sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Hello World


Uma das razões que levou à aquisição da beethefirst era o pensar que o tempo de introdução na sala de aula seria mais rápido do que com outro tipo de impressora. Mas não esperava que fosse tão rápido. Desempacotei a impressora ontem, comecei a trabalhar com ela hoje. Logo pela manhã aproveitou-se a aula com os alunos de CEF para perceber como é que se trabalha com a beethefirst. Entre os vídeos do site da Bee e umas olhadelas ao guia de iniciação rápido não foi nada difícil instalar a bobine e a mesa de impressão, calibrar a impressora e fazer a primeira impressão. Acho que nunca vi os alunos desta turma tão interessados.

Aquele momento em que um aluno refila comigo porque achava que eu tinha calibrado mal a impressora. E tinha razão. Mas a primeira impressão não saiu nada mal. Escolhemos, para ser mais imediato, imprimir a abelhinha da bee. Em baixa resolução, para poupar filamento, e porque quando estamos a aprender não vale a pena querer logo que tudo fique perfeito.


O passo seguinte foi tentar imprimir algo nosso. E porque não o logotipo da escola? Seria mais do que apropriado para primeiro objecto concebido e impresso no Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro. Não correu muito bem. A culpa foi da forma como o Sketchup gere a geometria dos objectos. Cada letra é um grupo, que sobrepostos formam um objecto. Sejamos justos, as linhas-guia de modelação para a beethefirst especificam que os modelos não podem ser compostos por meshes sobrepostas. E o Sketchup é exímio a gerar meshes sobrepostas. Pensei que a conversão de collada para stl no meshlab me preenchesse os buracos invisíveis, mas... não. Precisava de usar a ferramenta outer shell do Sketchup, que está desabilitada na versão gratuita. Talvez esteja na hora de me candidatar a uma licença gratuita para educação do Sketchup Pro?

Para piorar a coisa o filamento enrolou-se durante o processo de impressão falhado e dei por mim com um nó de filamento à volta do extrusor. Algo assustador para primeira experiência com uma impressora 3D, mas que se resolveu com limpezas à cabeça (a aplicação beesoft ajuda a fazer isso muito bem) e nova calibração. Desta vez mais cuidada.


Terceira experiência, após algumas tentativas abortadas. Modelei num instante o clássico Hello World. É de rigueur nestes momentos. Felizmente a ferramenta 3D Text do Sketchup gera um grupo sólido. Foi só exportar em collada, passar pelo Meshlab para converter para stl, importar para o beesoft, configurar a impressão e... cruzar os dedos.


Dezoito minutos depois, Olá Mundo. Novamente, impressão em baixa resolução, daí o filamento ser tão visível.


A sala de aula, ao final do dia. Dia em que se iniciou para algumas turmas um novo semestre de TIC de forma dificilmente esquecível. Em que os olhares se iluminaram, a curiosidade se aguçou. O brilhozinho nos olhos dos alunos quando passavam entre si a primeira peça impressa é algo que aquece o coração. Em que os ex-alunos, agora no nono ano, vieram ter comigo para reclamar porque é que não havia disto quanto foram meus alunos. Dia em que percebi que se o design e construção da beethefirst facilita muito o processo de impressão 3D, tenho muito que aprender no que toca a modelar e a configurar impressões. Dia de mais um passo nos percursos da inovação pedagógica.

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