terça-feira, 27 de maio de 2014

Sinergias


O problema de trabalhos em grupo está nas dinâmicas interiores dos seus elementos, algo que em idades adolescentes poderá ter sempre as suas agruras. Este é um desses curiosos casos. Assumi que as alunas estavam a trabalhar em conjunto, mas a páginas tantas percebi que não. Talvez porque o esforço e empenho individuais criem sensações de propriedade do trabalho feito. Ou porque nestas idades as pequenas dissensões são sentidas como absolutas. Deu algum trabalho convencer as partes envolvidas que faria todo o sentido mesclar os seus trabalhos individuais. E visto o resultado, as dúvidas dissiparam-se. É a isto que se chamam sinergias, certo? Sair de zonas de conforto e arriscar algo mais. Aqui estes conceitos não são deturpados nem levam a destinos prejudiciais. Talvez assim devesse ser, preparando os alunos para a realidade dura no exterior da sala de aula ao invés de lhes dar espaços de liberdade que neste obscuro momento presente se sentem ameaçados de extinção nos futuros previsíveis.

Deste trabalho guardo uma recordação muito especial. A páginas tantas a aluna que estava de volta do obelisco sentiu a necessidade de saber quanto é que este media. Pega na fita métrica digital do Sketchup, tira a medida e chega ao valor. É grande, muito grande. Eu paralisei. Esperem lá, mas eu não lhe ensinei a tirar medidas nem usar estas ferramentas. Foi lá por si só. Um pequeno pormenor que sublinha um grande passo de aprendizagem autónoma.

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