terça-feira, 20 de maio de 2014

Percepção visuo-espacial




Estes trabalhos andavam esquecidos nas pastas dos alunos, não por distracção minha mas por peculiaridades do Doga L3. Não, os alunos não são assim tão bons modeladores 3D que em poucas aulas tenham aprendido a criar de raiz modelos desta perfeição. Nem eu sou assim tão bom professor. Como já aqui referi muitas vezes, o Doga simplifica o processo de criação com peças pré-feitas. O desafio está na criatividade de assemblagem de modelos e no perceber que no espaço tridimensional as relações entre formas são mais complexas do que no bidimensional. Este ser capaz de pensar em 3D, aquilo a que se chama percepção visuo-espacial, é o elemento mais difícil de estimular neste género de trabalhos. Recordem-se que o estímulo ao 2D pelo desenho e outras expressões é massivo no sistema de ensino. 3D, quer digital quer físico, não é muito estimulado. É por isso que dou valor a estes veículos. Os alunos que os criaram apenas tiveram que escolher peças de um longo menu. O verdadeiro desafio foi visualizá-los mentalmente e perceber como posicionar os elementos para criar um objecto coerente. Ou pondo as coisas de outra forma: a perspectiva é traiçoeira. O que num ponto de vista parece perfeito pode estar desconjuntado mal se rode um bocadinho. Perceber isso, e perceber como resolver estes problemas, é o primeiro desafio de criar em 3D.

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