domingo, 31 de maio de 2015

TIC em 3D @ Festa das Escolas - AEVP


A impressão 3D deslumbra miúdos e graúdos. Nos primeiros contactos sorri-se, a curiosidade fica a aguçada, o olhar fixa-se nos movimentos contínuos do extrusor. E depois começam as perguntas. Como é que se faz? Como é que imprime? Que materiais usa? Onde é que se arranjam os modelos? Que programas se utilizam? Dá imenso gosto mostrar, demonstrar, partilhar conhecimento, explicar o processo desde a concepção em aplicações de modelação 3D até à preparação, slicing e materialização do digital. Sublinhando sempre o lado pedagógico do projecto, mostrando que os objectos que tanto intrigaram os visitantes foram concebidos por alunos de 6.º e 7.º ano.


A zona ‪TIC em 3D‬/Coordenação PTE na Festa das Escolas do ‪Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro, a nossa casa.‬ O Magalhães MG2 em ‪Linux Mint‬ serve vídeo, mostrando como o hardware envelhecido ganha uma nova vida com o sistema operativo certo (dica: não em Windows, claramente). No projector iam sendo mostrados os projectos de vídeo e 3D das turmas do segundo semestre do ano passado e primeiro deste ano. A nossa Beethefirst‬ passou o dia a encantar, imprimindo talheres modelados no Sketchup para o projecto Ciência na Escola e ‪Hello Kittys capturadas com o 123DCatch (é uma running joke com os meus alunos que já vem dos tempos de EVT)‬, e um porta-chaves criado na hora para um aluno merecedor. Até o nosso robot Lego ‪Mindstorms‬ de primeira geração teve direito a estar presente. Pensava que não tinha pilhas, mas a meio do dia uns miúdos conseguiram ligá-lo e puseram-se a fazer combates contra os robots impressos em 3D.


Divulgar e desmistificar a tecnologia é uma das vertentes das TIC em 3D. Sempre presente está a clássica frase de Arthur C. Clarke, uma das suas três leis, que nos recorda que any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic. Como educador, creio que não tem que ser assim, e que nos cabe o papel de abrir, mostrar, fazer ver como funciona. A tecnologia e o progresso apoiam-se no conhecimento. E quanto mais conhecemos e sabemos, mais combustível tem o cérebro para gerar novas ideias. Sem conhecimento não há criatividade. Quanto mais partilhamos mais aprendemos.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

B-Movie


Isto quase dava uma cena de filme de série B, daqueles com as criaturas fabulosas de Ray Harryhausen. Os modelos do Tinkerplay são divertidos, mas tenho dado prioridade nas impressões a projectos interdisciplinares. Isto, e o facto dos STL da aplicação serem uns gulosos de filamento. O robot foi impresso a 125% de escala (definida pela app) e fartou-se de comer filamento. Já o escorpião pareceu-me ter sido exportado pelo aluno a 50% da escala real. Aí os ficheiros começam a ter pormenores demasiado pequenos para a cabeça de impressão e o resultado fica muito irregular.

Digital Material


Visto desta forma percebe-se o impacto de um projecto como este. Estando na sala de aula a trabalhar com os alunos no Sketchup Make ou com o nariz enfiado na impressora a monitorizar o depósito contínuo e preciso de filamento, por vezes esquecemos o contexto mais abrangente. Sentimo-lo quando os alunos ficam com um ar de incredulidade ao segurarem nas suas mãos os objectos impressos que conceberam. E neste contexto ainda mais se sente. Na exposição de trabalhos do Departamento de Expressões os talheres impressos em 3D estão lado a lado com os prototipados por meios mais tradicionais. É o mesmo trabalho, em duas dimensões, mostrando as valências dos meios de expressão clássicos acompanhados dos digitais. A modernidade não tem se de traduzir no abandono dos meios tradicionais de criação.


Cá estão os últimos talheres impressos. Restam alguns ficheiros por processar, mas o ano lectivo aproxima-se do final e a carga de avaliações e exames vai roubar trabalho.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ligações


A BeeVeryCreative lançou um alinhamento de novas impressoras e dispositivos. O beeconect, um Raspberri Pi com ecrã touch, está disponível para controlar as bee sem necessitar de computador (e lê Gcode produzido por outras aplicações de slicing que não o beesoft). Dividem as impressoras em quatro vertentes: a Beethefirst+, com novos extrusores para filamentos de material não PLA, a Bee Me, para makers (que, parece, é suposto ser desmontada e personalizada), a BeeInSchool (YES!), com maior fiabilidade e simplicidade para escolas (porque nós, professores, queremos concentrar-mo-nos nas actividades e não na manutenção da impressora). Todos produtos interessantes, mas o mais interessante é a Bee Prusa com o seu duplo extrusor, que permite aventuras mais interessantes na impressão 3D, como imprimir com duas cores. Ou, para evitar o polimento das peças complexas que ficam com restos de filamento por causa dos suportes, imprimir a peça com um filamento resistente e os suportes com filamento solúvel. É bom ver a Bee crescer


A Associação Nacional de Professores de Informática está a organizar o primeiro Congresso Nacional de Professores de Informática. Mais informações e prazos de submissão estão disponíveis na página do evento: I Congresso Nacional de Professores de Informática.


A Lisbon Maker Faire está de regresso, desta vez sem o Mini. Mantem-se no Ciência Viva, e em breve vão abrir a sua call for makers. Para sublinhar a importância deste tipo de eventos, para além das visitas e contacto com o público, a presença na Lisbon Mini Maker Faire foi um dos elementos fundamentais para as TIC em 3D entrarem definitivamente no campo da impressão 3D.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Matéria Digital: Construir Objetos com Modelação e Impressão 3D (Relatório Final)

(Tecnicamente este projecto ainda não terminou. Tenho ainda alguns modelos para imprimir, mas esta semana dedicada ao secretariado de exames e provas finais não permitiu tempo para dedicar à impressão. Formalmente está encerrado, e resta esperar pelos resultados finais do prémio, bem como preparar elementos para apresentação na exposição final.)

Projeto «CIÊNCIA NA ESCOLA» - Fundação Ilídio Pinho

Relatório final - Parte I - Matéria Digital: Construir Objetos com Modelação e Impressão 3D

1. Descrição das atividades de desenvolvimento do projeto: 

Este projeto de utilização de impressão 3D em contexto educacional decorreu em duas vertentes: construção de bonecos articulados com uma turma de sexto ano de escolaridade e recriação de talheres para crianças com necessidades especiais com duas turmas de sétimo ano.

Na vertente Boneco Articulado, onde se pretendia recriar brinquedos tradicionais com meios digitais, seguiram-se as seguintes etapas de desenvolvimento: na área disciplinar de Educação Visual, pesquisa sobre brinquedos tradicionais, estudo das proporções do corpo humano; conceção de projetos de boneco articulado; traçagem sobre papel vegetal; construção de bonecos articulados em cartão. Com a colaboração de TIC: aprendizagem de técnicas elementares de modelação 3D em Sketchup Make (traçar, extrusão), digitalização dos projetos; traço e modelação dos elementos dos bonecos articulados; preparação dos ficheiros para impressão; impressão 3D. Passámos com este processo da conceção visual recorrendo à pesquisa e criação para a materialização impressa em plástico.

Na vertente Talheres Adaptados, onde se pretendia que os alunos concebessem soluções para utensílios adequados a crianças com necessidades especiais, foram desenvolvidas as seguintes etapas: Em Educação Visual e Tecnologia e Design (disciplina de oferta de escola): pesquisa de soluções já existentes; esboço de propostas gráficas; projeto seguindo métodos de representação rigorosa; estudos de cor; prototipagem por modelação em terracota. Em TIC: aprendizagem prévia de técnicas de modelação 3D utilizando o Sketchup Make; modelação rigorosa em 3D dos projetos de talher; preparação dos ficheiros para impressão; impressão 3D.

Destas, apenas a fase de preparação dos ficheiros para impressão não é desenvolvida em sala de aula por questões logísticas. O tempo de impressão 3D de um objeto é demorado e não se adequa à duração média de uma sessão de trabalho de 90 minutos. A preparação dos ficheiros passa pela conversão do modelo do Sketchup para estereolitografia e validação e, sempre que possível, foi efetuado com os alunos participantes.

Foram, e estão a ser, ainda desenvolvidas atividades de divulgação e demonstração da tecnologia de impressão 3D para turmas específicas, alunos de quarto ano e comunidade escolar, bem como ações específicas de divulgação junto de parceiros, redes sociais e eventos académicos. Consideramos pertinente a divulgação deste tipo de trabalho em diferentes contextos, uma vez que não existem ainda muitas experiências de trabalho com impressão 3D e crianças deste nível etário em contextos escolares.

2. Grau de experimentação do projeto: enumere as atividades experimentais, laboratoriais, ou de campo realizadas com os alunos: 

Atividade de campo: demonstrações de tecnologia e métodos de modelação e impressão 3D para alunos de 4.º ano e comunidade escolar.

3. Indique a relevância científico-pedagógica do projeto para os alunos e para a comunidade educativa: 

Com esta iniciativa trouxemos uma tecnologia de ponta para o contexto do ensino básico, integrando-a em projetos específicos, permitindo a alunos dos 6.º  e 7.º anos de escolaridade trabalhar diretamente com a impressão 3D. Abrimos também à comunidade, ainda de forma incipiente pela novidade da aquisição, mas inserida numa estratégia de médio prazo que passa pela divulgação e possibilidade de impressão de objetos por todos os interessados. Incidimos nas seguintes vertentes:

- integrar saberes de diferentes áreas (científicas, artísticas e tecnológicas) no desenvolvimento de projectos concretos;
- incentivar a utilização de meios digitais avançados como ferramenta criativa;
- introduzir a impressão 3D em actividades específicas com os alunos;
- abrir e divulgar à comunidade envolvente a tecnologia de impressão 3D;
- compreender as valências da impressão 3D;
- materializar fisicamente o trabalho digital dos alunos.

4. Cite aspetos inovatórios, criativos ou de possível utilidade empresarial do projeto: 

A tecnologia de impressão 3D é hoje relativamente acessível. Dotando os utilizadores de meios de prototipagem ou de materialização de criações digitais, apresenta grande potencial criador e empreendedor. Com este projecto tentamos trazer esta tecnologia à sala de aula, colocando-a em contacto com os alunos, permitindo-lhes experimentar trabalhar directamente com técnicas ligadas à engenharia, arquitectura e design sob uma perspetiva integradora, e equipamentos de ponta que sendo já conhecidos não estão ao seu alcance. Dispondo de uma impressora 3D, procuramos formas de integração curricular desta tecnologia, quer em projetos interdisciplinares quer no currículo nacional. Preparar hoje os alunos para o seu futuro implica levá-los a tomar contacto com tecnologia de ponta, capacitando-os para tirar partido dela misturando saber e criatividade.

5. Se estabeleceu parcerias com instituições externas à escola indique o seu nome e descreva a contribuição dessas entidades para o projeto: 

BeeVeryCreative: aquisição de equipamento, suporte técnico e formação de base em impressão 3D.
Babel X3D (http://portal.babelx3d.net/): Divulgação externa/académica do projecto.

6. Avaliação final do projeto (resultados nas aprendizagens dos alunos, na comunidade educativa, e nas instituições com que estabeleceu parcerias): 

Conseguimos com este projeto mostrar possibilidades da tecnologia de impressão 3D aplicada no ensino básico, em contextos interdisciplinares. Os alunos participantes tomaram contato e puderam trabalhar com uma tecnologia que conhecem através dos meios de comunicação. Integraram saberes de diferentes áreas na consecução de projetos específicos recorrendo às artes, ciências e tecnologias de informação e comunicação. Tiveram a experiência de segurar nas suas mãos objetos por eles criados no ecrã do computador, algo que lhes parecia impensável.

7. Outras informações consideradas pertinentes: 

A aquisição da impressora 3D BeeTheFirst foi possível pela distinção do projeto As TIC em 3D no primeiro prémio Inclusão e Literacia Digital, promovido pela Fundação para a Ciência e Tecnologia/Rede TIC e Sociedade.

ANEXOS AO RELATÓRIO

8. No quadro abaixo deve listar hiperligações de videos, artigos de jornais, etc. do projeto. 

Destaque dado pela BeeVeryCreative ao projecto: https://www.facebook.com/beeverycreative/posts/484438385053976 
As TIC em 3D - página do projecto-base desta iniciativa: http://3dalpha.blogspot.pt/
Destaques relativos à impressão 3D e projeto Ciência na Escola: http://3dalpha.blogspot.pt/search/label/3D%20Printing
Encontro Artenautas (Universidade Aberta/Centro de Investigação em Artes e Comunicação) - Apresentação O Software, A Liberdade de Criar em 2D e 3D:
http://3dalpha.blogspot.pt/2015/04/materializar-o-digital.html
Lista de vencedores do prémio Inclusão e Literacia Digital:
http://www.ticsociedade.pt/premiovencedores

Relatório final - Parte II - Elementos para publicação

1. Título e resumo do projeto: 

Matéria Digital: Construir Objetos com Modelação e Impressão 3D

A impressão 3D materializa o digital, sendo uma importante ferramenta de auxílio à criatividade e empreendedorismo. Possibilita formas inovadoras de conceber e produzir objetos. Este projeto usa estas tecnologias no ensino básico, estimulando alunos a conceber objetos materializados em 3D, procurando perceber como esta tecnologia poderá influenciar a comunidade em que vivemos, de modo criativo, sustentável e integrador.

2. Fotografias relevantes do desenvolvimento do projeto (Formato JPG):


Figura 1: Projeto e Prototipagem (talheres)


Figura 2: Processo de Modelação em 3D no Sketchup Make (talheres).
 

Figura 3: Impressão em sala de aula dos modelos criados.


Figura 4: Protótipos de boneco articulado.


Figura 5: protótipos de talheres adaptados.

3 - Lista nominal dos alunos participantes no projeto:

Alunos do 6.º A, 7.ºB e 7.ºE do Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro.

4 - Inscrição professores colaboradores:

Nome do professor responsável pelo projecto: Artur Manuel Rodrigues Coelho
Professor Colaborador : Sara Maria Gaspar Inácio (Educação Visual e Tecnológica); Sandra Carla Fernandes António (Educação Tecnológica)

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Matéria Digital (II)


Iniciámos, finalmente, a impressão dos projectos criados pelos alunos do sexto ano que também participam no Matéria Digital. Com este grupo de alunos partiu-se do conceito de brinquedo tradicional revisto na era digital, para criar bonecos articulados.


Não temos registos dos primeiros passos dados na aula de Educação Visual. Aqui, os alunos aprenderam conhecimentos sobre as proporções do corpo humano que aplicaram em projectos para figuras articuladas. Para facilitar o processo de passagem ao digital traçaram a vermelho sobre papel vegetal.


Na sala de TIC experimentaram a modelação 3D de uma forma simples. Importaram as imagens digitalizadas dos seus projectos e, utilizando as ferramentas de traçagem, desenharam as superfícies correspondentes aos elementos do boneco articulado.


Aqui, um detalhe do processo de traçagem a partir de fotos. Em seguida passaram à extrusão para 3D, sempre com os dedos cruzados para o Sketchup Make indicar o resultado como grupo sólido, condição essencial para uma boa impressão.


Restou-nos o trabalho de resolução de eventuais problemas de mesh, correcção e preparação dos ficheiros STL. Esta é a fase mais técnica que, por questões de tempo, não podemos fazer com os alunos. Digamos que tivemos que roubar aulas a outras disciplinas para, dentro dos horários apertados da turma, da sala TIC, da professora de Educação Visual e meus, conseguir levar a cabo a fase digital deste projecto.

Iniciámos hoje a impressão, felizmente dentro da sala de aula apinhada de alunos de 7.º  e 8.º ano, alguns muito revoltados porque se os mais novos trabalham com a impressora 3D, porque é que eles não? Lá iremos. Este tipo de actividades é muito experimental, e um dos nossos objectivos é procurar e testar ideias de aplicação concreta.

Já devem ter notado que para bonecos articulados estes mexem-se pouco. Estas são as versões de teste, em que imprimimos o resultado do trabalho inicial. Depois, iremos seleccionar alguns para impressão em partes a articular. Esse trabalho já está feito pelos alunos, é só escolher e imprimir. Nesta primeira versão alguns dos detalhes estão abaixo do limite de 1mm da bee, tendo ficado com imperfeições.

Este filamento azul é lindíssimo, mas muito oleoso e tem tendência a provocar bloqueios no extrusor. Da primeira vez que o usei, numa demonstração da impressão 3D na semana de departamento de Matemáticas e Ciências Experimentais para alunos de 4.º  ano (e, ao intervalo, para toda a escola), o extrusor entupiu. Hoje aconteceu-nos o mesmo, felizmente após seis impressões. Vai custar a limpar. Desisti ao fim de uma hora de várias tentativas falhadas. A ver vamos se não é desta que lhe mudo a ponta. Para a semana, ocupada com o secretariado das provas finais de 4.º  e 6.º ano (professor que percebe desta coisa dos computadores não se escapa destas e doutras) não haverá muito tempo para poder meter a Beethefirst a fazer aquilo que faz tão bem: materializar o digital.

Entretanto, este projecto já traz consequências. Uma das professoras participantes está entusiasmadíssima e quer, para o ano, renovar os chaveiros das salas de aula imprimindo em 3D novos porta-chaves. A semente está plantada, diria, das potencialidades de trabalho interdisciplinar trazidas pelas impressoras 3D. Em breve vou tratar de encomendar mais filamento. E limpar a cabeça do extrusor. O que é doloroso. Aquelas agulhas picam...

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Materializar o Virtual


Um projecto simples, que não esperarava que tivesse tão bons resultados, tão rapidamente. É uma das vertentes do Matéria Digital e envolve recriar talheres para uso por crianças com necessidades especiais. Alguns olham para a ergonomia, outros para o aspecto lúdico.


A primeira fase decorreu em Educação Visual, onde os alunos pesquisaram soluções prévias, esboçaram as suas ideias e passaram a projecto seguindo as normas de representação rigorosa.


Passaram em seguida à prototipagem utilizando terracota para modelar os seus projectos.


Entretanto, na sala de TIC utilizaram ferramentas digitais para modelar os seus projectos. Escolhemos o Sketchup Make pela facilidade e rigor de uso. Sendo um trabalho de alunos de sétimo ano, estes já tinham abordado a modelação 3D nas aulas de TIC, o que facilitou esta fase do trabalho. Apesar de fácil de trabalhar o Sketchup tem as suas peculiaridades na modelação para impressão 3D, sendo preciso algum cuidado para que o modelo resultante fique sólido.


Antes da impressão há uma fase de trabalho que por questões de organização não pode ser feita durante as sessões com os alunos. Trata-se de converter do Sketchup Make, que exporta ficheiros Collada, para STL com o Meshlab, e executar correcção automática e validação no netfabb. É um processo rápido. Exportar do Sketchup, importar e converter no Meshlab, abrir no netfabb, aplicar correcção e gravar o ficheiro corrigido. Nalguns casos convém, no netfabb, fazer operações de escalagem para que o modelo caiba na mesa de impressão. Resta trazê-lo para o Beesoft e dar início ao processo de impressão.

Esta primeira fase está quase terminada. Restam alguns alunos que ainda não fizeram a modelação 3D. Os testes de impressão têm encantado alunos, que ficam maravilhados por segurarem nas suas mãos um objecto por eles criado digitalmente, e professores. Para finalizar iremos seleccionar alguns projectos para impressão em média e alta resolução.

domingo, 10 de maio de 2015

Aprender 3D


Terminou ontem o curso de formação Introdução à Modelaão 3D: Projectos Pedagógicos com Sketchup Make. Foi um interessante grupo de onze formandos que misturou professores de Informática, TIC, Educação Visual e Artes Visuais. Partiram do zero. Partilhei com eles o que sei de Sketchup, nesta minha infinda descoberta de autodidacta. Pela intensidade com que trabalharam e desenvolveram competências de modelação 3D em Sketchup diria que fui bem sucedido em instilar o gostinho pelo 3D. Senti isso quando vi um professor de Informática sorridente à guerra com as extrusões por revolução para recriar um elemento do aqueduto das águas livres ou uma docente de Educação Visual a recriar no Sketchup aqueles exercícios de métodos de projecção e isometrias que tantos fiz quando aluno de liceu (e com linhas de cota! fantástico!), entre outros momentos gratificantes. Agora vem a parte das avaliações, de olhar muito bem para os ficheiros produzidos. Optei por uma formação leve nos conteúdos para dar espaço a mexer e explorar o programa, com exercícios direccionados e finalizando com um projecto criativo individual. Não vou ainda mostrar aqui algo do que foi feito. Depois de uma semana intensa, com sessões extra de modelação e impressão 3D com alunos, dois grandes desafios (Livros a Oeste e falar de FC a crianças) e uma dolorosa perda muito pessoal, a encerrar com espantosas vozes vindas da profundidade da antiguidade clássica, estou a precisar de descansar um pouco.

Um grande muito obrigado à ANPRI pelo desafio que permitiu concretizar algo que, há cinco anos atrás (sensivelmente quando arranquei a sério com estas andanças) nunca imaginei ser possível.

Yep, também já perceberam. O robot impresso na beethefirst tornou-se mascote oficial. Agora vai precisar de um nome...

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Visitas


Hoje tivemos uma visita muito especial. Os alunos de 4.º ano da EB 1 da Venda do Pinheiro vieram visitar a escola que irão frequentar no próximo ano lectivo. De visita aos vários espaços passaram pela sala dos servidores, onde a impressora 3D beethefirst se atarefava a imprimir peças de um modelo criado no Tinkerplay. Desta vez não houve oportunidade de colocar a impressora acessível a todos. Os visitantes tiveram de se dividir em pequenos grupos para visitar o exíguo gabinete que é o centro nevrálgico digital da escola e onde a bee imprime naqueles dias em que não está na sala de aula. Deliciaram-se com a impressora e com as impressões dos objectos criados por alunos pouco mais velhos do que eles.

Mais à tarde foi a vez dos alunos do 6.º A virem visitar a zona de impressão. Estão a trabalhar no Sketchup, a modelar os seus bonecos articulados, e aproveitou-se o decorrer de um trabalho de impressão para, em pequenos grupos, virem ver a máquina ao vivo e perceber como é que será materializado o trabalho que estão a desenvolver numa parceria entre TIC e Educação Visual. Fizeram imensas perguntas. Quiseram saber tudo sobre tempos de impressão, como é que o filamento se transforma num objecto, como é que se move a cabeça e mesa de impressão, quais as cores que podiam usar. Para a semana contamos começar a imprimir os objectos por eles criados.


Aproveitou-se o dia para terminar a impressão de um dos modelos criados no Tinkerplay pelos alunos do 7.º C, Demorou a concluir e ficou bem grande. Foi sendo impresso nos intervalos da impressão dos talheres modelados pelos alunos do 7.º E. Este não é um tipo de trabalho poupado no filamento. Nos próximos modelos a ser impressos terei de ter mais atenção à escala das peças e ao infill, para rentabilizar melhor os rolos de filamento. Foi impresso tal e qual os ficheiros STL enviados pelo aluno (com uma correcção pelo netfabb para garantir que tudo iria correr bem na impressão final).


Cá está o modelo do Tinkerplay. Optei por manter uma cor única para todo os elementos. Por enquanto vou mantendo as sessões de impressão monocromáticas.

O é que é mais fascinante neste processo? Ver o sorriso de curiosidade desperta estampado no rosto dos alunos, e o deslumbre daqueles que pegam nos objectos impressos. É despertando a curiosidade que se desbrava a aprendizagem. Alunos curiosos irão crescer como adultos criativos.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

El Patrimonio escultórico en el aula. Actividades con tecnologías de Modelado e Impresión 3D y Gamificación.


Meier, C., Pérez, J., Cantero, J., Díaz, D. (2015). El Patrimonio escultórico en el aula. Actividades con tecnologías de Modelado e Impresión 3D y Gamificación. La Laguna: Universidad La Laguna. Obtido a 28 de abril do url https://www.academia.edu/11954206/El_Patrimonio_escult%C3%B3rico_en_el_aula._Actividades_con_tecnolog%C3%ADas_de_Modelado_e_Impresi%C3%B3n_3D_y_Gamificaci%C3%B3n.

Um guia de actividades muito interessante, saído da Universidade de La Laguna, Ilhas Canárias. Procura integrar captura, modelação e impressão 3D com as artes, com estratégias integradas que abordam o património escultórico mas podem-se aplicar a outras áreas. Dentro da vertente escolhida mostra como integrar 3D de baixo custo para criar, recriar ou analisar obras escultóricas. Entre as actividades estruturadas encontramos captura com 123D Catch, modelação com Sketchup, digitalização com sensores 3D para tablets, visualização 3D em dispositivos móveis para desenho à vista, mescla de malhas com o Meshmixer, impressão 3D, fatiamento para CNC aplicado à escultura em cartão com o 123D Make, ou actividades tácteis com escultura.

As propostas são muito práticas e desenrolam-se em passo a passo, ajudando os interessados a perceber como trabalhar em 3D, que funcionalidades das aplicações são mais eficazes no uso criativo. Olha também com muita atenção para o enquadramento pedagógico, com um pé no desenvolvimento de competências digitais e um grande peso de conteúdos de ensino artístico. Aqui, as competências definidas passam pelo esperado: aprender elementos das ferramentas digitais, património, perspectiva, estimular a criatividade, adquirir consciência crítica relativa a processos de trabalho, entre outras pertinentes para a educação artística. Há duas que destaco, que sublinham a relação que intuo entre percepção visuo-espacial e trabalho com ferramentas 3D: mejorar las habilidades espaciales mediante el uso de herramientas di-gitales y programas de reconstrucción fotográfica (p. 20) e mejorar las habilidades espaciales mediante la visualización de objetos 3D digitales (p. 25). Sublinho este foco expresso no estímulo que utilizar, especialmente de forma criativa, ferramentas 3D para desenvolver competências de visualização espacial.

Ressalva-se uma dependência excessiva no conjunto de aplicações da Autodesk, um uso demasiado elementar do Sketchup Make, que permite ir muito mais longe na modelação do que o apontado neste guia, e uma exclusividade do uso do iPad como plataforma móvel ou da Makerbor para impressão 3D. Sendo recente, poderia já incluir algo sobre o Tinkerplay, e nota-se que no que toca ao 123D Catch a informação está desactualizada. Mas não deixa de ser um excelente guia, que alia rigor pedagógico a ideias válidas de trabalho.

Texto descoberto nas categorias do Academia.edu relativas à impressão 3D.