The Neurological Side-Effects of 3D: Uma notícia bizarra sobre um estudo científico que recomenda que as crianças não sejam expostas a visualizações tridimensionais para não correr risco de danos cerebrais inspirou Geoff Manaugh do BLDBLG, tongue in cheek, a ir um pouco mais longe. Porque aqueles que temem os horrores mentais do 3D não estão a levar em conta os efeitos da arquitectura, essa sublime forma de dominar o espaço tridimensional: "we are already surrounded by immersive and complexly 3-dimensional spatial environments, built landscapes often complicated by radically diverse and confusing focal lengths. We just call it architecture". E se, em nome da saúde infantil, as crianças não pudessem entrar em determinados edifícios para que o seu desenvolvimento cerebral não seja prejudicado? Os edifícios ostentarem nas entradas avisos de "contemplar a arquitectura desta edificação poderá prejudicar a sua saúde cerebral"? Faz lembrar um pouco as arquitecturas insanas de Borges ou Lovecraft. Estudar os efeitos secundários no cérebro de conjugações de ângulos com superfícies curvas, do equilíbrio de massas ou do efeito da luz sobre as geometrias arquitectónicas?
A ideia do 3D como danoso para o desenvolvimento cerebral tem o seu quê de ridículo. Desenvolver a abstracção e percepção espacial, aliás, é coisa que se faz pouco nas escolas, onde impera o plano bidimensional de representação. A questão do estímulo à percepção visuo-espacial é uma das preocupações por detrás destas TIC em 3D. Mas, pessoalmente, fiquei intrigado com a ideia de poder estar a traumatizar os alunos quando lhes ensino perspectiva, ou a trabalhar com ferramentas 3D...
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