domingo, 5 de junho de 2016

E-Tech Portugal 2016


No segundo dia desta conferência, mostra tecnológica e encontro de clubes de robótica, pediram-nos uma breve apresentação do projecto TIC em 3D. Sem apresentação preparada, muito de rompante, colocamos um dos nossos drones a voar na sala. Perante os sorrisos e olhos arregalados da audiência, desmontámos a inutilidade e irrelevância da tecnologia. Drones, impressoras 3D, robots, arduinos, programação: tudo coisas inúteis, se estivermos meramente fascinados por elas. Mas se as entendermos como tecnologias criativas, como meios de potenciar aprendizagens que partindo da técnica elementar despertam a imaginação e fazem os nossos alunos ir mais além. É esse o nosso foco, não a tecnologia enquanto gadget ou brinquedo que se esgota após algumas utilizações, mas como meio de expressão criativa aliada à técnica. Uma faísca que cremos ser comum a todos os presentes neste evento.


Organizado pela ANPRI  e pela E-Code, no âmbito da Coligação Portuguesa para a Empregabilidade Digital, o E-Tech Portugal 2016 reuniu no espaço da Escola Secundária D. João II entidades, empresas e clubes de programação e robótica. O ponto comum está na tecnologia ao serviço da educação, mostrando o que se faz, divulgando novas possibilidades tecnológicas, e reflectindo sobre a pedagogia e aprendizagens mediadas e potenciadas pela tecnologia.


Da mostra de empresas e instituições, muito haveria a destacar, desde as experiências em 3D com os HP Sprout e os Oculus Rift, espaço Sala de Aula do Futuro - Ambientes Educativos Inovadores, e diversas empresas ligadas à tecnologia educativa. Destacamos o Nostalgica - Museu dos Jogos, com o seu espaço de retrogaming que esteve sempre cheio de visitantes a descobrir e redescobrir a história dos jogos de computador, através de equipamentos e títulos icónicos.


Outro destaque vai para a Bot 'n' Roll, empresa de Guimarães que dinamiza a Robot Party e que se notabiliza pela vasta gama de tecnologias acessíveis que coloca à disposição de escolas e utilizadores finais. Não se fica só pelos seus icónicos robots. Saímos de lá com a vontade de aplicar verbas dos Clubes de Programação e Robótica em kits arduino. Será um próximo passo para as TIC em 3D.


O espaço das TIC em 3D, visto pelos nossos drones


O humanóide TIC em 3D com o seu quê de retro cyberpunk, a testar um sistema clássico de realidade virtual numa Playstation. A sentir-se de regresso aos anos 90.


Não é suposto que este seja o contexto de utilização dos drones Code2Fly. O conceito é programar o voo, mas durante o evento é mais fácil voar livremente. Estes alunos de um projecto de integração de crianças de bairros carenciados apaixonaram-se pelos nossos drones e objectos impressos em 3D.


 São estes sorrisos, este olhar a brilhar, que nos motiva. É este o primeiro passo, o despertar do interesse, o mostrar que se pode, o fascínio inicial. E daqui continuar, mostrar que se pode ir mais além, discutir o potencial pedagógico, analisar estas tecnologias no contexto das diferentes disciplinas.


Ao nosso lado estava o espaço dos alunos simpáticos e brilhantes da Escola Secundária de Sá da Bandeira, em Santarém. Trouxeram uma 3D Systems Cube, modelo que sabemos estar descontinuado. Discutimos com eles e com os seus professores a usabilidade, custos e problemáticas destas impressoras. Ao comparar desempenhos, ficamos ainda mais convictos da escolha certeira que fizemos ao investir em impressoras 3D Beethefirst. Os visitantes que já se iniciaram na impressão 3D que trocaram impressões connosco ficaram surpreendidos com a falta de necessidade de calibração constante, raridade de entupimentos do nozzle do extrusor, usabilidade do beesoft, fiabilidade da impressora e qualidade do filamento. Na imagem, uma comparação do mesmo modelo 3D impresso pela nossa Beethefirst e na Cube. As excrescências cor de rosa são estruturas de suporte que parecem impossíveis de remover.


No segundo dia, a impressora ficou em casa. Ficámos só com os objectos impressos, drones, kits Cody & Roby e o nosso clássico robot Lego RCX.


 É sempre fascinante ver o que se faz com os robots Lego NXT.


Vamos brincar? Dedicámos o segundo dia a voar drones... talvez tenhamos que lhes montar uns lasers, para simular combates robóticos.


Outros projectos interessantes: as Blocks One, outra aposta portuguesa no domínio da impressão 3D, claramente ainda não no nível da Beeverycreative mas a mostrar um enorme potencial.


Uma experiência gira da Bot 'n' Roll: um avatar num robot controlado por comandos de voz. By Your Command, diriam os Cylons?


Haveria muito a destacar sobre os clubes de robótica presentes (a começar por nós, as TIC em 3D, estarmos entre gigantes!). Poderíamos destacar o entusiasmo vindo de Rio Maior, a assertividade da D. Dinis, ou a excelência e dinamismo de S. Gonçalo. Admiramos o espírito dos professores e alunos da Augusto Cabrita: nós queremos é lixo. Reciclar, reutilizar, utilizar o saber técnico e a imaginação, construindo os projectos mais mirabolantes.

Dois dias num evento inovador, aberto à comunidade, um excelente exemplo que como se pode promover as TIC na educação de forma abrangente, indo além dos professores, envolvendo empresas e cidadãos. E, também, um momento para nos cruzarmos com amigos e pessoas cujo trabalho nos inspira, com os quais aprendemos e nos dão vontade de ir mais além. Esperamos ter deixado expressa a nossa mensagem, entre as artes e as TIC, bem como representado condignamente o Agrupamento de Escolas Venda do Pinheiro e todos aqueles alunos que nos desafiam, todos os dias, a querer ir sempre mais além.

Ah, não resistimos: a imagem fantástica que ilustra a notícia do evento na imprensa regional setubalense. Adoramos os sorrisos. E reparámos no pormenor de salientar a impressão e modelação 3D. É bom sentir que há impactos positivos do nosso esforço, mesmo que a lente só se foque no lado mais de espectáculo da tecnologia.

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