terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

The Collaborative Economy: Impact and Potential of Collaborative Internet and Additive Manufacturing


The Collaborative Economy: Impact and Potential of Collaborative Internet and Additive Manufacturing

O EPRS - European Parliamentary Research Service, elaborou este interessante estudo sobre prováveis impactos de tecnologias colaborativas, criptofinanças, Big Data e Impressão 3D/Manufactura Aditiva num futuro próximo. A sua metodologia baseia-se na avaliação de cenários a partir do método de Delphi e num resumo de literatura disponível sobre estes temas. conclui com recomendações de estabelecimento de políticas direccionadas ao parlamento europeu. O estudo mostra dados, tendências e tira conclusões intrigantes sobre o impacto destas tecnologias no tecido social, instituições públicas e privadas, e enquadramentos legais. Do nosso ponto de vista, salientamos as análises e recomendações retiradas dos impactos da Impressão 3D.

Aqui, foge à hipérbole actual sobre o potencial destas tecnologias, mostrando antes que já se estão a tornar norma nalgumas indústrias e investiga-se activamente a sua aplicação a outras, referindo insistentemente o seu impacto previsto nas ciências biomédicas. Foge também às histerias, sublinhando com veemência o risco de legislação restritiva sobre impressão 3D advinda do empolamento de, por exemplo, a capacidade de imprimir armas. Destaca pormenores surpreendentes ao nível do seu impacto na propriedade intelectual, alguns expectáveis.

As consequências nas legislações de direitos de autor da troca livre de ficheiros para imprimir e a facilidade de modelar/recriar recorrendo ao 3D scanning são as mais óbvias. Menos óbvias, mas pertinentes, está o uso da impressão 3d para reparar equipamentos e substituir peças, algo que poderá entrar em conflito com estratégias legais (mas de ética duvidosa) de empresas cuja estratégia de mercado inclui a obsolescência planeada dos produtos que manufacturam. A ideia que ao imprimir uma peça que substitua uma pequena avaria num electrodoméstico possa valer um processo por violação de direitos de autor ou registos comerciais porque, na óptica da empresa que o manufacturou originalmente, o desgaste/avaria estão previstos dentro do que consideram obsolescência planeada para incentivo à aquisição de produtos mais recentes, confesso que é algo que nunca me tinha passado pela cabeça.

No que toca a esta tecnologia, o tom do estudo é optimista e defende os seus potenciais ganhos ambientais, tecnológicos e económicos. Na educação, defende estratégias concertadas e abrangentes de introdução de impressão 3D no ensino, centradas no seu uso como tecnologia potenciadora e transversal, não limitada às áreas CTEM, com foco activo nas áreas artísticas.

Detalha algumas iniciativas já decorrentes nesta área: projectos-piloto no Reino Unido, iniciados em 2012 que em 2015 apontavam para iniciativas mais ambiciosas em todas as escolas; experiências americanas advindas de empresas de impressão 3D (MakerBot Academy, PrintrBot Ambassador, Stratasys Curriculum) que oferecem impressoras a preços reduzidos e coligem estratégias curriculares para a sua utilização; o programa australiamo Quantum Victoria, e as actividades da Makers Empire destinadas à educação básica; a vontade do governo japonês de instalar impressoras 3D nas suas escolas para dotar os alunos de mais uma competência em que assinalam estar a perder terreno; um ambicioso mas mal documentado investimento massivo sul-coreano nesta vertente.

Entre outras recomendações de implementação de políticas estruturais, salienta-se esta:
Policy Recommendation 4.5: In the light of experience in the area of 3D printing in education, two issues that seem to arise include the need for training teachers in the use of 3D printing and related technologies, and the need to develop suitable curricula that go beyond the mere use of 3D printers as “demonstrators”. In terms of training teachers may need to know how to use and maintain, not only printers but scanners, design tools and open-data design repositories such as Thingiverse. In the case of curriculum development, it might be useful to explore the basic philosophy of the French Licence, Master, Doctorate (LMD) system which is implemented through the Bologna Process. The LMD system includes concepts such as the Competence Based Approach to learning, as well as the Project Based Approach and the Problem Based Approach to developing skills needed not only for 3D printing but also for the broader “open collaborative economy” (p.68).
Sublinha-se a importância colocada pelos autores do estudo não só na disponibilização de equipamentos de impressão 3D, mas fundamentalmente na formação de professores, com adaptação aos currículos, condicionantes técnicas, e aprendizagem de ferramentas de design. É significativo que salientem que este tipo de abordagem tem de ir além do uso da impressão 3D como tecnologia de demonstração.

Steve Robertshaw, Nick Achilleopoulos, Johan E. Bengtsson, Patrick Crehan, Angele Giuliano, John Soldatos (2015). The Collaborative Economy: Impact and Potential of Collaborative Internet and Additive Manufacturing. Bruxelas: European Parliamentary Research Service - Scientific Foresight Unit. Obtido a 02 de fevereiro de 2016, do url http://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2015/547425/EPRS_STU%282015%29547425_EN.pdf

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