite tirar um mais eficaz partido desta tecnologia.

Numa sessão de 3 horas, os participantes tomarão contacto in loco com impressoras 3D. Pretende-se com este workshop divulgar e demonstrar impressão 3D e introduzir os participantes à modelação 3D para impressão utilizando aplicações web, tal como despertar os docentes para as potencialidades desta tecnologia no âmbito curricular.

Temas:
- O que é Impressão 3D;
- Como imprimir em 3D;
- Aplicações de Modelação 3D;
- Impressão 3D e Educação;
- Introdução ao Tinkercad.

Aplicações: 
- Tinkercad
- netfabb
- beesoft

Público alvo: Professores de todos os ciclos/áreas curriculares.
Material necessário: Computador portátil com browser capaz de correr WebGl (Chrome ou Firefox atualizado) (não aplicável neste workshop).
Acesso Wifi.
(Neste workshop, utilizar-se-ão os equipamentos da sala de informática.)

Software e Materiais de Apoio: Serão fornecidas no início da formação as aplicações a abordar e documentação em PDF.

Condições de funcionamento: O workshop funcionará com um mínimo de 10 e um máximo de 15 participantes.

Formadores:
Artur Coelho (Professor de TIC no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, mestre em informática educacional pela UCP, dinamizador do projecto As TIC em 3D) – CCPFC/RFO-31397/12.
Jacqueline Duarte (Professora bibliotecária e de Português no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, Coordenadora do Centro de Recursos Poeta José Fanha) - CCPFC/RFO-10338/00.

Inscrições: Workshop Introdução à Impressão 3D.

We almost thought they were not 3D printed! (II)


Depois da conta Instagram do Tinkercad, foi a vez da Autodesk123D apreciar os nossos óscares impressos em 3D. Sublinhe-se que apesar destas partilhas serem agradáveis, não reflectem o que de mais interessante fazemos nas TIC em 3D. Este projecto dos óscares foi tecnicamente interessante, mas o que realmente motiva e dá gosto é ver os criados pelos alunos.O nosso objectivo é estar ao serviço da aprendizagem!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Crescer na Maker Faire Lisbon


No passado fim de semana, o espaço do Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva voltou a encher-se com mais de cento e cinquenta projectos de tecnologia e criatividade digital. Foi a terceira Maker Faire Lisbon, em que o projecto As TIC em 3D do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro voltou a marcar presença. Este ano, a mostrar o quanto tem crescido, algo que tem sido possível graças ao feedback positivo das participações neste tipo de eventos, dentro ou fora do mundo da educação. Mais do que mostrar o que fazemos, queremos partilhar ideias e experiências, aprender com outros projectos inspiradores, que nos mostram novas metodologias e vertentes de intervenção.

Mostrar ao grande público o que tem sido possível fazer em sala de aula regular com impressão 3D é muito importante. Pessoalmente, não concebo melhor forma de valorizar a escola do que esta. Podemos participar em iniciativas institucionais, mas o que de facto mostra às pessoas que a escola está a evoluir e a atrever-se a novas experiências é a sua presença em eventos completamente fora do âmbito da educação. Algo que esteve em evidência nesta Maker Faire, onde a presença de projectos de escolas foi muito significativa. Junto da nossa escola básica estavam as escolas secundárias D. Dinos (Lisboa), Emídio Navarro (Almada), Augusto Cabrita (Barreiro) e é bem provável que me tenha esquecido de outras, representadas pelos seus clubes de robótica. A ANPRI trouxe outros projectos de escolas à Faire através do seu espaço, e mais no meio da Faire o projecto O Robot Ajuda do excepcional Paulo Torcato deslumbrava os vistantes. O AE S. Gonçalo de Torres Vedras também marcou presença neste evento. A Maker Faire torna-se assim mais um espaço onde os projectos educativos se podem encontrar e partilhar experiências entre pares.

Sinto como preocupante a ideia que se instalou de que a escola é um local fossilizado, avesso à tecnologia. É a sensação que trago do contacto com os visitantes da Faire, boa parte dos quais questiona-nos se somos uma empresa, se desenvolvemos actividades em workshops ou vendemos produtos educacionais. Não, refiro, as TIC em 3D representam uma escola básica pública, e são um de muitos exemplos de apostas pedagógicas na inovação. Este ano, com tantos clubes de robótica em evidência, foi mais fácil sublinhar essa ideia.

Não resisto: ao salientar o crescimento da presença de escolas neste evento, fora do espaço educativo mas com um grande impacto cultural, a presidente da ANPRI recordou-me que no primeiro ano da Maker Faire lisboeta havia apenas dois projectos de escolas presentes, as TIC em 3D e os carros solares do Vítor Palminha. Curiosamente, dois projectos tecnológicos que nasceram na sala de aula de Educação Visual e Tecnológica. A presença da ANPRI na edição de 2015 ajudou à disseminação deste evento, com os projectos que no ano passado estavam no seu espaço a regressar este ano, como participação de escolas. Este crescimento e progressiva aposta na visibilidade do que se faz no domínio da inovação pedagógica com recurso às tecnologias faz-me perguntar se não estará na hora de equacionar uma variante educativa da Maker Faire.


Aproveitámos o espaço para mostrar alguns dos projectos desenvolvidos no âmbito das TIC em 3D. O destaque vai para a impressão 3D na sala de aula, actividade que tanto quanto sabemos somos dos poucos (senão os únicos) a desenvolver de forma integrada no currículo da disciplina de TIC. Mostrámos também algumas das moléculas concebidas no projecto Moléculas na Palma da Mão, os drones Code2Fly (que não demonstrámos, estes aparelhos voadores dão-se mal em zonas ventosas e preferimos não arriscar), e as actividades no âmbito da Programação 1CEB, com destaque para a nossa versão do jogo Cody & Roby.


Outro destaque foi a estreia na Maker Faire dos robots Anprino, o kit de robótica de baixo custo com arduino e impressão 3D que estamos a desenvolver com Luís Dourado, professor do AE Augusto Cabrita, e Fernanda Ledesma, presidente da ANPRI. A primeira variante do Anprino deu os primeiros passos no evento de encerramento da iniciativa Programação 1CEB, e para a Maker Faire preparámos o estruturalmente menos complexo carro. Tínhamos peças suficientes para dois veículos, que ficaram prontos para mostra e funcionamento.


Cá estão eles, no espaço da ANPRI. Foram montados durante o evento, e o Luís Dourado teve tempo para os programar em duas variantes. Os anprinos andaram! Como co-criador, diga-se que é muito gratificante ver estes robozinhos em movimento. Com este e outros projectos, bem como pela influência que tem tido no estímulo à inovação tecnológica na educação, a ANPRI voltou a ganhar a distinção de Maker of Merit atribuído pela organização. Orgulho-me de ter contribuído um pouquinho para isso.


A Maker Faire é um espaço por excelência para ter ideias e aprender coisas novas. Afirmo sempre que nós, TIC em 3D, somos pequeninos no meio de gigantes. Há que aproveitar o evento para aprendizagem e inspiração. Estar responsável por um espaço diminui as oportunidades de frequentar workshops ou investigar a fundo os projectos, mas não deixamos de visitar os restantes projectos. Pelo foco nas artes, educação e 3D, salientamos alguns. Como este Moyupi, que recria em 3D desenhos de crianças e os transforma em brinquedos personalizados. Projecto intrigante, que inspirou uma das representantes da associação de pais do nosso agrupamento, que nos visitou, a lançar um desafio directo às TIC em 3D. Quando estiver pronto, revelamos.


Tenho um carinho especial pelo projecto Arte_Transformer. Partilhamos a visão da tecnologia ao serviço da expressão artística, e adoro as suas iniciativas.


Já que falamos de arte e tecnologia, também saliento O Robot Ajuda no Museu, projecto de robótica do Paulo Torcato que mistura informática, história de arte e artes visuais. Um excelente exemplo de trabalho interdisciplinar.


A Maker Faire é também um espaço privilegiado para desfrutar de doses maciças de tecnoluxúria. Do Hack Algarve, uma reprap com um extrusor capaz de misturar três cores, possibilitando impressão multi-cores. Não percebo porque é que lhe chamam RGB Steel, uma vez que nas misturas subtractivas se usam o Cyan, Magenta e Amarelo... mas tendo em conta a espectacularidade do projecto, estão mais do que desculpados.


Por entre os muitos robots presentes no evento, apaixonei-me por estes torsos andróides da InMoov. Apanhei este em modo do androids dream na garagem do Pavilhão do Conhecimento. Pouco depois, já montado na Faire, disse-me bom dia. Será que me reconheceu?



Debaixo desta estrutura de sanidade duvidosa mas que se aguentou muito bem estava o espaço FabLabs, onde diversos FabLabs portugueses mostraram os seus projectos. O local certo para me cruzar com o dinâmico Lab Aberto, de Torres Vedras, com o qual gostaria de aprofundar o envolvimento.


Devo confessar que os stands dedicados à impressão 3D me desiludem pela sua monotonia. Deslumbram pela tecnologia, mas as peças que mostram são... monótonas. Reina a impressão de modelos descarregados de repositórios online. É interessante e útil, mas se queremos que esta tecnologia ganhe asas creio que temos de esquecer o fascínio com a máquina e investir em potenciar o que podemos fazer com esta tecnologia. É por isso que as impressoras 3D das TIC em 3D/Fab@rts têm como regra imprimir sempre objectos criados pelos alunos e professores. O nosso objectivo é estimular as competências de modelação (com as de percepção visual e expressão artística que lhes estão associadas), indo além do deslumbre. Algo que não vejo em muitos dos espaços que divulgam a impressão 3D. Ou, como colocou de forma magistral uma das minhas alunas, que esteve no nosso espaço, professor, há aqui muitas impressoras 3D, mas ninguém explica o que é que é mais interessante, que é a modelação!


Poderia salientar muitos outros projectos fabulosos na Faire, mas termino com este modelo impresso em 3D para o videoclip Wide Open dos Chemical Brothers. Um trabalho absolutamente awesome de impressão 3D!


De regresso ao espaço das TIC em 3D. Aproveitámos o tempo para ir imprimindo os projectos dos alunos de segundo semestre, e conseguimos entregar um no evento à sua criadora. O modelo mostra algumas das condicionantes da impressora. Refira-se que a Beethefirst estava a imprimir ao ar livre, em condições que lhe são adversas. O vento que se fazia sentir poderia prejudicar a impressão. Estava um pouco apreensivo. Sou muito cuidadoso com as nossas impressoras. Na BEEVERYCREATIVE observaram que não tinham testado as impressoras nestas condições, mas que à partida o pior que poderia acontecer seria ter warping nas peças. Algo que não aconteceu, mesmo levando com rajadas de vento que ameaçavam fazer levantar voo as peças na exposição. Só ao ser exposta ao sol é que a Bee se queixou, notando-se o sobreaquecimento na qualidade de impressão. Aí optei por mantê-la desligada, para minimizar a possibilidade de avarias. Hoje já a testei no gabinete de trabalho, e imprime normalmente.

Estas condicionantes propiciaram um dos momentos mais divertidos da Faire. Domingo à tarde, com a impressora a falhar na impressão, abri-a junto com a minha aluna para descarregar/carregar filamento. Equanto seguíamos os passos da manutenção da impressora, reparámos que estávamos rodeados de visitantes que nos contemplavam de olhar fascinado. Eles estão à espera de algo fantástico, não estão, I...? comentei em voz baixa. Pois, stor, já viu que quando há problemas é que todos ficam a ver... mas não se apercebem que está com problemas, acham que está tudo bem!

A fiabilidade e resistência destas impressoras é notável. Um dia conto-vos a história daquela vez que cederam uma Beethefirst + para um evento, e a impressora esteve uma noite inteira deitada dentro do beepack, até eu chegar no dia seguinte para montar o espaço e apanhar um susto quando vi a posição da impressora. Ai o extrusor! Ai o alinhamento do braço da mesa de impressão! Ai... nada, que bastou verificar a calibração para perceber que estava a funcionar na perfeição.



Um dos objectivos que tínhamos para esta Faire era demonstrar o Code2Fly, estímulo à aprendizagem de programação com Tynker e drones. As condições climatéricas não permitiram arriscar, mas no segundo dia do evento não resisti a colocar o nosso RedRanger nas mãos dos alunos que estavam connosco.


Esperem lá. Alunos, disse? Então mas não tinha uma política assumida de não trazer alunos para os eventos, uma vez que as nossas actividades não fazem parte de um clube com um núcleo específico, não temos forma de assegurar transportes e não estão no nível etário dos alunos que habitualmente estão presentes nos espaços dos clubes de robótica? Esta foi uma das apostas ganhas desta edição da Maker Faire. O incentivo partiu da E-Tech Portugal 2016, onde referiram que a não presença de alunos a representar as TIC em 3D era algo a corrigir. Aproveitei este evento para arriscar, convidando directamente alguns alunos a estarem presentes. O resultado foi excelente! Quem, melhor do que eles, para explicar o que fazem? Foi muito bom sentir que deixava de ser preciso. Explicavam, interagiam, mostravam o entusiasmo. Sem preparação prévia, de forma espontânea.

Tão bom quanto isto era ver o ar fascinando com que vinham ter connosco depois da visita à Faire. A maior parte dos alunos convidados não passou tempo nenhum no espaço das TIC em 3D... chegavam, acompanhados das famílias. Dizia-lhes para primeiro visitarem a Faire, e depois, se tivessem tempo, ficarem um pouco no espaço a interagir com os visitantes. Invariavelmente apareciam duas ou três horas depois, a pedir muitas desculpas porque tinham que se ir embora, com aquele brilhozinho nos olho que denota o quanto gostaram da Faire.


Foi mais uma edição intensa e recompensadora da Maker Faire Lisbon. Neste ano as TIC em 3D deram um enorme salto. Reforçaram laços e parcerias. Tivemos muitas visitas que permitem aferir que este projecto está a ter um impacto que ultrapassa o âmbito da escola em que trabalha. O trabalho desenvolvido tem reconhecimento que vem dos sítios mais inesperados, bem como o carinho de muitos. Deixou de ser one man show, com o apoio e presença dos alunos e suas famílias, e ajuda directa da coordenadora do Centro de Recursos Poeta José Fanha, que se estreou nas lides como maker. Foi o ano em que senti que estamos a ter impacto na comunidade. Aliás, se me permitirem a pontinha de orgulho, nas comunidades. Quer nas de impressão 3D, quer dos professores inovadores, quer na comunidade educativa em que estamos inseridos. São estímulos para continuar, e melhorar.

Termino com agradecimentos. São a pequena forma que tenho de reconhecer todos os apoios e ajuda. Começo por quem? São tantos... e em pé de igualdade. Talvez pela direcção do Agrupamento, que me dá carta branca e condições para estes projectos fora da caixa. A todos os amigos, parceiros, colegas e conhecidos que me visitaram para dar um abraço e divulgar o projecto. À professora Jacqueline Duarte, que se estreou como maker em nome das Bibliotecas Escolares do Agrupamento, à Sara Veludo, que esteve sempre presente nos dois dias do evento. À Fernanda Ledesma e à ANPRI, pelos desafios, apoio e ajuda, sublinhando que juntos aprendemos melhor, que é a colaborar  e partilhar que se vai mais longe. À Associação de Pais da EB23 Venda do Pinheiro, belíssima surpresa a vossa visita (e desafio, mas acho que ainda não discutiram isso...). Aos encarregados de educação dos alunos convidados, que se prestaram a passar as tardes de sábado e domingo num fim de semana que só convidava à praia a trazer os seus educandos à Maker Faire. À BEEVERYCREATIVE, a começar pelos desafios do Francisco Mendes, ao pessoal de desenvolvimento e marketing que faz questão de vir ter connosco, e às representantes que estavam no espaço da BEE, sempre disponíveis para ajudar. Um dia conto a história daquele professor distraído que pensou que tinha perdido uma das protecções da caixa da BEETHEFIRST, foi imediatamente ajudado pelas representantes, e no dia seguinte foi muito contrito explicar-lhes que tinha encontrado a protecção desaparecida... em casa, ao pé dos livros.  Estes pequenos pormenores contam muito!

O agradecimento mais especial vai para os alunos que estiveram connosco no espaço. Mesmo àqueles que passaram o tempo todo a explorar a Faire. Esse era um dos objectivos, e planta sementes para projectos futuros. Tivemos alunos que insistiram em estar connosco nos dois dias. Wow! Este professor aprendeu uma grande lição.

E agora, o que se segue? A curto prazo, as nossas BEETHEFIRST ao serviço da educação entram em acção em contexto de formação interna no Agrupamento, no XVI Encontro das TIC na Educação do CCEMS em Leiria, e no Festival Sci-Fi Lx no Instituto Superior Técnico. Setembro arrancará com o encontro sobre diferenciação pedagógica do CFAERC. Quanto à Maker Faire Lisbon, não planeio voltar a candidatar as TIC em 3D. Não por falta de vontade, mas pela necessidade de evolução. Estamos a crescer, e o desafio Fab@rts, bem como o futuro clube de robótica AEVP_Lab, são os próximos passos. Se regressarmos à Maker Faire, será com o makerspace na Biblioteca Escolar, que esperamos ser mais um projecto a desbravar terreno na inovação educacional.

sábado, 25 de junho de 2016

"Imaginava-o mais velho..."


As Maker Faire são sempre momentos intensos de partilha e aprendizagem. A minha Maker Faire, este ano, ficou ganha logo na manhã do primeiro dia. Em visita ao espaço O Robot Ajuda, do sempre inspirador Paulo Torcato, onde fiquei a conhecer os robots-guia de museu, comentei o quanto é importante que os professores de EVT, artes e ET descubram as potencialidades destas tecnologias. Neste projecto, os sensores de cor do robot são utilizados para guiar o utilizador por um museu dedicado aos grandes nomes da arte moderna portuguesa. A informática e robótica trataram da parte da concepção e programação. As artes visuais da história de arte e do recriar em pintura obras icónicas dos maiores pintores portugueses do século XX.

Desafiar os professores de EVT? Isso não vai acontecer, eles não se interessam, diz alguém ao pé de mim. Outro professor, que me contou a sua experiência numa escola da zona da beira interior (Sertã, pareceu-me). Falou-me do FabLab sub-utilizado que tem na sede de concelho, das suas tentativas sem sucesso de desafiar os professores de EVT do agrupamento onde trabalham a descobrir o potencial das tecnologias, a começar pela impressão 3D, que levou para a sua escola, ou das dificuldades (e quase impossibilidade) de montar projectos criativos na área das TIC dentro de ambientes escolares restritivos, com colegas conservadores e pouco tempo disponível. Dificuldades que, honestamente, penso serem sentidas em maior ou menor grau por todos nós, que ousamos experimentar formas diferentes de desafiar os nossos alunos.

E onde é que o colega trabalha, pergunta-me. Venda do Pinheiro. Ah! Está lá um professor de EVT que foi quem me inspirou a fazer impressão 3D. Uso os materiais do blog dele com os meus alunos. É um Artur, conhece? Diria que sim, respondo, mostrando-lhe o meu nome no identificador da Maker Faire Lisbon. É você!? Imaginava-o mais velho.

É bom, sabe muito bem, saber que todo este trabalho tem impacto. Que, tal como outros me inspiram a explorar novas vertentes e melhorar os meus projectos, outros professores usam o trabalho das TIC em 3D como faísca para irem mais longe. Não foi o único momento gratificante desta Faire (a seu tempo, na altura de balanços, reflicto sobre isso), mas foi aquele que mais me aqueceu o coração.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Fab@rts are go! (II)


Entre reuniões, trabalho nos robots Anprino, organização da escola para obras, secretariado de exames e outros afazeres isto ia passando despercebido. O outro grande elemento do projecto Fab@rts: O 3D nas Mãos da Educação já está na escola. Tablets, cujo uso não se esgotará neste projecto (até porque apps de modelação 3D em Android ainda têm muito que andar antes de chegar à usabilidade e potência das webapps mais simples), e será mais um recurso para actividades pedagógicas nas várias disciplinas do currículo. Para já, devidamente acondicionados no cofre da escola, mas em setembro estarão prontos para ir para as mãos de alunos e professores.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

As TIC em 3D na Maker Faire 2016


Entre os cento e cinquenta e dois projectos, fablabs, empresas e escolas, onde nos encontrar? As TIC em 3D são o projecto #125 e estará localizado mesmo ao pé da rampa de acesso ao primeiro andar do Pavilhão do Conhecimento, numa zona dedicada ao número crescente de projectos de escolas que, na Lisbon Maker Faire, mostram o que se faz com tecnologia e criatividade na sala de aulas ou em clubes.

"We almost thought they were not 3D printed"


Nem me tinha apercebido que a conta Instagram do Tinkercad tinha surripiado, pela positiva, esta foto dos óscares para o baile de finalistas do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro.
We almost thought they were not 3D printed! 
Uau! Que elogio!

domingo, 19 de junho de 2016

Robots Anprino: Nenhum aluno pode ser deixado para trás.

Hello World?

Estava eu afadigado a montar a primeira versão do robot Anprino, quando um dos elementos da ESE de Setúbal entra na sala da escola básica Vasco da Gama onde o Luís Dourado finalizava uma formação, enquanto decorria o evento de encerramento do Projecto de Introdução à Programação no 1CEB. Segurando a caixa de um mbot, olha para o caos de porcas, parafusos e peças, comentando onde é que vocês compraram isso? 

Não comprámos. Concebemos, projectámos, construímos. Este projecto, apresentando ontem no evento, visa resolver problemáticas de acesso à robótica educativa. Não faltam no mercado robots educativos de diferente níveis de complexidade, mas o problema que se coloca às escolas é de financiamento. O potencial da robótica educativa é enorme, mas adquirir mais do que um punhado de equipamento requer investimentos muito fortes. Os projectos bem sucedidos que, por cá, têm mostrado o que de melhor se pode fazer colocando estas tecnologias nas mãos das crianças, são trabalhos de anos a conseguir mais equipamentos. São, também, excepções num imenso panorama de escolas que gostaria de experimentar estes caminhos, mas não têm condições financeiras para o fazer.

Anprino 1 na mesa da sessão de partilha de boas práticas da sessão de encerramento do primeiro ano do projecto Introdução à Programação no 1CEB.

O desafio partiu da Fernanda Ledesma, presidente da Associação Nacional de Professores de Informática. Envolve muito mais do que um simples robot. No evento de ontem foram reveladas todas as peças de um puzzle interessante, que sob o lema nenhum aluno pode ser deixado para trás, aposta na disseminação da robótica educativa a baixo custo.

Três vertentes de actuação para estimular a robótica aplicada à educação básica.
 Envolve linhas-guia propostas às entidades no Ministério da Educação responsáveis pela iniciativa Introdução à Programação no 1CEB, cenários práticos de aprendizagem interdisciplinar com robótica, e o kit Robot Anprino. É esta visão integradora que faz a diferença deste nos projectos de robótica educativa comercial ou open source disponíveis. Não é só o equipamento, nem a tecnologia, é também a visão e as metodologia específicas de abordagem e trabalho.

Anprino 1. Agora, precisa de roupagens...

O kit Robot Anprino baseia-se em arduino para a electrónica e programação, e modelação e impressão 3D para as peças. Em estudo, a integração com linguagens de programação por blocos, para simplificar e integrar em actividades de introdução à programação. A modelação 3D contempla a modularidade, para que os elementos sejam intercambiáveis e permitam múltiplas combinações. Neste primeiro Anprino, a escolha recaiu sobre um robot bípede, mas outras combinações depressa se seguirão.

Os kits incluirão instruções de montagem, ficheiros STL para impressão 3D das peças, e metodologias de trabalho. Escolas que disponham de impressoras 3D (são cada vez mais) só precisam de adquirir placas arduino e outros componentes necessários aos robots anprino (motores com caixa de velocidade, servos, sensores). Materiais que são de aquisição fácil e de baixo custo, especialmente se comparados com os kits de robótica mais convencionais da Lego. Tudo se interliga com porcas e parafusos. Mas há mais. O convite à comunidade não se fica pela utilização, e o desafio está aberto a todos os que queiram contribuir. Remixagens, variantes, novos cenários. Uma vez que a modelação 3D está a ser feita em Tinkercad, até a base física dos Anprinos pode ser reinventada.

Equipe Anprino: Luís Dourado, Artur Coelho, e na foto falta a Fernanda Ledesma, presidente da ANPRI.

O Anprino 1, acabadinho de ser montado, nas mãos de dois dos seus criadores: Luís Dourado, formador da ANPRI e professor na Escola Secundária Augusto Cabrita no Barreiro, responsável pela concepção geral e programação do robot, e eu, humanóide por detrás das TIC em 3D, professor no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, responsável pela modelação e impressão 3D. O aspecto final deste primeiro Anprino não abona muito em relação às minhas capacidades de design criativo, mas lá chegaremos. Agora o foco esteve nas entranhas, na modularidade de peças que encaixam todas com ajuda de muitas porcas e parafusos. Podia-se pensar em modelos mais integrados, mas o grande objectivo deste projecto é o ser modular, permitindo múltiplas combinações.

Anprino, a começar a mexer...

Nesta primeira versão, descobrimos que fomos excessivamente ambiciosos. Há uma razão para que a maior parte dos projectos de robótica sejam com veículos, simplifica o equilíbrio da máquina. Um robot bípede... digamos que é complicado aguentar-se em pé. Mas funciona, embora precise de muitos afinamentos. Afinal, isto é um work in progress, desafiante, que mistura design com programação, electrónica e educação.

O desafio mais próximo, agora, é preparar uma segunda versão, mais convencional, para apresentar na Lisbon Maker Faire. O grande desafio será pegar naqueles olhares sorridentes, encantados, dos professores de informática e responsáveis por projectos que viram ontem o Anprino no evento de encerramento, e desafiá-los a imprimir em 3D, montar e programar os seus Anprinos. Para que os seus alunos não sejam deixados para trás.

Instantes


Hoje, em ordem cronológica inversa.  Um teste aos cenários de aprendizagem de robótica produzidos pelos formandos das acções da ANPRI, no evento de encerramento do projecto de introdução à programação no 1CEB, ontem. You shall not pass!


O Anprino 0.1 pronto a ser revelado na sessão de encerramento da iniciativa programação no 1CEB. Robótica low cost para as escolas, com linhas guia, cenários de aplicação e... um robot modular baseado em arduino e impressão 3D.



A mascote das TIC em 3D contempla o seu primeiro exercício de arduino (com Scratch for Arduino). Soube a pouco. Mas como o nosso primeiro kit arduino será entregue na próxima segunda feira, em breve teremos mais...


E... move-se! O robot Anprino começa a dar os primeiros passos.


A preparar a Lisbon Maker Faire, imprimindo alguns dos melhores trabalhos de modelação 3D dos nossos alunos para exposição.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

TIC em 3D @ Lisbon Maker Faire 2016

Este projecto junta-se à longa lista de makers, fablabs, empresas inovadoras, instituições e escolas que estarão presentes na terceira Lisbon Maker Faire, que se realizará no espaço do Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva nos dias 25 e 26 de junho. A Maker Faire tem sido fundamental para o crescimento das TIC em 3D, com impactos directos nas actividades e aprendizagens dos alunos do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro. Por um lado, pelas ideias que de lá se trazem, em contacto com gigantes da efervescente cultura criativa digital, que abrem vertentes de implementação na escola. Por outro, pelo mostrar o que se faz e o que é possível dentro da escola pública fora dos espaços tradicionais da educação. O contacto, desafiante, com o público em geral tem sido uma das componentes mais enriquecedoras deste evento.

Desde a nossa primeira presença na surpreendente Lisbon Mini Maker Faire (que de mini só teve o nome) que temos participado e aprendido. Recordo que no primeiro ano este era um de dois projectos nascidos nas escolas (apropriadamente, o outro projecto também tinha nascido na sala de aula de Educação Visual e Tecnológica). No segundo ano mais escolas, e a ANPRI, representando ainda mais projectos, estiveram presentes. Este ano, tanto quanto sei, a presença de clubes de robótica e escolas será muito significativa. É bom estar acompanhado. Bem acompanhado.

Recordo também o final da primeira Maker Faire, quando um elemento de uma certa empresa de impressoras 3D, depois de apreciar o trabalho desenvolvido pelos nossos alunos no domínio da modelação 3D, me diz agora só falta imprimires os bonecos dos teus alunos numa BEETHEFIRST! Sorri, neste primeiro contacto com quem vim a saber posteriormente ser o Francisco Mendes, e pensei que era um belo sonho. Que dificilmente iria conseguir concretizar. Mal sabia eu as voltas que as TIC em 3D iriam dar, graças ao financiamento do prémio Inclusão e Literacia Digital. Dois anos depois, o Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro já adquiriu a sua segunda impressora 3D, para projectos dentro da biblioteca escolar, onde queremos implementar um makerspace pioneiro. Ideias, projectos, envolvimentos que só se tornaram possíveis com o contacto com a criatividade fervilhante da Maker Faire, cuja cultura tenho o sonho de trazer para as escolas. A minha já está contaminada.


Já estamos a preparar o nosso espaço, que incluirá impressão 3D, objectos impressos, os drones do Code2Fly do projecto Go! do CCEMS, e Lego RCX do incipiente Clube de Programação e Robótica que iremos implementar no próximo ano. A novidade será a presença de alguns dos alunos no espaço das TIC em 3D. Não sendo este um clube formal, tenho seguido a política de não levar alunos para eventos e apresentações. Algo que tem de mudar, para mostrar o que se pode fazer e, especialmente, porque será uma oportunidade e experiência excelente para os alunos. Nada melhor do que começar pela Maker Faire. Os convites foram lançados através dos directores de turma, e a grande surpresa tem sido nas respostas. Já em férias, com o ano lectivo encerrado, e sem que eu possa assegurar transportes (terão que ser os pais dos alunos a trazê-los à Faire) as repostas têm sido na sua maioria sim!. Com pedidos de bilhetes para toda a família, porque já que os alunos lá estão, porque não os pais e os irmãos? Também contamos com a presença da Coordenadora do Centro de Recursos Poeta José Fanha, nossa parceira no Fab@rts, que se estreia nestas lides, depois de ter sido contaminada pelo bichinho da impressão 3D.


 Em modo sneak preview, algo que será revelado nesta Maker Faire, num desafio da ANPRI. Ainda não digo nada sobre isto, esperemos que cause impacto na educação, e no âmbito específico deste post sublinha o quanto este evento permite aos participantes sonhar, aprender, intervir e desenvolver novas ideias. É esse o real poder das Maker Faire. Não é o mostrar robots, impressoras 3D e outras tecnologias, mas partilhar ideias, aprender, descobrir, perceber que se pode ir mais além.

TIC em 3D? We are GO! for Lisbon Maker Faire!

my.SketchUp


Sim, é Sketchup. E sim, está a correr num browser. Descobri muito por acaso que a Trimble desenvolveu uma versão web do Sketchup. Chama-se my.SketchUp e encontra-se em beta, acessível por convite que se pode solicitar no próprio site. Deste meu primeiro teste percebi que as ferramentas essenciais estão lá todas, a app é estável e correu bem no Firefox (mesmo crashando, o modelo ficou salvaguardado), e é possível exportar o ficheiro SketchUp para o computador e trabalhar nele com o programa, localmente. A versão web tem uma variante de interface no acesso às ferramentas, que requer alguma habituação, e só não ficou claro onde estão as funções a que acedemos através da barra de menus na aplicação clássica. De qualquer forma, pareceu-me prometedora. Passei uma longa reunião entretido a trabalhar com o my.SketchUp (hey, há que investigar para ensinar melhor).

É bom ver o SketchUp a chegar ao mundo das web apps. O Tinkercad vai continuar a ser a minha ferramenta de eleição para a impressão 3D (especialmente por se adequar muito aos meus alunos), o OnShape será um investimento lógico a fazer, mas saber que poderei explorar a modelação de superfícies do SketchUp numa web app com os alunos é-me interessante. As placas gráficas dos computadores de que dispomos na sala TIC já não aguentam a versão mais recente para desktop. Resta saber se após a fase beta continuará a ser gratuito.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

TIC em 3D @ Sci-Fi Lx 2016

O festival Sci-Fi Lx, ainda sem grandes pormenores nem programa definido, irá decorrer no Instituto Superior Técnico nos dias 16 e 17 de julho de 2016. As TIC em 3D estarão presentes, dinamizando workshops de modelação para impressão 3D e demonstrações de impressão 3D. Em breve serão divulgadas mais informações.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Desafios


É assim que as TIC em 3D constroem foguetões.Um processo de quatro horas condensado em quarenta segundos.

domingo, 12 de junho de 2016

Instantes


Quase daria um jogo de matraquilhos. Os óscares para os alunos finalistas de nono ano do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, em fase de secagem depois da aplicação de tinta de spray.


Óscares montados e prontos para entrega. Um projecto divertido, que obrigou a aprender um pouco mais sobre acabamento de peças impressas em 3D.



Nesta semana os alunos da EB1 da Venda do Pinheiro vieram à escola sede para ficar a conhecer as instalações. Boa oportunidade para voar drones e entregar ao aluno do 4º. D o robot impresso que foi modelado na sessão de introdução à programação a partir do melhor desenho da turma.



Para terminar a semana, as TIC em 3D estiveram na mostra tecnológica organizada pelo Lab Aberto no centro comercial Arena Shopping de Torres Vedras. O desafio era o de partilhar conhecimentos sobre Tinkercad. Com a logística complicada pelo feriado, baile de gala do Agrupamento e final de ano lectivo, optou-se por uma apresentação a reciclar materiais de outros eventos, como o E-Tech da semana passada e o encontro da disciplina TIC. Os bonecos impressos em 3D encantaram os visitantes. Fiquei sem alguns... mas dados a crianças que apareceram acompanhados pelos pais.

sábado, 11 de junho de 2016

Abrir e Aprender


Confesso que de todos os sítios onde já passei com as TIC em 3D em apresentações, partilhas e demonstrações, num destes nunca esperaria estar. A Feira Tecnológica do Lab Aberto está a decorrer no centro comercial Arena Shopping de Torres Vedras. Hoje, no dia dedicado à fabricação digital, fomos desafiados a dinamizar workshops de modelação 3D com Tinkercad. Na abertura, de manhã, António Gonçalves, coordenador do LAB Aberto, falou-nos dos conceitos de FabLab e como, num momento destes, que reuniu empresas, makers e outros dedicados a pesquisar vertentes criativas da tecnologia, se estava, de facto, a replicar o espírito fablab. 


Sem grande planeamento e a reciclar materiais de eventos anteriores. A impressora e os drones ficaram na escola. Entre o final de ano lectivo e o feriado, optei por uma presença reduzida. Mesmo assim, os nossos bonecos impressos em 3D fizeram as delícias de muitos visitantes.


Mais uma vez, entre gigantes. Representantes da 3D Systems, Portlaser e 3D Buddy, a Blocks, a outra empresa portuguesa de desenvolvimento de impressão 3D, e muitos makers. Nestes momentos aprende-se, escuta-se, observa-se. 


Confesso que tenho dificuldade em entender as canetas de impressão 3D como algo mais do que um gadget, apesar dos excelentes modelos no espaço da 3D Buddy. Nestas coisas tecnológicas,  a única certeza é que não há certezas, e poderei estar enganado nesta minha percepção.


Num nível muito acima do nosso, as entranhas de uma pequena impressora de resina da 3D Systems. É o lado profissional, altamente desenvolvido, da impressão 3D.


O nosso espaço TIC em 3D. Os foguetões são para um desafio que será revelado em breve...


Espero não ter massacrado os participantes com os saltos entre Tinkercad, Sketchup Make e Inkscape. E sim, também aprendi. Tive o privilégio de ter uma aula pessoal de introdução ao OnShape por Michel Memeteau. 


A tomar contacto com algo que conheço teoricamente, mas não na prática: impressão 3D em metal por sinterização.

Se a escolha de um centro comercial pode parecer estranha, faz todo o sentido. É onde estão as pessoas, que nas suas deslocações aos espaços comerciais foram surpreendidas pelo potencial da fabricação digital. Creio que é algo que temos de fazer para ajudar a fazer crescer estas iniciativas, e potenciar estas tecnologias. Sair dos espaços tradicionais onde nos movemos - ambientes ligados à educação, no meu caso, e mostrar o que se pode fazer. É sempre inesperado.

Só posso agradecer ao dinâmico coordenador do LAB Aberto o desafio. Espero ter correspondido.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

And The Oscar Goes To...


Este é o projecto que tem ocupado as nossas impressoras nos últimos dias. Um pedido das directoras de turma de nono ano, para os alunos finalistas deste ano. Não todos, ser-nos-ia impossível, mas para os que mais se distinguiram nas diferentes disciplinas. O tema do baile de gala de finalistas do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro são os óscares, e o trofeu tinha de ser a condizer.


Apesar da regra que as TIC em 3D têm no uso da impressora - só se imprime modelos criados por nós ou pelos alunos, nada descarregado da internet, também não vale a pena inventar o que já existe. Adaptámos um modelo de estatueta de óscar encontrada na Autodesk 123D. Curiosamente, é um modelo menos comum do que imaginava. A mesh era muito fina, com uma superfície muito lisa, e utilizámos o Meshlab para aplicar reduções de mesh e dar ao nosso óscar um ar mais digital.



Em seguida, o Sketchup entrou ao serviço para fazer a base. O lettering das disciplinas foi feito no Inkscape (com a opção text on path para curvar as palavras). Para o logótipo da escola reutilizámos um STL nosso. O Tinkercad foi a ferramenta escolhida para montar todo o modelo, concebendo suportes e encaixes para os elementos da peça..



Não ficámos contentes com a primeira versão impressa. Verde e laranja são as cores da escola, branco a que fazia mais justiça ao óscar. O resultado final não convenceu. O óscar precisava de algo mais elaborado. Uma razia às arrecadações de Educação Visual e Tecnológica deu-nos a resposta: tintas de de spray. O primeiro teste foi com spray prateado, e funcionou muito bem.


Com um pouco de polimento, daria para ter uma superfície mais lisa. O tamanho original, 70 mm, também não nos satisfez, e os finais foram impressos a 100 mm.



Com algum polimento e várias camadas de tinta prateada, o aspecto melhorou. De tal forma que na E-Tech perguntaram se tínhamos impresso o óscar prateado com filamento de metal.


Onze óscares (um por disciplina, incluindo, como não poderia deixar de ser, as TIC), onze bases, onze logótipos. As nossas impressoras não têm descanso. Cola de acrilatos junta todo o conjunto.

Este tipo de projectos são um mimo para a comunidade de professores e alunos que nos apoia. De que nos serve ter acesso a esta tecnologia se não pudermos fazer algo de inesperado? É também um bom desafio mental, melhorando as nossas técnicas de impressão e acabamento de peças. Quando nos iniciámos nestas andanças estávamos longe de pensar que lixas, limas, colas de acrilatos e tintas de spray iriam ser tão importantes.