sexta-feira, 15 de maio de 2015

Matéria Digital (II)


Iniciámos, finalmente, a impressão dos projectos criados pelos alunos do sexto ano que também participam no Matéria Digital. Com este grupo de alunos partiu-se do conceito de brinquedo tradicional revisto na era digital, para criar bonecos articulados.


Não temos registos dos primeiros passos dados na aula de Educação Visual. Aqui, os alunos aprenderam conhecimentos sobre as proporções do corpo humano que aplicaram em projectos para figuras articuladas. Para facilitar o processo de passagem ao digital traçaram a vermelho sobre papel vegetal.


Na sala de TIC experimentaram a modelação 3D de uma forma simples. Importaram as imagens digitalizadas dos seus projectos e, utilizando as ferramentas de traçagem, desenharam as superfícies correspondentes aos elementos do boneco articulado.


Aqui, um detalhe do processo de traçagem a partir de fotos. Em seguida passaram à extrusão para 3D, sempre com os dedos cruzados para o Sketchup Make indicar o resultado como grupo sólido, condição essencial para uma boa impressão.


Restou-nos o trabalho de resolução de eventuais problemas de mesh, correcção e preparação dos ficheiros STL. Esta é a fase mais técnica que, por questões de tempo, não podemos fazer com os alunos. Digamos que tivemos que roubar aulas a outras disciplinas para, dentro dos horários apertados da turma, da sala TIC, da professora de Educação Visual e meus, conseguir levar a cabo a fase digital deste projecto.

Iniciámos hoje a impressão, felizmente dentro da sala de aula apinhada de alunos de 7.º  e 8.º ano, alguns muito revoltados porque se os mais novos trabalham com a impressora 3D, porque é que eles não? Lá iremos. Este tipo de actividades é muito experimental, e um dos nossos objectivos é procurar e testar ideias de aplicação concreta.

Já devem ter notado que para bonecos articulados estes mexem-se pouco. Estas são as versões de teste, em que imprimimos o resultado do trabalho inicial. Depois, iremos seleccionar alguns para impressão em partes a articular. Esse trabalho já está feito pelos alunos, é só escolher e imprimir. Nesta primeira versão alguns dos detalhes estão abaixo do limite de 1mm da bee, tendo ficado com imperfeições.

Este filamento azul é lindíssimo, mas muito oleoso e tem tendência a provocar bloqueios no extrusor. Da primeira vez que o usei, numa demonstração da impressão 3D na semana de departamento de Matemáticas e Ciências Experimentais para alunos de 4.º  ano (e, ao intervalo, para toda a escola), o extrusor entupiu. Hoje aconteceu-nos o mesmo, felizmente após seis impressões. Vai custar a limpar. Desisti ao fim de uma hora de várias tentativas falhadas. A ver vamos se não é desta que lhe mudo a ponta. Para a semana, ocupada com o secretariado das provas finais de 4.º  e 6.º ano (professor que percebe desta coisa dos computadores não se escapa destas e doutras) não haverá muito tempo para poder meter a Beethefirst a fazer aquilo que faz tão bem: materializar o digital.

Entretanto, este projecto já traz consequências. Uma das professoras participantes está entusiasmadíssima e quer, para o ano, renovar os chaveiros das salas de aula imprimindo em 3D novos porta-chaves. A semente está plantada, diria, das potencialidades de trabalho interdisciplinar trazidas pelas impressoras 3D. Em breve vou tratar de encomendar mais filamento. E limpar a cabeça do extrusor. O que é doloroso. Aquelas agulhas picam...

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