quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sementes


Confesso que não faço a mínima ideia sobre o que é que se anda a passar nas escolas do primeiro ciclo. Tudo o que sei é que regularmente chegam encomendas para imprimir modelos criados utilizando o 3DC.io (na versão web). E são uma delícia!



Tenho estado a conversar com alguns dos professores que estão a desenvolver esta ideia, e já estou a perceber que o desafio de introduzir os alunos ao 3D passa pela matemática e pelo conhecimento das formas geométricas. O processo de trabalho é interessante, têm de esquematizar as formas no papel quadriculado antes de passar para o 3D.


Do meu ponto de vista, há aqui alguns aspetos que me deixam contente. Primeiro, claro, o de ver estas produções dos alunos de primeiro ciclo e pré-escolar. Mas a que mais me alegra é não estar envolvido nisto. A ideia surgiu dos professores, um dos quais fez um workshop de 3D no ano passado. É algo que me leva a pensar no verdadeiro valor da formação, o dar novas ideias aos professores que, quando estes sentem que chegou o momento certo, ou têm condições, implementam. Muitas vezes, no esforço formativo, optamos pela pressa em implementar e quando as coisas falham, desmotivamos. Neste caso, é de apreciar o tempo que passou entre a formação inicial, onde a semente foi lançada, e o seu germinar. Estou a pedir aos meus colegas que documentem este projeto, porque merece ser disseminado. Da minha parte, fico orgulhoso por sentir uma semente que germina, e é um prazer enorme colocar as nossas impressoras a produzir os trabalhos destes pequenos artistas. Fico só com pena de não ver o sorriso que deve aparecer nos seus rostos, quando seguram pela primeira vez nos seus objetos.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Status


Temos partilhado pouco das atividades desenvolvidas pelo LCD, o nosso clube de robótica. Não parámos, mas este ano não nos tem sido possível trabalhar tanto neste contexto como gostaríamos. Os desafios deste ano iniciaram-se com uma migração de sistema de apoio à gestão escolar e o desafio de reaprender a ensinar com as TIC no 5º e 7º ano e modo de flexibilidade curricular. O clube de robótica ficou um pouco em segundo plano, mas de modo nenhum esquecido.


Trabalhamos em duas modalidades: com autnomia e sessão semanal com o professor. Em autonomia, os alunos dinamizam o espaço maker do centro de recursos. Na sessão semanal, incentiva-se os novos alunos de 5º ano a aprender 3D, programação e robótica.


E, claro, sempre com as tecnologias móveis em destaque.


Em termos de projetos, temos um: criar materiais para o clube de ciências. Já se construíram elementos de raiz, mas também se imprimem objetos científicos.


E há sempre surpresas, como estes alunos que de forma completamente autónoma testam modelos de skates impressos em 3D.


Finalmente, a programação está a ser uma das valências principais do clube, quer no desenvolvimento de experiências com jogos, quer para controlar drones.


Apesar desta expansão, o grande foco dos nossos alunos está no 3D. E, note-se, a trabalhar de forma autónoma, ao seu ritmo. Nunca se pretendeu que este clube fosse uma extensão de sala de aula, e o que se nota nos nossos meninos, este ano, é que cada um se sente livre para explorar as áreas de tecnologia que mais lhe interessam. Se este ano estamos com menos tempo para acompanhar o clube, o interesse e perserverança destes alunos mantém o ânimo elevado.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Ação de Formação - Modelação 3D


Aberta a todos os docentes abrangidos pelo Centro de Formação de Escolas Rómulo de Carvalho - Mafra. Em regime de b-learning, com sessões presenciais e online. Inscrições aqui: Ficha de Inscrição Ação de Formação AF-17 - Modelação 3D em Projetos Pedagógicos.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Ação de Formação - Modelação e Impressão 3D


Regressamos às ações de formação, partilhando o que sabemos sobre 3D. Na Associação Nacional de Professores de Informática, em modalidade de e-learning, o que permite que docentes de todo o país possam participar. Mais informações e inscrições na página da ANPRI - Formação Modelação e Impressão 3D.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

É o caminho, não o destino


E... funciona! Mostra que nas viagens da educação, o mais importante não é o destino, mas sim o caminho que se percorre.


Os trabalhos mais interessantes nem sempre são os mais vistosos. Este, para mim, é um excelente exemplo de criatividade, aprendizagem e persistência. O desafio lançado à aluna foi o de criar, de raiz, um modelo de Torre de Hanói. O projeto está enquadrado na nossa proposta para a edição deste ano do concurso de ideias Ciência na Escola da Fundação Ilídio Pinho: aproveitar os saberes dos alunos do clube de robótica para conceber materiais a usar pelos alunos nas atividades do Clube de Ciências.


Porque a aluna que pegou neste desafio demonstra elevadas capacidades gráficas e de conceção, escolheu usar o Onshape para poder desenvolver o projeto com rigor. Apesar da Torre ser um modelo simples, tem condicionantes a respeitar: a base tinha de caber no volume de impressão das nossas impressoras 3D, e os discos têm de ter um orifício com folga suficiente para poderem ser colocados nos pinos. Foi tudo modelado de raiz, com medidas exatas, pela aluna num tablet Android. O processo de trabalho obrigou a rigor e persistência. Especialmente quando a meio de uma primeira versão, percebemos que nos tínhamos esquecido de verificar as unidades de medida, e o projeto estava a ser desenvolvido em polegadas e não milímetros. Teve de se recomeçar do zero, e é admirável observar que a aluna não desistiu.


O primeiro teste foi feito no próprio Onshape. Criámos uma assembly para perceber se as rodelas encaixavam nos pinos, com largura suficiente para serem movidas. Com isto testado, foi passar à fase de impressão.


O primeiro protótipo foi para a aluna, claro!


Até porque, tendo o modelo 3D original, é fácil de replicar e imprimir os que necessitamos para o Clube de Ciências e outras atividades.

Não é um projeto vistoso. O resultado é um objeto simples. Mas estou a vê-lo em contexto, como trabalho de uma jovem adolescente que, no contexto informal do clube de robótica, desenvolveu as suas capacidades de modelação 3D, aprendendo a trabalhar com o rigor exigido por um complexo software de CAD. As capacidades desenvolvidas e competências mobilizadas pela aluna são o real objetivo destas atividades. Na educação, o importante não é o produto, é o processo. O que interessa é o desenvolvimento das capacidades da criança. E se o produto final for bonito, isso é um extra agradável.