sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Hour of Code@AEVP (II)


Iniciar?


A minha sala enquanto Whovian Code Point. Aposto que mais nenhum teve um Weeping Angel a perscrutar. E percebem a ironia de colocar blink como etiqueta html?

Fotografias estáticas destas actividades são banais. Quem as vê contempla momentos fugazes, mas depressa se entedia pela repetividade das imagens. São sempre as mesmas. Vultos inclinados sobre o teclado, contemplando o GUI de programas ou aplicações web no ecrã. Repetíveis pelas centenas de sala de aula que participaram neste evento global.


Palavras-chave. Frases. Reacções. Professor, isto é "bué" fácil! Ainda bem, é isso que se pretende.

A foto não traduz o ruído, o entusiasmo. A concentração num desafio que obriga a pensar. O colocar de hipóteses, o testar, falhar, e testar novamente, Os gritos de alegria quando se consegue. As vozes intrigadas dos alunos, cujos cérebros estão em alta rotação enquanto procuram forma de solucionar os problemas, aprendendo a sequencializar, repetir e aplicar princípios de operações lógicas.


Esta passou-se à minha revelia. Foi uma boa surpresa.

Este ano fiz questão de entregar os certificados do evento Hour of Code. É um papel, sabemos, mas um papel que surpreendeu pela importância que a maioria dos alunos lhe deram. É o meu primeiro certificado, ouvi. Vou emoldurar... mas mais que ouvir, vi o cuidado com que o guardavam entre os dossiers e livros escolares.


Sim, podemos.

Há fotografias que transmitem um pouco da alegria e entusiasmo das mentes fervilhantes dos alunos que participaram neste Hour of Code. Infelizmente, cumprindo com bom senso as regras de segurança na internet, algo de muito importante quando se lida com crianças, não as posso aqui publicar. Os sorrisos rasgados, os dedos em vitória. O olhar orgulhoso que nos diz eu consegui.

Aprender pode ser divertido. Conceitos complexos tornam-se fáceis com abordagens de aprendizagem lúdica. Não é importante que todos aprendam a ser programadores, mas é importante mostrar e estimular, despertando-os mais cedo e consciencializando todos. Por si, aprender o coding não é fundamental. Mas são-no ficar a conhecer, perceber de forma elementar, desenvolver competências de pensamento computacional. Para que as linhas de código subjacentes ao admirável mundo digital não sejam incantações arcanas incompreensíveis para a larga maioria dos nossos alunos. Ao crescer, cada um dos nossos alunos seguirá o seu caminho de acordo com os seus interesses. Pelo menos assim o espero. Quanto mais vislumbres lhes dermos do que poderão fazer, mais elementos lhes fornecemos que lhes poderão ser úteis para construir o seu futuro.

Termina por aqui a Hour of Code deste ano. Mas não terminam as actividades dentro deste âmbito. Criar programas simples em Scratch já está inserido e estabilizado na estruturação de actividades curriculares para o oitavo ano. Para os alunos de sétimo a Hora do Código é uma introdução ao que se seguirá no semestre seguinte. Falta-nos olhar para outros anos de escolaridade. Este ano isso quase foi possível, senão por uma outra actividade. Isto de estar em escolas dinâmicas por vezes complica os planos.

A Hora do Código é um evento anual dinamizado pela Code.org, apoiado por cá pela Anpri que criou uma página no facebook que permite às escolas participantes partilhar registos das actividades. As nossas estão aqui, mas caveat lector: são uma série infinda de rostos debruçados sobre teclados. Por este ano terminou, esperando que o bichinho fique desperto. Para o ano há mais.

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