segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Workshop Criar um Jogo - Centro Linux/MILL

Sábado, manifestei-me por aqui. Sem querer menorizar a manifestação de professores que decorreu em Lisboa, claro. Se não pelo compromisso já assumido com o Centro Linux, também teria ido para a 24 de Julho, porque este não é momento de acomodar ou baixar braços. Mas defender o ser professor também passa por isto, sair fora do espaço da escola e assumir participações cívicas, sublinhando o ser professor da escola pública.

O desafio foi criar jogos em Scratch, para um grupo muito eclético e entusiasmado. Espero que estejam normalmente tão entusiasmados nas aulas de TIC quanto estiveram comigo. Passaram lá um bom par de horas sem se cansarem. E adorei quando uma pequenita se levanta e diz “não se esqueça de nos ensinar como é que se contam pontos!”

Fico sempre um pouco angustiado quando os pais presentes nestas sessões me perguntam quando é que os filhos aprendem isto na escola. Pelo menos desde o quinto ano, digo, e nalguns casos já no primeiro ciclo.  “Mas o meu está no sexto ano e nunca experimentou isto”, ouvi.



Não salto para conclusões imediatas. Não é fácil ser professor de TIC, com turmas a mais e condições a menos, boa parte dos que são contratados nem sequer tem competências profissionais no ensino da informática. Uma experiência que conheço bem, na minha escola já tivemos de atribuir TIC a professores de educação física, ou ex-formadores de tic na ótica do utilizador, como é óbvio nem sequer imaginavam o que é programação para crianças. Podem imaginar a qualidade da preparação dos alunos.

Também há professores que ainda recusam a trabalhar as competências das aprendizagens essenciais da disciplina (traduzindo para leigos na educação, o "programa") e focam-se nas competências elementares de comunicação e produtividade. Isso, felizmente, tem diminuindo, em grande parte pelo esforço que a ANPRI tem desenvolvido no sentido de dar formação e incentivar à mudança (um trabalho com mais de uma década, que isto na educação, as mudanças eficazes não são imediatas).


@archizer0 Um desafio do Centro Linux. Uma excelente tarde. #edutok #coding #robotics ♬ First Love/Late Spring - Mitski

O desafio do Centro Linux teve um gosto especial por ter decorrido no espaço do MILL, o fabuloso projeto do Maurício Martins, uma das pessoas que me inspira. Conheci-o na distante Lisbon Mini Maker Faire (a long, long time ago) e fiquei logo admirador da sua personalidade aberta, e cruzamento de arte e tecnologia.

Termos


A "boa" notícia deste fim de semana: as garantias dos computadores das fases iniciais do Escola Digital terminaram... e a  SGEC vai iniciar o processo de resolução do problema. Note-se o "vai iniciar", como se não fosse atempadamente previsível o fim das garantias.

Isto significa que qualquer avaria do equipamento passa a ter custos. Note-se, em equipamento que tem uso intenso nas mãos de crianças.

Não quero soar dramático, mas o meu instinto diz-me que isto poderá ser o princípio do fim do projeto Escola Digital. Digo isto com amargura, porque acredito nos princípios do projeto - dotar os intervenientes na educação de meios digitais. Mas discordo totalmente da forma como está a ser implementado, com estratégias erradas do meu ponto de vista, e erros inexplicáveis de planeamento. Como este, das garantias.

Como tudo o que diz respeito a este projeto, a coisa é discreta e não chega ao conhecimento público (tirando as notícias depressa esquecidas sobre questões levantadas pelo tribunal de contas). Desta vez, é provável que dentro de alguns meses rebente a bomba, porque todos os alunos dos 2º, 5º e 8º terão de fazer provas de aferição em suporte digital. Algo problemático, devido o que realmente se passa no terreno.

O Escola Digital começou a ter impacto em 2020 (mas foi preparado mais cedo). Dois anos depois, se calhar está na hora de se colocarem perguntas incómodas. Quem, nas instituições e equipes de planeamento, tomou más decisões que vão levar ao descarrilar de um investimento de milhões em fundos europeus?

E que más decisões? Tentemos uma pequena lista:

  • Porque é que não foi acautelada à partida uma garantia de longo prazo para os equipamentos?

  • Porque é que não foi acautelado a inclusão de danos por acidente no âmbito do seguro escolar? Qual é a lógica de forçar um pai/EE a pagar reparações caras de material que não lhe pertence,  sem seguro por acidente para precaver os azares? Por muito cuidadosas que sejam as crianças, o inesperado irá sempre acontecer.

  • Porque é que não se aborda a questão da sustentabilidade do projeto a longo prazo? Entregar 1,5 milhões de computadores sem garantir a renovação sistemática é um tremendo problema no projeto. 

  • Porque é que a reparação de equipamentos está entrege a duas empresas que já mostraram não ter capacidade para este trabalho? Os computadores ficam meses pendurados em processos de reparação. 

  • Porque é que é permitido que a Microsoft utilize este projeto para angariar utilizadores através de dark patterns? Dois exemplos: ao aceder pela primeira vez a uma conta, somos obrigados a assistir a um anúncio que nos explica que o IE é o browser que devemos usar. E não conseguimos usar o equipamento enquanto dura o anúncio (são poucos segundos, mas não permite aceder a mais nada). Outro exemplo: os computadores trazem todos um panfleto que explica aos utilizadores como ativar o Office e os serviços Microsoft através do email de escola dos alunos. Omite, no entanto, que tal só é possível se a escola for utilizadora do M365. Se não for, a ajuda não funciona, e estão mesmo a ver, certo? Os pais a questionar porque é que a escola não os deixa usar a Microsooft.

  • Porque é que não é clarificado o real direito de propriedade dos equipamentos. Todos acham que pertence aos alunos. Na verdade, não, pertence à SGEC, sendo geridos pelas escolas. O que significa que os utilizadores não têm direito de uso livre do computador e kit de conectividade (como, por exemplo, instalar um SO FOSS). No entanto, a atitude generalizada é a de que o equipamento pertence a quem foi entregue.

Com este projeto, o parque informático de uma escola explode, literalmente, em número de equipamentos. As escolas passam de ter de gerir parques informáticos de poucas centenas de computadores para milhares (no meu caso, passámos de cerca de 150 equipamentos para... 2700). Essas necessidades de gestão não são acompanhadas de reforço de meios técnicos, ou seja, é assegurada por professores e não por técnicos de informática.

sábado, 28 de janeiro de 2023

Instantes

 



Do caos aos mecanismos, os alunos do clube de robótica a divertirem-se com a construção de robots. Robots sem programação. Modo mostrar às alunas assim por alto como se fazia, passar o resto do tempo à conversa com alunos do nono ano, e de quando em vez deitar um olhar a uma mesa de absoluto caos, do qual ia emergindo uma frota de mecanismos criados pelas mãos cheias de entusiasmo (fiquei seriamente em baixa de fita cola, que aquelas raparigas blindaram ao máximo as criações, e alguns motores não sobreviveram a mãos ainda a ajeitar-se com a precisão, aka motricidade fina, mas isso resolve-se com um bocadinho de solda e fita de isolamento).



A passo medido, mas vai, os alunos de sexto ano a avançar na programação. Segunda aula, a aprender funções para cor (e eu a recordar os velhos tempos de EVT onde se mexia com teoria da cor), e já a sentir necessidade de ir mais além, que isto de escrever 64 linhas para acender todos os leds é um bocado trabalhoso, tem de haver formas mais eficazes, certo?  Em breve aprendem esse como. E, se me permitirem o momento baboso, aquele momento em que olho para o relógio, faltam dois minutos para a aula acabar, a turma mais agitada que tenho está embrenhada em escrever código, e quando lhes digo que está na hora de parar, .levo uma barragem em coro de vozes a dizer o quê, já chegou ao fim?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Clubes de Programação e Robótica


Este ano, voltamos a integrar a lista dos clubes de programação e robótica portugueses. É notável ser uma lista crescente, apesar do apoio financeiro da DGE a estas iniciativas se ter tornado inexistente nos últimos anos. 

Acumulações


A acumulação no meu gabinete de trabalho. Tudo isto são computadores Escola Digital que deviam estar nas mãos das crianças, mas não estão, por danos e avarias. Estes, são aqueles que aguardam levantamento para reparação, ainda poderia somar um igual número de outros cujos problemas são resolvidos por nós, professores. O número de máquinas paradas cresce todos os dias, porque as empresas contratadas pelo Ministério da Educação para realizar a reparação dos equipamentos não dão resposta às necessidades.

Alguns dos equipamentos que estão na fotografia aguardam levantamento para reparação desde Setembro de 2022.  A Inforlândia, empresa responsável pela reparação de equipamentos dos 2 e 3 ciclos, demora entre três a quatro meses entre sinalização, levantamento para reparação e devolução do computador. A Informantém, responsável pelo primeiro ciclo, nem sequer demonstra ter capacidade para responder aos pedidos de reparação.

As avarias são em parte consequência da qualidade fraca dos equipamentos (baterias, teclados que se soltam, sdds, pixels mortos), e em parte consequências do seu uso, com ecrãs partidos ou líquidos derramados. Todas as avarias que os reparadores consideram ser fora do âmbito da garantia, os reparadores cobram valores que demasiadas vezes se aproximam do valor da máquina. O pagamento tem de ser feitos pelos pais e encarregados de educação das crianças.

Agora, reparem, estes computadores são entregues a crianças, que os transportam entre casa e escola. Por muitos cuidados que se tenham, azares vão acontecer. E os pais não estão protegidos em caso de azares. Em Julho de 2022, o ministro da educação prometeu o estudo de uma solução para isto, através do seguro escolar. Seis meses depois, nada foi feito. Note-se que este projeto se iniciou em 2020 com entregas de computadores a crianças. E ainda não há seguro escolar para isto.

O projeto Escola Digital assenta na premissa de que todos os alunos (e docentes) dispõem de um computador. Esse equipamento tem de ser usado nas diversas atividades escolares, quer na sala de aula, quer em casa. Prevê também o alargamento do uso de manuais digitais. Mas, como implementar isto face aos problemas causados pela fragilidade dos equipamentos? 

O uso destes equipamentos é essencial, e obrigatório em muitas escolas, seguindo a perspetiva do projeto. Mas, como podemos resolver o problema levantado pelos encarregados de educação que recusam que os seus filhos sejam portadores dos equipamentos na escola? A recusa tem sentido, porque estes pais sabem que em caso de danos, não estão protegidos e serão responsabilizados financeiramente. Como podemos forçar uma criança a trazer para a escola um computador frágil, sabendo que se se estragar, não há seguro escolar que cubra os danos? Não é ilegítimo que um pai ou encarregado de educação se recuse a isto.

Este ano, foi decidido pelo IAVE e JNE que todas as provas de aferição aos alunos do 2º, 5º e 8º anos sejam feitas exclusivamente em digital. É lógico, se o programa Escola Digital cobre o universo escolar, aplicar este passo. Mas, como é que os alunos cujos computadores estão em reparação irão conseguir realizar provas? 

Apesar do aspeto, a minha escola não é dos piores casos. Analisamos cerca de 20 máquinas por semana, um terço dessas sinalizada para reparação externa. Há escolas com maior volume.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

NeRF

Algumas experiências de captura 3D com a Luma AI, uma app que nos permite experimentar as capacidades da tecnologia de inteligência artificial NeRF.

domingo, 22 de janeiro de 2023

Centro Linux: Workshop de Scratch


Vamos aprender a criar um jogo? Utilizando o ambiente de programação Scratch, podemos aprender a programar e criar os nossos próprios projetos. Aqui, criar um jogo é muito divertido!

Objectivos do workshop: Descobrir programação em ambiente visual Scratch; Aprender a criar um jogo simples; Introdução aos conceitos de Pensamento Computacional.

Quando? Na tarde de Sábado dia 28 de Janeiro de 2023.

Este workshop, cujo desafio partiu do Centro Linux, vai decorrer no espaço (sempre fantástico) do MILL. Informações e inscrições aqui: Centro Linux - Workshop de Introdução ao Scratch.

sábado, 21 de janeiro de 2023

Fab Educator's Summit


Dia 27, o desafio é partilhar ideias sobre 3D e pensamento computacional, no Fab Educators Summit - Making Success in the Classroom. Estaremos na Session C.

Coding and robotics are the main areas for fostering computational thinking (CT) skills in education. However, CT is as wider concept, enabling other approaches. Our on the field experience with 3D modelling and printing has shown us that we can also develop CT skills in our students using these technologies. The creative and technical process of creating in 3D are connected to the main principles ot CT; also, using these tools, students can develop these skills in contexts linked to the arts. This talk shares our experience on using 3D modelling and printing connected to CT, within portuguese formal education, in primary ICT class. 

O evento é gratuito, aberto a todos, e cheio de palestrantes e tópicos interessantes.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Instantes

 


As experiências de programação das alunas do clube de robótica.

A fazer robots anadr.

A ideia partiu das alunas do clube, que estão apaixonadas pela Wednesday.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Instantes



A introduzir os ImagiCharms e a programação criativa em Python na sala de aula.

Preparação de um workshop para uma deslocação Erasmus.




 Robótica e programação no Clube.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Workshop Lab Aberto: Digitalização 3D

Dia 7 de janeiro, dinamizámos um workshop no Lab Aberto sobrte digitalização 3D. O desafio, em duas horas, dar uma amostra de várias tecnologias e metodologias de digitalição 3D, entre fotogrametria e  Lidar.

Aqui, ficam as notas de apoio à sessão:







 A sessão teve uma parte experimental, com os participantes a testar a app Polycam para fotogrametria em Android.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

Instantes

 

As novas entradas do clube de robótica.



Os desafios de programação das alunas que levaram Charms consigo para as férias.



Explorar o pensamento computacional e a construção de algoritmos.


Regressar aos projetos 3D.