As TIC em 3D/AE Venda do Pinheiro, vão estar no espaço da Direcção Geral da Educação na Futurália e no Qualifica, a demonstrar as valências da impressão 3D. Deram-nos como desafio imprimir em 3D o Piscas, mascote da Seguranet. É um desafio mais difícil do que parece.
Para impressão 3D, porque sei que o resultado final não erros de mesh nem vai gerar problemas de impressão, tenho privilegiado o uso do Tinkercad. O problema é que a modelação por primitivos não se ajusta bem ao tipo de formas mais orgânicas desta mascote. Parte das formas do Piscas são possíveis de modelar com combinações booleanas de sólidos, outras, nem por isso (ou talvez o sejam, em processos mais complexos e demorados).
Como resolver? O Sketchup Make dá uma ajuda. Utilizando perfis e revoluções com a ferramenta follow me, modelei os elementos mais complicados de criar no Tinkercad, e alguns dos fáceis, só porque era rápido e estava com a mão na massa. Então, porque não usar o Sketchup para modelar todo o Piscas? Sei, de acordo com a minha experiência quer pessoal quer nas aulas de TIC, que se o Sketchup é fácil e poderoso tem alguns inconvenientes no que toca à impressão 3D. Tem que se fazer uma modelação cuidada, mantendo os grupos sólidos (ou seja, como malhas poligonais estanques). Basta uma aresta mais rebelde, ou uma superfície que se intersecta de maneiras inesperadas, para complicar o processo. Aliás, parte das peças que compõem o Piscas não são sólidas.
O truque final está no Tinkercad. O serviço permite importar ficheiros SVG e STL externos. Exportei cada elemento modelado no Sketchup através da extensão SketchUP STL (que faz exactamente isso, apenas exporta, não valida nem corrige problemas), e o Tinkercad fez magia, limpando quaisquer geometrias interiores e traduzindo o objecto numa casca exterior oca. Já tinha feito experiências com trabalhos de alunos, com bons resultados. Depois de unificar todos os elementos numa peça única, o STL do Tinkercad não revelou problemas analisado pelo netfabb, e só vai demorar cerca de seis horas a imprimir numa Beethefirst + (a impressora cedida para estes eventos da DGE).
É uma experiência que mostra que quanto mais soubermos de diferentes programas de 3D, melhor damos resposta a desafios aparentemente difíceis. Fez-se uma coisa gira, e estruturou-se uma técnica de trabalho que será útil nas actividades com alunos.
Já ando a namorar Blender há muito tempo, mas as agruras daquele interface têm-se revelado um obstáculo demasiado difícil. Aproveitei o STL do Piscas para fazer umas experiências de visualização, para tentar suavizar a mesh (é óbvio que não consegui) e fazer um render. Não era suposto ter ficado em cor de rosa. Isso significa que tenho ainda muito que aprender na gestão de luz e materiais. Será que é desta que começo a dominar esta ferramenta de alto nível (e totalmente open source), o que me obrigaria a aprender modelação poligonal, algo que me falta desenvolver no domínio do 3D. Poderia (e queria) fazer um daqueles cursos livres de introdução ao Blender da Universidade Nova de Lisboa, mas nunca me oriento com o calendário...
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