sexta-feira, 23 de maio de 2014

E o que é que vai sair daqui?


Quando se começam projectos com maior fôlego, há sempre aquele momento inicial de descrença onde as expectativas são altas mas os resultados não correspondem. Mas trabalhar desta forma é um processo iterativo e, passo a passo, os resultados vão-se construindo. Na imagem um dos trabalhos que me está a dar mais gosto acompanhar. O aluno que o está a fazer é mais avançado do que a generalidade e pediu-me se poderia criar o seu projecto final em Unity. Pensei, pensei, e pensei: ok, é uma excelente ideia, mas e que tal tentar algo complexo mas mais simples, que permite desenvolver as bases e processos mentais de trabalho? O trabalho acabou por ser uma tentativa de criar um jogo utilizando a estética do minecraft. Talvez não tenhamos tempo para chegar a esse ponto, mas isso não é o mais importante. Só o esforço de animação de um dos personagens é uma aprendizagem notável para uma criança. E sim, a criatura tem um aspecto cúbico, mas recordem-se que é inspirada no minecraft. E anda. Mexe os braços. E a cabeça.


E daqui vai sair... quando olhei para o aluno que está a criar este projecto, pensei que estava na hora de me esforçar mais como professor e orientador e mostrar-lhe alternativas que poderiam potenciar o seu trabalho. Mas depois olhei para o ar de satisfação dele enquanto vai construindo este projecto em Doga L3 e dei um passo atrás. Certo, conjugando outros programas isto poderia ir mais longe, mas o aluno está feliz a trabalhar, criando meticulosamente a sua cidade. No fundo, isso é o que interessa. Não me atrevo a quebrar-lhe o entusiasmo. Afinal, é o projecto dele, a tecnologia que ele escolheu, aquilo que faz com gosto. Uma coisa que lhes prometi no início do semestre é que nos projectos finais iria respeitar as suas escolhas.


Daqui... o grupo de alunas cansou-se da imagem fixa. Depois de criar uma imagem cósmica, fartaram-se daquilo estar sempre no mesmo sítio. Isto não se pode mexer, professor, perguntaram. Claro que sim. e agora estão a transformar a paisagem cósmica (spacescape para os conhecedores do DeviantArt) numa animação. Não há tempo para ser muito ambiciosa, ficará pela rotação do planeta e uma animação de câmara. Mas representa um interessante salto conceptual.


Já daqui vai sair outra animação em 3D. Também curta, que os alunos estão mais interessados em criar os recursos em Avatar Studio e Sketchup do que a planificar um filme. Note-se que os projectos são experimentais, e não têm necessariamente que ser algo de específico. Interessa mais estimular aprendizagens e procura de soluções.


É um processo similar ao deste castelo, elemento de uma outra animação a ser desenvolvida. Sei que no final estes vídeos não serão mais do que pequenos clips a mostrar em animação 3D os projectos dos alunos. Mas para estes, houve um intenso trabalho de domínio elementar de aplicações, treino de percepção visual e espacial, e esforço criativo aplicado em projectos de grupo. Vamos parar por aqui, até acho que já estou a exigir demais deles...

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