Este ano, acompanhei alunos da escola onde trabalho na tradicional visita de finalistas a Londres. Num raro tempo livre, reparei que a habitual saturação hipercapitalista dos ecrãs de Piccadilly tinha sido substuída por algo diferente.
Foi neste sortudo acaso que me deparei com um projeto artístico de Ai Weiwei, o sempre provocante artista e activista chinês. Intitulada Ai vs. AI, está patente durante 81 dias nos ecrãs da praça. O número curiosamente específico prende-se com as experiências do artista nas prisões chinesas. O tema vai buscar inspiração ao confucionismo, no exprimir as grandes questões.
Ao longo destes dias, sempre às 20:24 (não é preciso doutoramento em história de arte para perceber este simbolismo), surge uma nova questão colocada por Ai, ilustrada com deslumbrantes padrões visuais criados recorrendo a IA Generativa.
E não consigo deixar de pensar no completo acaso de ter passado naquele local, à hora precisa do arranque da peça. As performances diárias são irrepetíveis, pelo que percebi.
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