terça-feira, 17 de julho de 2018

O sítio onde me sinto bem



A escola para mim é o sítio onde me sinto bem, onde eu aprendo, observou a Sr.ª Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, rematando que a resposta ao como as escolas podem aproveitar a cultura dos fablabs se encontra na partilha de experiências potenciada pelos fablabs. O XII Fablab Bootcamp terminou com esta intervenção, antecedida das palavras de apoio da representante da Embaixada dos Estados Unidos e da Exm.ª Vice-Presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras. Estamos sem palavras, emocionados. O XII Fablab Bootcamp, que foi um momento de partilha, aprendizagem, e ponto de encontro makers com professores, correu acima de todas as nossas expetativas. No final, vimos os sorrisos dos participantes, e ouvimos as suas palavras de encorajamento.


Nos dias 13 e 14 de julho vesti a camisola do Lab Aberto e colaborámos no XII Fablab Bootcamp, que foi organizado pela nossa equipa. Foi um projeto ambicioso, que não esperávamos vir a ser tão bem sucedido. Há meses atrás, quando acelerávamos a preparação do evento, tudo parecia difícil, quase inatingível. Conseguiríamos ter forma de trazer cá os convidados estrangeiros, que vieram partilhar experiências avançadas de fablabs na educação? Seríamos bem sucedidos na criação de uma ação de formação para professores sobre esta temática, entre a reflexão sobre cultura maker e sessões de introdução a tecnologias? Conseguiríamos convencer os makers a estar presentes num evento que, sendo tradicionalmente virado para eles, também se abria ao público da educação? O sorriso no rosto de todos, participantes, organizadores, voluntários, parceiros, na sessão de encerramento, mostrou-nos que sim.


Fiquei responsável por dinamizar um workshop de introdução à impressão 3D para professores, em conjunto com Paulo Cabrita, nosso colega na equipa multi-disciplinar do Lab Aberto. Fomos ambiciosos, e arriscámos uma sessão sobre tecnologias móveis, 3D e impressão 3D na educação. Graças à facilidade de uso do 3DC.io, conseguimos em poucos minutos que os participantes criassem modelos 3D, que depois foram utilizados para demonstrar os restantes passos do processo de impressão: questões sobre STL, validação, impressão.


A sessão também incluiu demonstrações de Sketchup Free, Tinkercad e Onshape. Pessoalmente, como formador, pensei que exagerei no conteúdo, que na ânsia de dar aos participantes um panorama geral do mundo da impressão 3D, os sobrecarreguei de informação. Estes, quando falaram comigo após a sessão, manifestaram a visão oposta. E quando partilham nas redes sociais o que já estão a fazer com 3D no telemóvel, e ideias para desenvolver com os seus alunos, percebemos que de facto, deixámos a nossa marca, que entusiasmámos os participantes e os desafiámos a criar.


Entre os muitos workshops disponíveis neste Bootcamp, a ANPRI dinamizou um sobre o Robot Anprino. É, para mim, um orgulho muito especial ter este projeto a participar nas iniciativas do Lab Aberto.


De todos os restantes workshops de um grande evento, destaco este: o Como Construir uma Escola a Partir de um FabLab. Contou com Liz Whitewolf, coordenadora do fabab da universidade de Carnegie Mellon, Miquel Carreras, do Liceu Politecnic de Barcelona, Francisco Mendes, da Beeverycreative e Sunset Hackathon, Tauan Bernardo, do OPO Lab, professores, coordenadores de fablabs, elementos da ERTE-DGE e... a coordenadora das bibliotecas da nossa escola, que saiu de lá cheia de ideias para levarmos o projeto Fab@rts ainda mais longe. Deste workshop saiu  um conjunto de ideias sobre o potencial da cultura maker na educação que, esperamos, se torne um ponto de partida para as escolas e entidades da tutela aproveitarem as valências dos fablabs. Há, à partida, um ponto comum: a estrutura e metodologias dos espaços Maker enquadram-se nos domínios do conceito Future Classroom.

O primeiro passo está dado. O encontro terminou com professores motivados, com vontade de levar esta cultura, e as tecnologias que experimentaram, para a sala de aula. É hoje um lugar comum dizer que as escolas têm de preparar os alunos para profissões que não só não existem hoje, como sequer as podemos antever. A cultura maker, o espírito de inovação, projeto e partilha que caracteriza os Fablabs são uma das respostas possíveis à questão de como preparar as crianças e jovens para esse futuro de desenvolvimento rápido que antevemos, mas não conseguimos definir.

Sem comentários:

Enviar um comentário